Automático
Calor humano,
Se não me engano,
É algo essencial,
E o mundo plano
Com pouco pano,
É maquinal,
Não suburbano,
Nem marginal.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Automático
Calor humano,
Se não me engano,
É algo essencial,
E o mundo plano
Com pouco pano,
É maquinal,
Não suburbano,
Nem marginal.
Leite Quente
Ocupada ao presente,
A ideia surge, nascente
Da reverberação,
Vinda pausadamene,
E delicadamente
Da garoa, da audição,
E de um bom leite quente
Antes de dormir, gente.
Introspecção
Inverno aconchegante
Vindo da compreensão
De que nunca é bastante
O saber da canção,
Audição que é inquietante
Sem porquê, sensação
Fixa e também constante,
Mas que diz "sou emoção";
Contraponto é escrever
Quando diz diversão,
Porque diz não saber
Sua significação.
Há
Há que se ler,
Bendita frase,
Pois aprender
É se mexer,
Mudar a fase,
Lua a saber
Do seu mover
Porque se sabe.
Algodão Doce
Nuvens em flocos,
Formas surreais
De intensas fotos
Com filtros, focos
Desses ideais
Nos flocos fofos
Sem autofocos,
Mas naturais.
Tradutor
Precisar de um tradutor,
Melhor é a televisão
Sem entender a canção
E o motivo do esplendor
De bela apresentação
Onde a palavra é intenção,
E da arte, o futuroo suor,
Esporte e perpetuação.
Tempo a Mão
Nesse estilo
A canção,
É bom quilo
Desse grilo.
Na porção
Desse trilo
Intranquilo,
Tempo a mão.
Em Ponto
Concordar pelo avesso
Ao bordado é saber
Do bem feito ao tecer
Sem ponto ou mesmo excesso
De fios onde fica a haver
A presteza de ser,
Ao invés de leve, espesso,
Reparado ao ceder.
Pensando em Voz Alta
Dividir este tempo
Entre ser e fazer
Demanda um próprio tempo,
E este é a se compreender
O dia que corre ao vento
Quase sem o querer,
Ligeiro ao pensamento
Que gostaria de ter,
Mas tem o seu momento
De intervelo, ou de ler,
Com chance de ser lento
O bastante ; ao afazer.
Vocação
Ter que saber
É obrigação,
E a devoção
Fica a perder
Nesse saber,
Sem pretensão
De se saber
Da obrigação,
Que vem a ser
Substituição
De algum lazer
Sem s intenção
De se aprender
Sobre a emoção
A se esconder
Da vocação.
Dó Maior
Assistir televisão,
Controle remoto vão
De um mundo que choca e assusta,
E a realidade no chão
Da Terra e nem tudo é chão,
É a imaginação de um fusca
Lírica composição,
Tônica de quinta justa.
Borboleta Bicho Esquisito / Minicrônica do Cotidiano
Na janela, a borboleta marrom, amarela, preta de bolinhas brancas.
Até me perguntei, ao observá-la como cabem essas cores tão distintas em suas asas, mas não encontrei uma solução para a questão.
Estava na vidraça, estática. Nem sequer bateu as asas mesmo percebendo que alguém a observava.
Com um pequeno manual de instrução, e com delicadeza, a empurrei da vidraça, mas ao invés de voar, deixou-se cair no parapeito da janela.
Foi com o mesmo pequeno manual de instrução de eletrodoméstico, e com maior delicadea, a retirei do parapeito e a coloquei fora e a soltei do papel.
Quando ela caiu, pensei que estava morta, mas o pensamento não durou mais do que alguns segundos, um ou dois.
A borboleta caiu alguns centímetros para voar em direção própria e rota traçada pela natureza.
o que aconteceu é completamente fora do meu campo de conhecimento, seja sobre o voo das borboletas e a sua natureza, seja no campo das significações espirituais.
A ideia no entanto, trouxe o pensamento de que a borboleta é um bicho esquisito, não mais que isso.
.Filosofia em Trovas
Nesse mundo xonceitual
O tempo é considerado
Um momento residual,
Mas o tempo é constatado
Pelo plano potencial
Criado, feito e idealizado.
Num cronograma habitual,
Que precisa o compensado,
Este lado emocional
Ao qual está-se ligado
Até ao excesso racional,
Mas espirituakizado.
A negação substancial
É premissa ao limitado
Campo da razão, parcial,
Quando o ser é ilimitado.
Adequado Café de Livraria
A linha pontilhada
Fica entre o livro e o leitor
Deixa-se imaginada
De alegria, angústia ou dor.
Permite-se calada
No lugar do escritor
Sua imagem separada,
Pontos sem desamor;
Propõe-se inflexionada
Integrar-se ao leitor
Como sua e, alvoroçada,
Ruma à ponte o cursor.
Chuvisco Curitibano
Fazer hora p'ra dormir,
E acordar ou madrugar
Em meio ao som do chuviscar
Da janela num ir e vir,
Neste frio que há de convir
Que bom é se espreguiçar,
E pelo dia a começar
E possível de se sair,
Continuar a persistir,
E deixar o dia ficar,
Apreciando devagar
O tempo a se usufruir.
Quem o Sabe
Não se sabe do tempo,
Sabe-o seu pensamento
Que nele se acredita,
Porque sai, volta ou fica
E de si é estranhamento
Por ser todo um momento
A se fazer.; medita
E depois se desliga,
Calado ao moviment,
Seu disciplinamento,
Pois à escolha suscita
O ser e o vivifica.
Dia de Chuva
Aprender
Todo dia,
E estender
N'alma o ser
Que seria
Por saber
Não correr,
Mas chovia.
Deus-Palavra
Deus não tece,
Acontece
Se quiser;
Envelhece
Até a prece
Quando quer,
Mas aquece
Por dizer.
Ser Bom e Útil
Livra-te dessa exastão
E acontece na oração,
Porém pouco se acredita
Que orar é a energia bendita
Porque, sem explicação,
É considerada em vão,
Queando é a física descrita,
E acende a luz numa fita
E d'alma é a iluminação
Exercitada na ação
Humana, mas sem desdita;
Deus é a energia boa que apita.
Medos
Às vezes tenho medos
De conhecer segredos.
Deus já os têm revelados,
Não os quero a mim guardados,
Ditos como arremedos
Parecem ser desvelos
Num todo arremessados
Sem os zelos, cuidados
Necessários ao sabê-los
Na alma, não de dizê-los,
Pois quando à alma são dados,
Eles não ficam jogados.
Inesquecível Novela da Globo / Crônica do Cotidiano
O nome da novela não será dito nesta crônica.
Eu não assisti a essa novela, mas a amiga não perdia um capítulo.
Um dia a minha amiga perguntou porque é que eu não assistia e eu disse que a novela era fora daquilo que eu pensava melhor, dentro aos conceitos, e também porque havia um programa de músicas especiais na Rádio educativa e eu não perdia o programa cultural da rádio.
Ela me disse que eu não sabia o que ela estava aprontando.
Eu disse a ela que a considerava séria e incapaz de aprontar algo chocante.
Ela sentiu uma irresistível vontade de falar.
_Exatamente isso. Você sai para passear e se acha inteligente e não sabe o que eu sei porque você é aficcionada por shows musicais.
Não me interessava saber nada que saísse muito fora disso, e neste ponto envelheci gostando da charanga, conforme dizem por aí.
_Eu vou aprontar para você, disse.
Contou dos planos que fazia enquanto assistia a novela. Disse os motivos que a fazia acreditar na novela.
_Mas a novela terminou sem lição de moral nenhuma, argumentei após ler o resumo do último capítulo no jornal.
O que me diverte é que cheguei em casa revoltada e acreditando nos planos dela.
Um olhar de tédio sobre as minhas emoções me calaram.
_Novela é novela e realidade é realidade. Idealizar e planejar faz parte do processo de criação individual em acordo a temática proposta pelo autor da novela.
Entendi que era jovem e que não tinha a cultura necessária ao entendimento.
Admirável é saber que tem quem planeje a partir de uma novela, e consegue fazer o que planeja.
Sempre pensei que novela fosse um entretenimento para pessoas sem iniciativa, que a criatividade estava em criar uma arte, fosse qual fosse.
Os leitores que assistem novelas que estejam atentos aos comentários sobre a novela.
A inesquecível novela da Globo não foi sequer assistida por mim.
Para pensar.
Grata pela leitura.
Crença e Crendice
Se uma terra é salgada,
Impossível é a grama,
Muito menos a lama,
Que aparece pontuada,
Nem com a chuvarada
Que plana se derrama
Sem conseguir a fama
De cheia em terra alagada.
Toda água é contornada,
Escrita em telegrama
Que mostra o panorama
De sal, de água, de nada.
A Vontade do Consumidor / Crônica de Supermercado
Faz dois meses, Acabou o desinfetante na despensa. Fui ao supermercado e não encontrei.
Esperei alguns dias e voltei ao supermercado, e como estava em falta, fui noutro supermercado.
No outro supermercado também não tinha o desinfetante, mas os repositores da marca estavam colocando os produtos da marca nas prateleiras.
Achei melhor conversar com eles.
Eram dois jovens um rapaz e uma moça. Um abria a caixa e o outro colocava o produto na prateleira, e depois ambos verificavam a organização da prateleiraa. Desinfetantes talvez sejam produtos sensíveis, mas volta e meia observo dois repositores ao invés de um só, e qualquer dia perguntarei a razão de tal fato ser corriqueiro.
Perguntei sobre o desinfetante.
_Tiraram de linha.
_Mudaram a fórmula e a embalagem.
Os dois responderam separadamente.
Escolhi um para experimentar.
Muito embora a caixa do supermercado me aconselhasse a comprar a Água Sanitária, que era mais barata e limpava da mesma maneira, eu disse que iria experimentar.
O fato é que experimentei e não gostei pelo fato de ter que secar depois do uso porque o produto poderia causar manchas na superfície.
Pensei que deveria comprar a Água Sanitária quando acabasse o produto comprado.
Com o produto comprado no fim, fui ao supermercado e dei uma olhada na prateleira da marca por desencargo de consciência antes de comprar a Água Sanitária.
O produto que eu costumava usar estava na prateleira, com a embalagem antiga e as mesmas instruções de uso.
Houve queda nas vendas dos produtos da marca conhecida.
Pensei na constatação de que o produto mancha de branco e que a Água Sanitária para deixar branco um rejunte cinza somente se for usada do jeito errado.
Hoje achei uma definição, sem querer:
"A vontade do consumidor determina o sucesso ou fracasso da marca, mesmo sendo conhecida de todo o público consumidor."
Cabe observar que essa vontade do consumidor é espontânea, e não dirigida pela publicidade, e que determina o interesse do fabricante em fabricar e do supermercado ter no seu estoque.
Supermercado traz uma cultura não buscada que nos acresce enquanto consumidora.
Grata pela leitura.
Agenda
Um parafuso ao chão
Difícil de encontrar
Neste trançado à mão,
Pequeníssimo é este vilão
Que da mesa foi rotar,
Quando o dia foi distração.
Fique lá desatenção
Até amanhã eu te encontrar.
Autoconhecimento
Nem o tempo é um argumento
Quando não é pensamento,
Que se faz por fazer.
O tempo é complemento
Por ser um movimento
Invisível por ter
Algum discernimento
De si por si, alento.
Versar
Se diariamente
Há um diário em mente
A se dizer
Humana é a mente
Que entende e sente
Por escrever,
Porque é presente
Este escolher.
Prancha
O que se alcança
Pela esperança
É continuar,
E não se cansa
Essa esperança
De caminhar,
Ou de ser prancha,
E navegar.
Configuração Sonora
Descobrir que o que se quer
Existe n'alma que insiste
Que vale acreditar; crer
Faz bem sem ser por ser, chiste
É para quem não entender
Que ao sentir não há o que se diste,
E que tudo fica ao ser,
Uníssono ao que consiste
No som que está a se estender
Pelos planos dos palmistes
No eco infinito a volver
Por ser parte do que existe.
Meditaçãp
Novela, não,
Televisão.
Particular
É essa razão
Nesta edição,
De assim ficar
Sem contação,
E meditar.
Espaço do Verso
Madrugar num dia frio
E aquietado a pensar
Em preencher um vazio
Do espaço e organizar
Esse dia num prfil,
Saber de si e observar
Que nem sempre um refil
Se pode aproveitar.
Metafórico frio
Do tempo, vem recriar
O espaço, e que o vazio
Não seja o seu versar.