Reflexão: Família
O amor é interessante ao se viver, é necessário suar a camisa todos os dias. Em todos os sentidos.
A família ideal ainda existe aquela composta por pai, mãe e filhos, etc. Família significa esforço diário, vontade de fazer parte dela.
As moças casadoiras, e são a maioria, que pensam em profissão, marido e filhos, que saibam que é uma vida bastante puxada. Não que seja uma questão de a mulher se transformar em escrava, mas as que fazem durar os seus relacionamentos preparam um jantar para o marido, seja este jantar o bife que ele gosta ou o lanche com pão, presunto e queijo, com café, leite e o deixa à vontade para comer ou não.
Existe outra estrutura que se forma a partir do divórcio: mães e filhos. Essa família pode existir e também necessita de atenção diária. A mãe, por mais cansada que esteja não pode pensar que os filhos maiores de dez anos se viram sozinhos. É a miragem que a exaustão causa. Crianças necessitam de atenção e cuidados até os dezoito. A probabilidade dos pré-adolescentes e adolescentes se enganarem com as pessoas é bem maior do que um adulto. Então há que se perseverar: não aceite carona de estranhos, estude, etc. Parece brincadeira, mas a mãe tem que cuidar dos estudos do filho de dez anos de idade, ele tem idade para saber que é bom estudar, mas tem vontade de jogar bola.
O homem também é responsável pela educação e presenciei pais, homens com filhos do casamento desfeito, trocando o encontro com os amigos para auxiliar os filhos a estudarem durante os finais de semana em véspera de provas.
Esse tema parece desgastado de tão repetido, mas na nossa sociedade, parece que o esforço em prol do ambiente familiar é desperdício de tempo e dinheiro.
No meu tempo as mães chegavam a disputar qual uniforme era mais branco, acredito que a marca de sabão em pó que promete o branco perfeito se inspirou nas mães daquele tempo. Aqui, faço um parêntesis para contar uma história que hoje é engraçada, mas à época, me deixou bastante aborrecida. O ferro de passar roupas entrou em curto, queimando o termostato (regulador de temperatura) e, a blusa branca foi queimada. Adianta brigar com o ferro de passar roupa? Manda-se consertar. Era assim que os fatos se davam. Fiquei aborrecida.
Não custa nada perguntar ao outro como foi o dia e ouvir. Não adianta perguntar ao familiar como foi o dia como se fosse o tradicional: “Tudo bem com você?”, e continuar o trajeto na rua como se tivesse perguntado a ninguém.
Não custa mais do que dois minutos esquentar o lanche no forno de micro-ondas e servi-lo num prato com guardanapo junto com um copo de água, a gentileza dentro de casa poderia ser natural.
Outro parêntesis: na minha casa ninguém ficava resfriado sem ganhar gemada quente. Para ser sincera eu não sei fazer a tal gemada quente com canela em pó polvilhada sobre o leite, mas que era boa, eu garanto. Eram as delícias da gripe em tempo frio. Hoje tem vacina e não é correto falar em delícias da gripe. Já disse pronto e ponto.
Para existir família é preciso que alguém se disponha a fazer um dengo e um carinho. Porque amor acaba, separação existe, o dinheiro acha que pode mandar em todo o mundo; na família não.
Penso que é necessário agendar ao menos quinze ou vinte minutos para se gastar dentro de casa, com o outro, com aqueles que convivemos na intimidade.
Família ainda é um bom negócio, são as pessoas que te aguentam nos piores dias, mas nos melhores também estão a postos para brindar por você e, por fim, é uma estrutura que funciona.