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quarta-feira, 16 de julho de 2025

Comentário sobre o Livro de Cícero : Saber Envelhecer


Comentário sobre o Livro de Cícero : Saber Envelhecer


     Cícero, no seu livro Saber Envelhecer, traz bons conselhos sobre a velhice.

     A velhice deve vir acompanhada da cordialidade, do cultivo dos bons relacionamentos, dos ambientes propícios para uma boa convivência consigo mesmo na velhice.

     O livro foi indicado por um livreiro, porque a tacanheza com a qual via a velhice chamou a atenção dele.

     Falava eu do fundador da Rede Globo e dizia que seria alguma dádiva ou sorte fundar uma emissora de televisão aos sessenta anos. Dizia também que a velhice deveria ser uma fila de acompanhamentos médicos, doenças e num entremeio alguns programas de televisão, caminhadas suaves enquanto fosse permitido, e uma falsa bondade para que fôssemos bem tratados, mas também dizia isso porque ouvi muitas e muitas vezes que lugar de idoso é num museu, como se a visita a um museu fosse enfadonho e não acréscimo de cultura.

     Comprei o livro e li e faz algum tempo.

     Ocorre que, de fato, a velhice mudou, e até mesmo a recente médica que elaborou as perguntas da pesquisa, mostrou como eu e tantas outras pessoas idosas estávamos fora do parâmetro da velhice, hoje considerados como atividades de antigamente.

     A médica está fazendo uma pesquisa sobre a terceira idade e fez várias perguntas, tais como se eu cozinhava, se tinha computador, se tricotava ou fazia crochê, se tinha lanches com amigas, se praticava algum passatempo, se estudava alguma língua estrangeira, se gostava de passear no shopping, etc.

     Foram inúmeras perguntas pessoais respondidas por todos os pacientes que estavam no consultório.

     Contei para a médica que tinha um blog e que gostava, e me fazia bem ter um blog.

     A médica disse que esse era um problema para os médicos em geral, conhecer a terceira idade e saber o que fazem, do que gostam e como essa chamada terceira idade lida com as dificuldades que surgem com a idade, algo que é natural e que se tem que conviver.

     A chamada "senhorinha" de antigamente é outra mulher e o "senhorzinho" é outro homem.

     As atividades da terceira idade são outras, eles aderiram a internet, eles vão ao shopping, eles praticam algum tipo de atividade física.

     No entanto, a terceira idade precisa ir mais vezes ao médico e não pode exacerbar os seus limites, pois pode prejudicar a saúde.

     Concordei porque existem fases em que sequer procuramos um médico porque nos sentimos bem, o que é errado e para todas as idades.

     Ela comentou que sim, as consultas eram necessárias, mas que evitar excessos de cuidados, ou hipocondria, é uma medida saudável, pois a hipocondria é um medo obsessivo de ficar doente, e tal medo precisa de auxílio médico.

     Os conselhos de Cícero são úteis, e foi bom ler o livro mesmo sem a pretensão de criar uma rede de televisão, mas a fase-velhice é outra e gostei de conversar com a médica sobre o que faço do tempo.

     Provavelmente a pesquisa será discutida em algum simpósio de geriatria, e depois de publicada nas revistas especializadas, virá ao público leigo.

     Para concluir, a velhice é outra e a minha geração é quem está vivendo essa nova velhice, e assim sendo que mantenhamos a disposição nessa fase ainda a ser decifrada pelas estatísticas.

     Os meus conceitos sobre velhice, com museu ou sem museu, ficaram a desejar, e todos teremos que experimentar a velhice do jeito que a tecnologia e a ciência permitir, o que, até pode ser bom, espero.

     Grata pela leitura.   

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