O Inexprimível
Não precisava estar,
Bastava descansar,
Mas buscava o invisível
E ignorou o previsível,
Quis comprar o luar
Querendo a si ignorar,
Numa razão impossível;
Só se compra o terrível.
Um vampiro a espreitar
Veio ali para a encontrar
E ela o achou seduzível
E ele a achou deduzível,
E se pode contar
Sem um clichê vulgar,
É que o ser desprezível
Transformou-a em dor visível.
Observando o magoar,
Alguns foram avisar,
Mas parecia inaudível
À essa reflexão crível.
Coincidência do azar,
Ela dizia a zombar.
O que era inconcebível
Era a dor extinguível
Que parecia aceitar
A se sacrificar
Sem motivo plausível;
Algo do inexprimível.
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