Poeta de Supermercado / Crônica de Supermercado
Acordo e corro ao supermercado porque sei que vai esfriar.
Consertam o piso, e eu já pensei em máscara contra a possível poeira de cimento.
Observo o preparo da cimentação do piso para que possa desviar do cimento em colocação.
Um dos homens que mexem na preparação do cimento num recipiente de madeira, o qual não sei o nome, começa a cantarolar.
Numa voz afinada cantarola a canção famosa de Gal Costa, mas termina com Raul Seixas.
Começou a cantar Só Louco, mas fez uma pausa, mas a música era muito tocada e lembrei da canção.
Logo em seguida cantou Raul Seixas, começando com a letra: "Dizem que sou louco por cantar assim..."
Terminou em pianíssimo dizendo que era feliz.
O cimento estava pronto, e ele avisou ao colega que poderiam passar sobre o piso.
Sigo o meu roteiro com a lista nas mãos.
Comprei o que estava na lista, mais nada me interessou.
Fiquei absurdamente feliz com o poema cantado.
Existem cenas e vozes para não esuqecer, porque são momentos especiais e raros, que emocionam a alma pela singeleza observada numa situação cotidiana, e para as quais não existem palavras ou tradução.
Um comentário:
Errata: Dizem que Sou Louco é dos Mutantes!
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