O Inexplicável
A unicidade
Do ser, magia
De Deus, verdade
Feita a unidade
Em fantasia
E realidade,
Mar e cidade
E céu, chovia.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
O Inexplicável
A unicidade
Do ser, magia
De Deus, verdade
Feita a unidade
Em fantasia
E realidade,
Mar e cidade
E céu, chovia.
Dia de Silêncio / Crônica
O dia é de silêncio pelo escritor Luis Fernando Veríssimo, e fica a sugestão para que o leiam amanhã, porque certamente ficarão de bom humor, assim como eu ri tantas vezes com os livros dele. O tempo é o tempo que cabe a cada um viver, e o tempo dele certamente continua com as suas obras capazes de trazer o bom tempo para dentro de nós.
Por falar em silêncio, ele é relativo, pois os celulares continuarão soando e em todos os lugares.
Por falar em saudade, o tempo do silêncio foi massacrante, e foi o tempo em que houve a transição do rádio AM para o FM.
As emissoras AM baixaram a qualidade para que os rádios FM fossem vendidos. Eram poucos e sumiam das lojas com preços comparáveis aos celulares caros recém lançados de hoje em dia.
Naquele ano as músicas eram ouvidas pelos programas de televisão, às vezes chatíssimos, aos finais de semana.
A semana era silêncio ou a Rádio Educativa, com os clássicos da MPB - música popular brasileira e os compositores propriamente clássicos como Beethoven, Mozart, Chopin, etc.
Muitas vezes era preferível ouvir clássicos do que as emissoras da rádio AM.
Não haviam fones de ouvido, e o jeito era colocar a orelha junto ao som da sala para se ouvir alguma música aceitável.
Era outro jeito de viver a música, não existiam os cds, e as rádios , pelo menos na minha opinião eram péssimas, poucas músicas e muita conversa.
Hoje a música é online, as caixas de som com bluetooth conectadas ao celular, escolhe-se o que se quer ouvir, e posso dizer que a qualidade de vida musical é bem vinda.
Diante de tal saudosismo, e da possibilidade de conhecer Luis Fernando Veríssimo pelos livros deixados para que sejam lidos, conheçam o escritor, experimentem o lirismo do bom humor dele, e o que diante da realidade, pode fazer, e se torne um otimista.
Seus livros me deixaram de bom humor, saudade.
Grata pela leitura.
Filosofia de Sexta-Feira
Paisagem concordante
Com a alma, sensação
Da quietude falante
Da modificação,
Essa coisa bastante,
Sensibilização
De um saber confortante
Sem a idealização
De um livro numa estante
Lido por distração
Num caminho distante,
Intensificação.
Música Chiclete
E este dia voou
No alto falante,
Nem pesquisou
O som pulsante,
Que assim causou
Mesmo distante,
E não pausou
E foi radiante;
Em rimas soou
E foi viajante
Que foi e voltou
Chiclete e instante.
À Gosto
Ideia fixa é pipoca
Guardada, falta tempo
Nesse tempo que foca
Noutra ideia que pipoca
No tempo, pensamento
Nublado e café moca,
Que precisa o tempo e a oca,
Cadeira e um argumento.
Chuva e Varal
Neste temporal
Roupa no varal;
Lá vem correria.
Fica desigual,
Mas é algo especial
Porque vem e esfria
E muda o visual
Da agenda do dia.
Nó em Pingo D'Água / Crônica
Mania é mania, e lá fui eu mexer nas partituras.
Uma chamou a atenção e vim para aqui, na internet, pois era tema de filme. Depois de ouvir a música e ler a sinopse, tive um insight - tinha comprado o livro - um Bestseller com bom preço.
Assim, essa hsttória veio devagarinho lembrando o que seria um dueto numa apresentação escolar.
Ela, a violinista, seria a esperança, e eu, piano, o destino.
O drama não foi aprovado para uma apresentação escolar.
A esperança está firme e forte, pois busquei e encontrei a esperança tocando em frente e fazendo projetos.
O destino está tão presente quanto a esperança.
O que conta é que tinham praticamente feito uma previsão sobre o meu futuro, e já faz mais de década que isso aconteceu.
No entanto ela era a esperança viva na luta pela saúde, o que era diário , e todos acompanhavam o esforço.
O livro foi comprado muito depois, e o li pela metade, ou seja, li o final, e desisti de ler a novela, que parecia um "remake" de outro filme, indicado por outra professora.
Aquela partitura ficou guardada desde a data da sua não apresentação.
Eu me perguntei hoje como foi que foi feito esse exercício de futurologia a meu respeito, e ainda disseram que era destino.
Não faz tanto tempo assim que as pessoas realmente se importavam umas com as outras, e os sussurros eram compartilhados entre professores e alunos, e todos participavam.
Lembrei da tragetória do que seria o destino, e de onde veio aquele destino, e que até pode ser que seja inevitável, mas no entanto ele, o destino, não teve pressa em ser destino.
O outro filme era praticamente a mesma história, e esse eu tive que assistir, pois ganhei o DVD de presente.
É bom pensar que, nesse caso a esperança não se opõe ao destino, pois caso a música fosse apresentada, a esperança estaria lado a lado com o destino.
Se o destino fosse aquele, o que nem eu me arrisco a prever, a esperança seria obrigatória para levar o destino a ser menos rude.
A esperança deve ser vivida todos os dias da vida da gente, e essa frase não é minha.
Dia de dizer que assisti o filme, li a partitura, e contei o final do livro sem ler a história inteira, tarefa feita em anos diversos um do outro.
Consegui um nó nas ideias, tão difícil quanto um nó em pingo d'água.
Grata pela leitura.
Um Dia Normal
Um dia normal
Não tem um preço,
Merece apreço
Por ser igual,
Por ser acesso
Ao recomeço;
Dominical
Jeito travesso.
Ficção
Noutro espaço
Um compasso
Mede a Terra
Passo a passo,
Tempo escasso
D'outra esfera
De céu esparso,
Sol quem dera.
Alegoria
Desenvolver,
Ideologia
Do que fazer,
Porque fazer
Deste outro dia
Que recria a ser
E a se querer,
Na alegoria.
Vida que Segue
Vida que segue,
E a continuar
Que não se negue
E nem segregue
A musicar,
Luz desentregue
A que se apegue
O caminhar.
A Dizer
A realidade
Que não se sabe
Até se ver
Hora metade,
Quando assim cabe
Um não saber
Com sobriedade,
Vem por dizer.
Reverberações dos Ventos
Os ventos sopram
De tantos cantos
E se desdobram
E evitam prantos.
Vêm, colaboram,
Cuidam de tantos
Que sóis afloram
Com seus encantos,
E comemoram
Os gestos santos,
Mas não demoram,
Fazem recantos.
Modo Menor
Hoje feliz
Com cicatriz,
Modo menor
De ser feliz,
Que a dor não quis,
Foi sem furor,
O que condiz
Com bom humor.
Parafraseando as Férias no Interior
Sem dono é o verbo escolher,
O verbo é determinante
E diz sobre o que fazer
Do momento logo adiante,
É o dever a concorrer
Nesse caminho constante,
E ao supérfluo, seu correr,
E nele restar consoante
Com a graça de querer
Algum lugar que é distante,
Mas é a alma desse querer
Que faz o dia num instante.
O Poema que Não Li / Crônica
Neste caso não li porque me perdi em assuntos variados sobre saúde e história.
Não sei se o poema seria épico, trágico, lírico, satírico ou banal, mas não li.
Sobre saúde, não vou cronificar o que não é doença, mas condição, onde certamente coloco Deus na situação.
O artigo sobre história pareceu uma releitura ótima de Beethoven, porque ele foi considerado o primeiro exotérico, e eu já tinha ouvido contar história semelhante com questionamentos semelhantes dentro de casa.
Sei que há muitos "fatos" onde não se encontra um motivo racional que os expliquem, mas ainda assim deixo para outros estudarem o que não tem explicação.
Por sorte, encontrei várias páginas interessantes e , o tempo de leitura faz esta noite suavemente amornada e aconchegante, e pode ser a antevéspera da primavera, pois setembro está chegando, ou foi o sanduíche quente que lanchei.
O poema mora na alma do poeta a recitar, e independe de toda a racionalidade que se possa buscar.
A realidade não supera a vontade de poetizar o que é belo, volátil como a eletricidade que nos move, e a matemática é música.
Neste período de pausa para pensar encontrei o que precisava ler, imaginar que sabia sem saber, me fez bem.
Agora, deixo a filosofia aproveitar a sexta-feira.
Grata pela leitura.
Mulher de Lua
Pela janela
Olho a rua,
Não tem lua.
Peço a janela
Que a substitua
E ela se amua,
Porque estou nela
E está frio, sem lua.
Artificial / Comentário
Recebo mais uma pesquisa a ser respondida para um avatar da inteligência artificial.
Não responderei.
Há um exagero no uso de tal artifício. Se for para elaborar publicidade dirigida, pior ainda.
Aquela pesquisa em que pede uma avaliação do atendimento através de nota, penso que é válida.
No entanto, pesquisa sobre hábitos de consumo, nem respondo.
No mês passado recebi a recomendação de pensar em mim, me cuidar e me avaliar física e espiritualmente.
Estou fazendo o possível para fazer o dia a dia saudável, e com ânimo.
Estou evitando de fazer ligações para lugares cuja resposta é: diga uma palavra sobre o assunto do seu interesse, que redireciono a sua ligação.
O mundo digital tem seus limites.
Um mundo feito de respostas por marcar a pergunta correta, e respostas que não correspondem ao interesse da pergunta, elevado ao potencial do interesse lucrativo de uma empresa, chega a ser irracional.
Se a inteligência é artificial, ela corresponde a um mundo artificial, no sentido de ser repleto de artifícios que tomam o tempo do consumidor.
Penso que é prejudicial a convivência em sociedade esse exagero artificial.
Prefiro o supermercado, onde as expressões são legítimas e esclarecedoras, portanto satisfatórias.
Por estes dias, perguntei qual era a mexerica e qual era a morgote, e o menino foi perguntar para a supervisora e me auxiliou na decisão da compra.
Igualmente no domingo passado, fiquei feliz ao ouvir espontaneamente de um garoto que não comeria até chegar em casa, pois faziam um churrasco no Dia dos Pais.
A naturalidade e precisão humana superam em muitos aspectos a inteligência artificial.
O ser humano tem como útil as ferramentas tecnológicas. O problema é que não se pode substituir o ser humano pela tecnologia quando o assunto é convivência.
Deveria haver um limite para o uso da inteligência artificial, até mesmo por vontade individual de se contatar com o próximo, com qualidades e defeitos humanos, afinal somos humanos.
Grata pela leitura.
Deus Sensível
O Espírito Santo,
Um Deus invisível
Que está em todo canto
E sopra sem manto
O Deus do impossível
Da arte, puro encanto
Que leva o quebranto
Sendo o Deus sensível.
Rodopio
Um dia esticado
Cabe no tempo
Mais que contado,
Roteiro dado
É o entendimento
Como tablado
De um sapateado
Em movimento.
Pintura à Lápis
Caderno de colorir,
Antigo de desenhar
Nas cores de todo vir,
Lápis de cor a convir
E tudo a se imaginar
E régua p'ra conseguir
A reta desse construir,
Que o hoje viveu a pinçar.
Nem tão Clássica
Já faz falta
Esse samba,
A tua pauta,
Na letra alfa,
Nessa dança
Meio peralta
Quando fala
Da esperança.
Chá de Anis
Presto atenção,
Faço a oração,
Sigo feliz
Com precisão,
Numa oração
Que me bendiz,
Voa esse alazão
Num céu de anis.
Cada Ideia
É tanta a gente,
Que conversar
Se faz pingente,
Que enfeita a gente
Como um colar,
Constantemente
Lembrando a gente
De ser, e estar.
Linhas Musicais
Perde-se o discernimento,
E este mundo é confusão.
Concordância traz o tempo,
Embora seja canção
Feita, lida, passatempo,
Que soa como obrigação
Na alma, e diz estranhamento,
Mas quer dizer da porção,
Relação de espaço-tempo
Ganhado pela ilusão
De que se sabe do tempo
E o tempo é a contradição.
Essência
Restaurar
Pela arte,
Esta parte
Que a se doar
Se reparte
À la carte
Num jejuar,
E sobra arte.
Tempo de Domingo
Lá vem o tempo
De começar;
De novo, o tempo
E o pensamento
De em Deus confiar
Todo o momento,
É Dele o tempo
E o caminhar.
Melhor do Estômago Apesar das Águias de Estimação / Minicrônica
Estava eu saindo de casa durante a semana, quando observo este animal comendo alguma coisa e resolvi tirar uma foto.
Caminho mais um pouco e desvio um pombo morto no chão.
Comecei a me perguntar se estava num filme do canal geográfico sobre a natureza, pois acabara de ver a ave se alimentando de um pombo cujos restos ainda estavam na calçada.
Pergunto daqui e dali e descubro que são duas dessas aves que visitam o telhado do edifício de vez em quando.
O meu estômago está melhor, mas naquele momento ele não ficou satisfeito.
Chamei a águia de animal por matar e comer um pombo sem timidez.
Pelo menos ela parecia aborrecida após a refeição.
É a natureza das coisas em contraponto a humanidade.
O ser humano cozinharia, concordam?
Grata pela leitura.
Excentricidade
Nesse fazer, mania
De não parar o dia
Até quando cansar,
Metrônomo que pia
O som da companhia
Nos ouvidos do lar
E faz a correria,
E a pausa a melhorar.