História de Viagem / Reflexão
Este texto sofre a influência da leitura de um livro sobre as agruras de tempos idos ocorridas numa viagem de navio, mas o assunto é outro.
Certa vez fomo até Porto Seguro, no estado da Bahia, aqui no Brasil.
Conhecemos o Museu do Descobrimento chamado Memorial da Epopeia do Descobrimento, com uma caravela e muitas histórias contadas pela guia turística.
Hoje li um artigo sobre o divórcio cinza , fato crescente no país.
Lembrei do alojamento onde os imigrantes ficavam dentro do navio, eram homens, mulheres e crianças dormindo lado a lado sem nenhuma proteção moral ou legal, e o aumento da população do navio durante a viagem que chegava a durar um ano, ou um pouco mais que isso.
Não é preciso se casar ou ter convivência sexual para se saber o quão eram difíceis aqueles tempos.
Não é que eu seja reacionária ou contra o divórcio, mas depois que chega a velhice, as dificuldades começam.
Quando o divórcio chegou ao Brasil, lembro de uma pessoa muito querida e amiga da gente, que disse que, apesar dos diálogos difíceis entre ela e o marido, eles, os dois cônjuges pensavam da seguinte maneira:
_Comeu a carne, roa o osso.
Depois de não terem mais os dentes, não terem a agilidade da mocidade, e , de vez em quando, nem mesmo conseguirem cuidar dos netos, pois a televisão dava sono e as crianças ficavam completamente livres no quintal, pensar em separação seria tolice, pois ambos eram responsáveis um pelo outro. Ela anotava as consultas médicas e medicações do marido e ele anotava num caderno em separado e , além disso dava conselhos para a esposa, o que tanto era cuidado como algum exagero.
A sociedade está retornando ao tempo dos alojamentos sem se dar conta, porque se cuidar é ótimo, mas é aborrecido ter que pedir auxílio e pagar por ele, e ter gente estranha cuidando da sua vida.
Assisti num jornal da internet o resgate de uma mulher que destruiu o seu apartamento nos Jardins em São Paulo. D'outra feita presenciei a polícia contendo uma mulher que pegou um rolo de macarrão e destruia o seu apartamento. Quando a polícia chegou, ao contrário de resistir a presença da polícia, ela gritou:
_O apartamento é meu! Tenho dinheiro e compro outro se quiser. Vou quebrar tudo.
Naquele momento ela deixou de ser só, pois os policiais obrigaram-na a ir até a delegacia para conversar sobre o direito que ela tinha de quebrar o próprio apartamento e sobre o horário da decisão. Ela foi para a delegacia de cabeça erguida dizendo quem é que seria capaz de dizer que ela não podeeia quebrar o apartamento dela, tendo em vista que não colocava ninguém em situação de risco.
Tem divórcio que não vale a pena.
Tem alojamento que não vale a pena.
Espero que possa haver um futuro razoável.
Depois de divagar, o Memorial da Epopeia do Descobrimento é um passeio para todas as idades, e deixo essa sugestão para um feriado.
Grata pela leitura.
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