Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

História de Cinema / Crônica do Cotidiano

História de Cinema

     Como a fonte é confiável, vamos à "estória":
     Lembram daquele filme Top Gun? Aquele onde o protagonista foi o Tom Cruise? 
     Contaram-me alguns detalhes das gravações. A casa onde houveram as cenas quentes do filme era uma casa alugada em Key West, sul da Flòrida, 
     Ao estúdio coube o cenário externo com aquele areal em volta, pois, na realidade, a casa fica num bairro daquela pequena cidade com casas por toda a quadra, porque as cenas foram realmente filmadas dentro da casa.
     A praia foi em outra localidade, não especificada.
     Eles, os cinematógrafos, barateiam os custos e investem nos cachês dos artistas.
     Os aviões utilizados no filme foram os aviões do museu de aviões e, a computação gráfica fez o que era preciso para que houvesse movimento.
     O filme é relativamente antigo, de 1.986, mas, segundo consta, a casa é conservada como se fosse para o filme, pois os seus moradores não se incomodam pelo fato. Consta que as pessoas passam pelo lado de fora, mas que nenhuma delas ousa perturbar o sossego dos seus moradores.
     Devagar, fui me inteirando sobre a filmagem de Top Gun ou "Ases Indomáveis".
     Atenta, ouvi sobre outras casas numa daquelas ilhas unidas por pontes no sul da Flórida.
     Esse eu tive que pesquisar a sinopse para contar direitinho: Um grupo de jovens se reúnem para um luau em Isla Morada e a reunião transforma-se numa confusão danada. O grupo de casas que aparece no filme continua lá para quem quiser ver.
     A imaginação na hora de colocar os personagens em ação é arte e economia na hora de produzir um filme.
     Várias localidades são usadas para montar o flime em acordo com o roteiro para levar ao espectador o sentido de realidade. Esses lugares contém o mesmo ambiente propício para localizar uma ideia. São paisagens similares com o esmo tipo de vegetação.
     Seria falta de imaginação pensar em fazer um filme com todas as cenas localizadas num mesmo ambiente e, os custos do filme podem se manter iguais se a escolha for cuidadosa.
     O som do filme é que é fundamental nessa hora para que a continuidade seja conforme o planejado. A sonoplastia pode ser a fonte de lucro de um produtor. Uma sonoplastia de qualidade causa conforto ao espectador e qualquer discordância sonora, embora pareça imperceptível ao produtor, influencia muito a quem assiste o filme.
     Uma casa localizada onde o chiado do mar existe, ele deve ser gravado em separado para que seja inserido nas cenas de estúdio referentes a essa mesma localidade, quando ao vivo.
     A conversa foi excelente e eu não poderia deixar de compartilhar com vocês.
     Para encerrar, Elvis: https://www.youtube.com/watch?v=PXf1vxVU0jo
     O vídeo somente pode ser assistido pelo YouTube, mas a tônica é a mesma, cenário, sonoplastia e locais para a filmagem.

      

domingo, 29 de maio de 2016

Sinopse

Sinopse



Esse frio aconchegante
Desse ar condicionado,
Nesse jeito elegante,
Num dia mui descansado,

Com cobertor gigante,
Diz que o calor é ao lado
Com um livro radiante
Que é comercializado

E não para na estante
Para ser apreciado.
Sinopse interessante
D'um autor revelado.

sábado, 28 de maio de 2016

Espiritualidade

Espiritualidade



Espaço do entendimento,
Consciência da humanidade
Que se chama envolvimento
Em prol da serenidade,

Que não é perda ou volta ao tempo,
Transforma-se em equidade
Projetos de acolhimento,
Desejos da sociedade
Vizinha ao desprendimento.

Pensa o ser em movimento
Com espiritualidade
E serve-se a esse momento
Melhor que a modernidade.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Pessoal

Pessoal



Deixem para os outros escolherem
Essa escolha particular,
Quando a caridade é o que querem,
Quando não há nada a se pensar.

Esse tempo a que dispuserem,
Pode muito nos ajudar
À luz do amor que supuserem,
Possa sempre se realizar.

Digam lá e, também exagerem;
Esse exagero que é o sonhar,
Mas, à vontade e, se quiserem,
Possam saber do verbo amar.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Queijadinha


Queijadinha



Um poema bem educado
É um livro a ser desenhado
Pelo leitor de um momento,
Que vê nele o estranhamento

Inserido e não moldado,
Algo caracterizado,
Brisa leve ou passatempo
Escrito num catavento.

O instante modificado,
Queijadinha de mercado
Ao caseiro movimento
D'um café, esse bom alento.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Arrematação

Arrematação



Nem feio e nem bonito
Esse dia esquisito
De estupefação.

Sem chuva, acredito;
E digo e arrebito
A ideia em omissão.

Resumo descrito

É arrematação.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Resolvida


Resolvida



Lavo essa roupa,
Mesmo cansada.
Sei que não é pouca
Mas, esperada.

Guardo essa touca,
Recompensada,
Ao armário solta,
Quase abençoada.

Resolvo a roupa
E aqueço a esfriada
Que se balouça
De madrugada.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Regulamento

Regulamento

Cumprindo as regras,
Não estamos sós,
Somamos nós,
Medimos réguas

De muitas léguas
E pés e após,
Pão-de-Ló à vós
De tantas tréguas.

E assim te alegras,
Soltando a voz
Sabendo a noz
Das frescas relvas.

domingo, 22 de maio de 2016

Pulsante




   Pulsa ao mundo o amor,
É ele a forma aceita,
É ele o que te enfeita,
Nesga de esplendor.

Mostra ao mundo a flor
Fresca, ao jardim feita,
Alva flor eleita
Pelo Redentor.

Sinta o leve olor,
Sombra ao sol perfeita,
Nessa luz afeita,
Leve ao sonhador..

sábado, 21 de maio de 2016

Trocar de Preocupações

                                                             Troca de Preocupações

     Trocar de problemas é uma das atividades úteis que fazemos para nós mesmos. Problemas todos têm, mas aqueles repetitivos, se não podem ser resolvidos, podem ser analisados sob outras perspectivas.
     Hoje eu lembrei de mais gente que troca de problemas de vez em quando e, numa análise especial, os problemas são os mesmos.
     Idade temos para parecermos todos avós, mas aquele conceito antigo de avós é ultrapassado. Aqueles problemas dos mais antigos podem ser os nossos, tais como a tecnologia de ponta aplicada aos nossos meios rudimentares, pelo menos depois do que tenho visto em matéria de tecnologia já penso em antigos e rudimentares utensílios eletrodomésticos.
     Estou sendo bem sucedida em trocar de problemas e verificar que são os mesmos.
     Abuso um pouco e depois me contenho nessa salchicha de queijo com fatia do céu. É um abuso, mas é do tempo antigo.
     Hoje o pensamento é mínimo, mas a reflexão por trás do texto é estupenda.  

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Desafios


Desafios



Desafios são problemas
Para o bem dos teoremas,
Músicas e canções,
Fora as contradições.

Quando soam os fonemas
Raros das alusões
Óbvias, são as condições;
Saibam-se os novos temas.

Grifos não são dilemas
Próprios dessas questões,
Dispõem-se feito emblemas;
Campos das traduções.

Mundo Racional


Mundo Racional



Este mundo racional
Não diz do excesso descrente.
Se todo problema é igual,
A resposta é falsa à mente.


Não se nega ao emocional
Porque a razão é contundente,
Porque sendo tangencial
Por onde passa é latente.


Círculo-vicioso ideal
À tendência que é frequente
Que é, sim, absurdamente irreal,
Pois, à sorte, somos gente.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Boa Intenção



Boa Intenção



Senhor, não sei pregar.
Talvez porque esta ação
Não seja a vocação,
Não em meu caminhar.

A cada um seja o olhar.
Divina é a perfeição,
Cabendo a ela falar,
A Sua direção.

Sei e posso poetizar
Em forma de oração,
Com fé compartilhar,
O que é essa boa intenção.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Plastificação


Plastificação




Arte cansada
É poluição,
Massificada,

Visualizada
Sem emoção;
Plastificada.

Cronometrada
Desatenção.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Música preferida


Música Preferida



A música preferida
É aquela que ainda consegue
Ligar-se a essa subjetiva
Vontade de ser ouvida,

Somando fantasia à vida,
Movendo-se ao que enobrece,
E chega ao que desavisa
A cônscia razão e enternece.

É a escolha em alternativa
Perfeita ao que desconhece,
Em sendo à alma prestativa
Numa razão comovida.

domingo, 15 de maio de 2016

Natureza


Natureza



Para que desconsiderar
Que todos somos natureza,
Quando a podemos vivenciar;
Somos bichos em sutileza.

Mas, se há alma, essa há que se pensar,
Enquanto espírito e em grandeza,
Que há evolução em meio a esse expressar
Cultivado em certa certeza,

Se é que podem se comungar,
O pensamento e a natureza,
Na humanidade a idealizar
A beleza dessa incerteza.


sábado, 14 de maio de 2016

Sabiá


Sabiá



Troca o almoço pela janta
Todo estômago que canta
Antes do entardecer.

Esse sol que se agiganta,
Pede calma a quem levanta,
Guarda o sol a se esconder.

Sol é chuva e dorme à manta

Sem deixar-se envaidecer.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Customização

Customização



Pensamentos desajeitados
Desencolhem e não são roupas
De algodão e brim, centrifugados,
Abrigados com muitas toucas.

Estranhados e destravados,
Agasalham em toucas poucas,
Sem dizer de onde vêm atados
Nessas novas prosódias soltas,

O que nos faz acostumados
Às mil notas em pauta envoltas,
Em fá e sol. Se, customizados,
Ao chegarem, vibram as louças.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Pesquisa Musical

Pesquisa Musical



Piano não é automóvel
E não pega no tranco,
Música é o Deus imóvel,
Nosso Espírito Santo.

O nosso telemóvel
Veio à música, bem franco,
Num torpedo-automóvel
Com partitura ao banco.

Ravel enquanto móvel,
Pauta, Youtube e banco,
Ressaca ao prêmio Nobel,
Canta a paz chilreio em branco.






quarta-feira, 11 de maio de 2016

Com Televisão / Crônica do Cotidiano

Com Televisão / Crônica do Cotidiano



     Estou me inteirando sobre o país hoje porque fiquei sem televisão durante aproximadamente entre dez e quinze dias.
     Tenho ouvido comentários esparsos enquanto vou ao supermercado.
     Eu acredito que esse tempo de alguns meses é realmente necessário para o país se pensar e se resolver no que tange aos seus ideais.
     A primeira vez em que ouvi falar em petróleo foi na aula de ciências nos primeiros anos dos bancos escolares. O petróleo equivale ao ouro, é riqueza nacional. Como é que está esse “ouro” nacional hoje? Não sei. Também não sei quem saiba. O que eu sei é que o país precisa saber das notícias sobre o petróleo nacional, o seus lucros e os seus prejuízos. Precisamos saber onde o país mantém a exploração de petróleo e quanto à crise no oriente tem afetado a empresa chamada Petrobrás. As quantas andam o petróleo, os seus produtos e derivados comercializados? Não sei e, pense o leitor (leitora), que até mesmo os bancos privados publicam os seus balanços nos jornais. Como foi que terminou aquela crise e quais foram as suas consequências? Estamos desinformados.
     O que está havendo com a figura do eleitor comum, aquele não partidarizado ou engajado? Segundo os esparsos comentários durante as compras, os quais vieram a serem entendidos especificadamente hoje, é mágoa. Mágoa de quê? Bom, cada vez que um político destrata o outro, o eleitor sente-se destratado. Nada mais deprimente do que esse “Tchau querida e Tchau querido” respectivamente ouvidos numa única semana.
     Discute-se muito um conceito para a família, mas parece que esse conceito é mais óbvio do que parece: é um agrupamento entre grupos consanguíneos e afetivos que ocupam um mesmo espaço de convivência por vontade de todos os seus participantes.
     Sou de meia idade e o conceito de família naquele tempo onde se tentou criar a ideia do amor livre, a família foi discutida, não há maior liberdade de amor do que dentro de um lar. A legislação serve apenas para regular o que existe espontaneamente.
     O que está fora do conceito acima citado como família não é família e a lei não deveria legislar a favor do que extrapola esse conceito. Essa mágoa geral é oriunda, por mais que se possa achar incrível, de grupos que poderiam considerar uma conquista social. A lei extrapola os conceitos de família, pensem nisso, regularizando o que não é família. Esse parágrafo que parece conservador é, no entanto de grupos específicos que se sentem prejudicados, como os homossexuais, cabeleireiros, que possuem as suas famílias, muito embora ainda não regulamentada por lei. Apesar de tudo isso, a palavra proscrita está regulamentada para tristeza de muitos e muitas “dançarinas’.
         Parece que os problemas não acabam, vamos às queixas na saúde. Em consequência de uma mordedura canina o serviço de emergência solicitou a visita ao posto de saúde para os primeiros socorros. Aqui, eu abro um parêntesis para alertar a todos que: quando se sofre mordedura canina por cachorro de rua, a vacinação e medicação devem acontecer antes que se complete 24 horas após o acidente.  A vacinação ocorre prontamente nos postos de saúde indicados pelo SAMU, quanto a isso, o atendimento é exato. Uma vez que o atendimento foi realizado prontamente, as queixas dos demais frequentadores dos postos de saúde se fizeram ouvir. A medicação indicada pelo médico está na farmácia do posto de saúde ou na farmácia popular? Quando é que o paciente deve ou não comprar o medicamento em caso de não existência do mesmo dentro do posto de saúde? Em caso de efeitos colaterais desagradáveis como é que o paciente deve proceder tendo em vista a demora na concessão das consultas não urgentes? Qual é o período de espera considerado normal para um paciente atendido pelo posto de saúde? Eu não sei. O povo que frequenta posto de saúde também não tem orientações seguras.
     A reclamação continua na educação, as mães sentem-se temerosas quanto às escolas, elas largam tudo para irem até a escola, só que muitas vezes não está ocorrendo nada de errado com o filho (filha). Bastaria uma cartinha da direção dizendo que a criança tem bom comportamento e que as suas notas estão regulares e a mãe estaria sossegada. Acompanhar a educação de uma criança conta com a participação dos respectivos pai e mãe, mas isso não os deve sobrecarregar desnecessariamente.
     Indústria e comércio: quais são os mecanismos econômicos que podem aumentar o consumo sem aumentar a inflação mantendo o bom desempenho para as empresas. Essa é uma discussão entre empresários e governo. Não adianta promover um culpado e se conformar com a existência desses pseudo- culpados, é a conversa que resolve o investimento.
     Vamos ao governo, mais queixas. Seria obrigação de o governo promover a interação social instituindo o respeito às diferenças de pensamento como norma. Apontar onde estão os preconceitos, lembra o preconceito, mas não a erradicação do problema. Interagir é a melhor forma de acabar com os preconceitos e cabe ao governo fazer campanhas abrangendo as diferenças. Porque os vícios sociais existem entre iguais; é preciso que todos entendam que os seres humanos não são somente virtude, embora a busquem com todo o empenho e dedicação. O que deve se combater é a exploração do homem sobre o homem e tornarmos a convivência harmoniosa possível onde antes era improvável.
     Diante de todas essas dificuldades e reclamações, o tempo é necessário e a organização se faz necessária.
     Suponhamos que haja esse tempo. É óbvio que ninguém será excluído da discussão. NINGUÉM. Mas o tempo existirá como consequência do excesso da desinformação vigente.
     O meu problema é que eu tenho blog e ando sendo cobrada por muita gente.
     Se eu não tinha tocado no assunto até agora, está feito.
     Eu quero, antes de terminar o texto, mandar um grande abraço para cada um que se lembrou de que eu tenho blog e que estava quieta diante da crise. A opinião de cada uma dessas pessoas foi ouvida e, por fim, este texto é delas e, eu o assino agradecido.
    

     

terça-feira, 10 de maio de 2016

Ponto e Pontuação


Ponto e Pontuação



A hora do dia feito,
É a hora da oração
Que agradece o pão,
Que louva o perfeito.

Nesse gesto e jeito,
O fermento e a ação
Da levedação
Nasce sem conceito

De que a lua é o queijo
Fino da intenção,
Ponto e pontuação,
Fatiado em confeito.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Preludiar


Preludiar



É bom sentir-se humana,
Saber-se na ventana,
Respirar desse ar frio.

Não há vento e nem cabana
Na paisagem urbana;
Persiana é rodopio.

Sensação que se explana
No ar, som que preludio.

domingo, 8 de maio de 2016

Poema Automático


Poema Automático



Empilham-se as caixas,
Sempre as mesmas caixas
De papel prensado.

Amarram-se as faixas
Em esteiras baixas
E vão ao compensado.

Depois desencaixas,

Mas nunca é pesado.

sábado, 7 de maio de 2016

Mamma!


Mamma!



Porque não pode ser pago,
Lembra-te do que é sem preço,
Ama quem te sabe ao avesso
E de ti merece afago.


Criou-se um dia para esse abraço,
Quando todo dia é o seu apreço
Numa oração feita ao berço,
Saiba-te nesse retrato.


Lembra-te a louvar o passo
Mesmo quando foi contexto;
Cuida que a vida é o começo
Dado à luz, Deus em formato.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

À Frente

À Frente



Bom é olhar para frente,
Não importa por que seja,
Importa ao que viceja
A esperança da gente.

A atitude é consciente
E à vontade se esteja,
Mas, a pensar, planeja,
O bem assiduamente.

O idealismo é coerente,
Sem revés se verseja,
E, ao susto, sacoleja,
Mas, d’alma é consulente.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Essência

Essência



Sei que envelheci
Sem envelhecer;
A luz que aprendi
E sigo a aprender

É a música em si,
Sempre a conhecer
A que ainda não ouvi,
Um novo prazer.

Não me envaideci
E não é sem querer,
Dentro d’alma eu a vi
Contente a viver.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Bolo de Fubá / Crônica do Cotidiano

Bolo de Fubá / Crônica do Cotidiano



     Estamos quase em junho e começam a aparecer os quitutes típicos e, modéstia à parte, eu conheço a padaria onde se vende o melhor bolo de fubá da cidade. Exagero? Depende do paladar de cada um e, para o meu paladar, é o melhor bolo de fubá da cidade.
     Fui até a padaria e pedi um café com bolo de fubá (milho).
     Logo em seguida chega uma moça e olha para mim. Estou mostrando o meu contentamento com o bolo de fubá com café.
     A moça olha para a balconista e pergunta se o bolo é tão bom como parece ser a me ver comer com satisfação.
     Chamou? Chamando ou não chamando eu disse a minha opinião sobre a qualidade do bolo: _É o melhor bolo de fubá da cidade.
     A moça sorriu para mim, mas perguntou à balconista se o bolo não engordava e a balconista respondeu:
     _O bolo não engorda. Quem engorda é quem come o bolo.
     A balconista disse a frase e riu-se por não se lembrar de onde foi que aprendeu algo tão inteligente.
     A moça olhou para mim e perguntou se era muito bom mesmo.
     Eu disse que era e que cada vez que eu vou àquele bairro, eu passo lá e peço café com bolo de fubá.
     A moça pediu um pedaço de bolo para levar e a balconista disse a ela que ela voltaria lá, porque realmente o bolo é bom.
     Por acaso, na padaria havia jovens de uma cidade das redondezas.  Um deles, imponente, disse que foi à praia durante o feriado passado e ficou indignado com o pessoal do hotel que havia reservado para ele e a sua esposa um quarto com vistas para os fundos do hotel.
     _Eu exigi um quarto melhor. Sou do interior, mas sei o que é bom. Disse a eles para que não pensassem que eu era matuto. Pedi um quarto de vista para o mar e disse que vista para a piscina não me interessava. Eu tenho piscina em casa. Aí eu mostrei quem eu era. O dono do hotel conseguiu um quarto com vista para o mar e eu passei o feriado com vista para o mar.
     Mas os outros jovens adultos também eram da cidade pequena de onde vinha o jovem. Eles não viajaram durante o feriado e se reuniram e fizeram uma festa.
     O jovem perguntou se a festa estava boa e eles disseram que estava e, concluiu que o feriado, por certo, tinha sido bom para todos eles.
     Um deles virou-se para o jovem e disse:
     _Para nós foi. Agora, você querer se arriscar a ser apanhado por um tsunami, não foi muito bom. De frente para o mar, o que é isso? E, se, por acaso o mar resolve se encrespar você é o primeiro a ir com o mar?
     Ele engoliu em seco. Depois de tanto esforço por conseguir um quarto com vista para o mar. Mas não respondeu, murmurou a palavra tsunami várias vezes e não encontrou resposta.
     Nisso acabou o café e o bolo. A moça pegou o pacote dela com café e bolo de fubá e foi ao caixa.
     Entrei na fila.
     Todos os presentes conseguiram essas alegrias que só existem nas cidades pequenas.
     A gente precisa disso também.