Experiência Sensorial
Vale dizer da experiência desse amanhecer.
Depois de dormir à solta, e com sonhos bonitos, acordei e fui fazer café.
Alguém ligou o café para esquentar e não retornou para desligar a cafeteira.
Ontem fiz um pouco mais do que costumo fazer.
Dentro da cafeteira o café fervia, e na cozinha o cheiro de café forte era aprazível.
Coloquei o café fervente numa xícara e adicionei leite frio.
Dirigi-me à janela para observar a chuva e o vidro molhado pelas gotas que caiam com cautela, refrescando o dia abafado.
Quantas boas lembranças o sabor de café tostado foi capaz de trazer.
Sorvi cada gole com imensa satisfação, sem pão ou nada para acompanhar aquele café.
Com essa sensação de bem estar indizível, sentei-me para esperar a cafeteira esfriar, sem pressa, mas também sem fome ainda.
Pensei naquela sensação injustificada de bem estar, mas assim me sentia sem conseguir explicar.
Havia um tempo inteiro presente, tempo de domingar observando algumas pessoas na rua através das cortinas.
Sei que não era sono ou fome, ou nada tangível. Era o serenar da alma em comunhão com todas as pequenas coisas que compõe o cotidiano.
Tanto faz é jamais.
A cafeteira esfriou e poderia naquele momento fazer outro café.
Pode ser que exista uma cafeteira conectada ao computador de uma casa inteligente, mas a experiência sensorial, que pode ter a sua origem no aroma de café na cozinha, penso que não.
Existem sensações que não acontecem todos os dias, e são únicas.
Não se deixa a cafeteira ligada, isto é certo, mas também não se deixa uma manhã sem que se permita dizer bom dia a si mesmo.
Grata aos leitores que visitam o blog.
Boa semana!
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