Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

http://frasesemcompromisso.blogs.sapo.pt/

O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Segue

Segue

clip_image002

Pêndulo é metrônomo,

Relógio dos ventos

De todos os tempos.

 

De sentido autônomo,

Diz não aos contratempos

Em seus movimentos.

 

É o sonido incômodo

 

Que evita lamentos.

domingo, 29 de novembro de 2015

Vosmecê / Crônica de Supermercado

Vosmecê / Crônica de Supermercado

clip_image002

Eu entrava devagar no supermercado. Aquela voz calma conversando com as moças sentadas para alguma pausa chamou a atenção.

Não estava bêbado e falava com lucidez. Era andarilho e pediu algum pedaço de pão, o que elas ofertaram a ele.

De repente ele falou numa voz pausada e séria:

_Por que vocês não vão à praia? Quem não vai à praia não sabe o que é se banhar na água salgada.

As moças entreolharam-se e não responderam.

Ele, com aquela calma, a de quem viveu muito, coisa que os seus cabelos brancos não negavam, disse mais alguma coisa a elas.

_Nessa vida tudo pode acontecer. Depende daquilo que se crê. O banho salgado acalma, mas salga.

Depois, se repetiu de outra maneira, com a voz serena da sabedoria:

_Não era bem isso o que eu queria dizer.

Essa frase foi dita num tom de humildade não humilhante, foi num tom pensativo que ele exprimia aquela ideia.

As moças ficaram inquietas e trataram de se levantarem e sair dali. Disseram palavras bonitas de bênçãos e desejos de boa sorte na caminhada daquele homem.

O homem guardou o pão na mochila para comer depois.

Ficou muito exata a diferença entre a humildade e a humilhação.

Aquele homem era possuidor de uma humildade altiva, pacífica, difícil de descrever porque era isenta de autocompaixão ou qualquer sentimento além da humildade.

Elas entraram no supermercado e, eu também entrei.

O olhar distante daquele homem com aquele sorriso bom, parecia sussurrar que elas não sabiam o que ele queria dizer.

E eu pensando no que ele diria caso fosse blogueiro. Eu queria ouvir mais e a conversa nem era comigo.

Antes de perdê-lo de vista dei mais uma olhada naquele homem e, ele olhava longe sorrindo como quem olha o mar.

sábado, 28 de novembro de 2015

Soneto Amargo

Soneto Amargo

clip_image002

Sete vezes não faz uma semana,

Disse a carta na mesa sem mais nada;

Esse sete fingiu feito à cigana,

E previu toda sorte serenada.

 

O que a sorte diz, quase sempre engana,

É impossível que a sorte seja dada

Sem que seja buscada ao que se irmana,

E, o sentido, é querê-la bem pensada.

 

Toda sorte, se doada, é o que profana;

A esperança é a vontade apaziguada

Com carinho, não há vela sem ventana.

 

Impedida é essa luz quando apagada,

Se a certeza também é traquitana,

O destino é pensar na sorte dada.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Pela Paz / Reflexão

Pela Paz / Reflexão

clip_image002

Este foi um ano difícil para o mundo, pois está terminando com a ameaça de uma guerra absurda, como as guerras costumam ser.

O que é que nós podemos fazer quanto a isso? O primeiro pensamento que surge é dizer nada e o segundo pensamento é que aguardemos os acontecimentos, as defesas dos países, etc.

Mas, pensando bem, acho que algo pode ser feito e esse algo é uma atitude pela paz. Como? Vamos às ideias que surgiram enquanto eu lia as notícias.

Um dos problemas de todas as guerras é o ultraconservadorismo de, pelo menos, uma das partes envolvidas nos conflitos. Os ultraconservadores não admitem ideias fora daquilo que eles consideram o certo como filosofia de vida. Penso que esse é um grupo que tende ao conflito, porque filosofia de vida cada um tem a sua e a não aceitação de outros conceitos filosóficos como válidos importa em dominação e submissão por parte dos credores desses conceitos.

Podemos evitar o comportamento ultraconservador e a sua ostentação. Por que é que os ultraconservadores gostam de ostentar o seu posicionamento? Isto é algo que eu não entendo. Mas a história está nos livros e mostra que os ultraconservadores ostentam, provocam e esperam as reações a fim de dominar ou subjugar outros grupos.

Quanto às ações propriamente ditas, dependem dos países e dos seus governantes. Quanto a este fator, sim, resta esperar.

É necessário dizer que o ultraconservadorismo não está ligado, por princípio, ao chamado imperialismo. O imperialismo não espera ser atacado para tentar dominar outros grupos, ele age com ou sem ostentação, com ou sem provocação e, muitas vezes sem conflito. Note-se que imperialismo não tem vinculação ideológica, pois não é sobre a ideologia que escrevemos, é sobre a busca da paz em tempos difíceis.

Outro problema de todas as guerras é o sadomasoquismo, são as pessoas que gostam de brigas porque podem bater lembrando sempre que podem apanhar, enfim, os conflitos para essas pessoas parecem ser motivo de diversão. Esses são os alimentadores das guerras.

A maior parte da humanidade dirá que não conhece sadomasoquistas. Está enganada. Quantos de nós não ouvimos, ou lemos em revistas, que as guerras são fonte de progresso, das novas invenções, das novas tecnologias, etc. Não podemos concordar com esse tipo de raciocínio. É desumano e cruel pensar assim, mesmo porque ninguém é imune a conflito algum, muito menos a uma guerra. O mundo tem problemas suficientes para que procuremos soluções, não precisamos de guerras e nem de milhares de mortos para conseguirmos um novo liquidificador (que, aliás, não liquidifica como o antigo e é por isso que eu guardo o meu liquidificador antigo, fabricado em tempos de paz).

São grupos a serem evitados, ou, admirados, conforme o posicionamento de vida de cada um.

Eu li uma frase que diz o seguinte: “... e se alguém tiver mais alguma sugestão que possa contribuir com a paz, que escreva também.”.

Pensemos na paz!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Conformações

Conformações

clip_image002

Dois livros, duas capas,

Iguais, desconexões

Complexas nos seus mapas

 

Em cor, grávidas batas,

Gestando as emoções

Possíveis entre as datas.

 

Gramatura nas ramas

 

São as tais conformações.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Sutileza

Sutileza

clip_image002

A sutileza de uma lembrança

É o que te faz manter a esperança

De que o amanhã seja um dia melhor.

 

Se, o equivocado fez a mudança,

De um pensamento que reage à dança

Descompassada do início ao pior,

 

É necessário o que não descansa;

 

É equivocado calar o amor.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Entardecer

Entardecer

clip_image002

O canto da gente,

Sossego da mente

Ao dia que vai

 

Em ritmo fluente

E consequente.

A tarde cai,

 

Quase indolente;

 

Acena e sai.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Refrão

Refrão
clip_image002
O que dizem as canções
Não se pode traduzir;
Se não dizem emoções,
Vão ao futuro sem sentir.

São sensíveis ilações
De um caminho sem mentir;
São possíveis negações
Atonais a conduzir.

Se souberem os jargões,
Saberão que é repetir
O já feito sem cauções;
Quem sofreu não quer sorrir?

domingo, 22 de novembro de 2015

Distração

Distração

clip_image002

Pés maltratados

São calejados,

Pisado é o chão.

 

Inconformados,

Desconfortados

E, com razão.

 

Se priorizados,

 

É distração.

sábado, 21 de novembro de 2015

O Que Acontece / Crônica de Supermercado

O Que Acontece / Crônica de Supermercado

clip_image002

Por circunstâncias diversas, hoje fui a outro supermercado, comprar pães, como usualmente.

Estava para ser atendida pela balconista, quando duas funcionárias chegaram ali apavoradas. Pediram para a balconista para ajudá-las, pois estavam algumas pessoas dentro do supermercado consumindo alimentos. Elas chamaram atenção das pessoas, mas de nada adiantou. Ao contrário, foram expulsas do corredor onde essas pessoas estavam.

Pasmem: elas precisavam avisar a gerência para chamar os seguranças, mas elas mesmas precisavam ficar em local seguro para chamar o segurança. Dentro do supermercado.

Comprei os pães e me dirigi à frente dos corredores para procurar um caixa mais ou menos vazio.

Foi um alívio ouvir ao microfone do som ambiente a gerência chamando os seguranças.

Um supermercado de bairro de classe média.

Pelo jeito das duas moças, a situação não foi fácil para elas.

Eu tinha alimentos comigo e também fiquei com receio.

Agora, depois de voltar para casa, percebi que não sei lidar com essas situações. É uma sensação esquisita saber que alguns vândalos estão dentro do supermercado e em algum corredor que não se pode imaginar, são vários os corredores com alimentos.

Igual a ontem, saí do lugar sem saber como foi que a história terminou.

Diferente de ontem, porém, quando eu refleti sobre a agressividade implícita de certos diálogos, os que não gostamos sequer de saber, hoje, eu fiquei sem saber como agir com as minhas compras.

Entre a saída da panificadora e o corredor da frente, um homem mais baixo que eu, claro, com olhos claros, cheio de músculos, que não era segurança do supermercado e me disse boa tarde. Sem me lembrar de ninguém com essas características e, estando num ambiente hostil, disse boa tarde e corri para o corredor da frente. Achei que o tal homem pudesse ser um dos vândalos.

Realmente, dessa vez, fiquei atoleimada.

Os dias de hoje estão complicados, mas é bom narrar essas histórias com todos os detalhes presenciados.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Um Filme Que Não Termina / Reflexão

Um Filme Que Não Termina / Reflexão

clip_image002

Todo filme precisa de um fim, seja ele alegre, ou triste. Filmes que não terminam deixam ao cinéfilo uma estranha sensação de frustração.

O arremate de toda história é necessário. Toda etapa tem o seu término para que outra etapa comece.

Não existe o mesmo time sem líder.

Essa ideia de filme onde cada qual segue o seu caminho pretendendo reunirem-se anos depois, é filme de formatura de qualquer curso.

O roteirista escreveu para o último diálogo entre dois jovens:

_Eu espero que no futuro que hoje se inicia nada de mal te aconteça.

O outro jovem respondeu:

_Eu espero não ter que usar o seu passado contra você.

É um filme sobre amizades e como podem se tornar corrosivas.

Esse é um filme que muitos artistas se recusam a participar. Não é um filme sobre amizade, é um filme sobre jogos de interesses.

Depois de bons momentos a situação se perde até chegar ao caos das relações humanas.

O letreiro, ao final do filme, diz: continua...

É um filme imaginário, mas de uma crueza absurda. Porque essa é a pior das possibilidades, a de amargar tudo de bom que é possível.

Existe ambientes onde se pode cultivar o amargor, mas fogem ao propósito da existência.

Talvez a influência do texto tenha feito surgir este filme.

O texto dizia das pressões indevidas e inaceitáveis, da imputação de culpa a quem não a têm, as trocas de favores, as obrigações impostas por grupos criminosos e outras situações desagradáveis.

Realmente era um texto fora da lei.

Discutia a marginalidade espiritual, porque da legal, os conhecedores das leis sabem como agir.

Excluiu-se do texto todas as outras possibilidades, a possibilidade do bem, da ajuda mútua, da livre iniciativa espiritual de preservar os pontos comuns e de mútuo apoio.

Esse é um texto irreal porque não existe esse mal apregoado nele. A tristeza e o amargor não são a regra dos propósitos da existência.

Peguei um táxi. O motorista contou em poucas palavras uma história de mendigo. O mendigo, no passado foi um empresário. Traído pela mulher, ele deixou os bens para os filhos, vendeu a empresa e foi conhecer o mundo. Gastou tudo. Voltou ao Brasil, não se reergueu e se transformou em mendigo.

Eu não acreditei nessa história, achei-a exagerada. Se o empresário tinha deixado os bens com os filhos, como é que ele volta ao país e se transforma num mendigo? Se ele gastou o dinheiro da empresa, por certo teria propriedades disponíveis, tendo em consideração que, segundo o taxista, ele se dava bem com os filhos.

A marginalidade espiritual não se pode aceitar como regra.

Cabe a cada um de nós não aceitarmos tanto amargor. Termina-se uma etapa, começa-se outra. Não existe time sem treinador, o treinador é a alma do time.

A doutrina do amargor é uma falsa doutrina. As possibilidades boas existem como fator integrante da humanidade.

Não se seguem caminhos derrotados de início, ou, ultrapassados. O derrotismo é uma perversidade do indivíduo contra ele mesmo.

Imaginem sair, ir ao cinema, comprar pipoca e assistir um filme como o imaginado no começo do texto. É melhor ficar em casa.

Penso que não podemos cultivar a desesperança, há muita gente que pode, nesse momento, estar precisando de nós. Que ninguém se obrigue a sair por aí praticando boas ações, mas, não é má ideia, quando se compara com pensamentos derrotistas e amargos sobre a existência.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Glória a Deus!

Glória a Deus!

clip_image002

Sobreviva,

Depois diga,

Que valeu.

 

Leva a vida,

Bem vivida,

De ateneu.

 

Desmedida!

 

Glória a Deus!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Escalafobético

Escalafobético

clip_image001

Pelo menos, no Brasil, tem fevereiro,

Em seu enquanto a tradição diz da alegria,

Fantasia que pertence ainda ao brasileiro,

Nessa sátira aos costumes, na folia.

 

Muitos sabem que o bom samba faz recreio

E distrai, se solfejada a cantoria,

Balbuciando a melodia em seu novo meio,

Sem cansaço, pois dormir é para o dia.

 

Se, queremos as canções e as melodias,

Que divirtam a Inocência em segurança,

Neste mundo dos Faustos às tontarias,

 

Pois, mudados os costumes, e os bons dias,

Não são nossos; (nem é nossa alguma dança),

É o cinismo às gerações sem nostalgias.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Um Contento

Um Contento

clip_image002

Racionaliza a tela,

Permita ao pensamento

Deduzir da procela

Todo esse firmamento,

 

Liberto de cautela;

O medo em livramento

Protegido à janela

Em doce movimento.

 

Descansa da querela

Apenas um momento

Numa ideia nova e bela,

Que a luz vem a contento.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Lamento

Lamento

clip_image002

Ajeitam-se as casas,

Que a chuva de vento,

Chorou sem ter asas.

 

São cacos em brasas,

Dormindo ao relento,

Na dor que extravasas.

 

São muitas as sacas

 

Sem nome ao lamento.

domingo, 15 de novembro de 2015

A Discussão / Crônica do Cotidiano

A Discussão / Crônica do Cotidiano

clip_image002

Pensei muito antes de postar sobre o assunto, mas é um assunto que mexe com a sensibilidade de todos e a discussão fica naquela mesa. Por aqui ficamos em reflexão.

Entrei muda e saí calada. Eram nas mesas ao lado seis cristãos conversando sobre a igreja.

Uma das senhoras estava enfadada porque uma das frequentadoras da sua reunião semanal disse a ela em voz sincera:

“A dinâmica da minha família não pertence à igreja ou ao nosso grupo.”

O jovem senhor respondeu:

_Esse é um dia difícil.

A mulher do jovem senhor, querendo contemporizar a situação, perguntou o motivo da frequentadora da reunião familiar ter dito tal frase a ela.

A senhora contou o caso:

_Eles estão viajando para vários lugares. Cada membro da família viaja para um lugar e eu disse que eles poderiam, ao invés de viajarem cada um para um lugar diferente, comprarem um apartamento numa cidade de veraneio ou um a xácara numa cidade prazerosa e passarem todos os feriados juntos. Penso que para a nossa igreja seria mais conveniente, pois veríamos aquela família em permanente comunhão.

O jovem senhor respondeu:

_Esse é um dia difícil.

A mulher dele sugeriu que a senhora convidasse toda a família para frequentar a reunião familiar e, se fosse assim, ela mesma testemunharia o bom relacionamento familiar entre eles, apesar das viagens.

O jovem senhor espantou-se com a sugestão da mulher e exclamou:

_Oh, não. Esse é um dia difícil.

A senhora ficou nervosa com a sugestão da jovem senhora.

_Eu liguei para o pastor e fui conversar com ele. Disse a ele a minha preocupação com a vida familiar que eles levam e contei o que ouvi.

O jovem senhor exclamou novamente:

_Oh, não! Esse é um dia difícil para todos.

A família que estava na outra mesa ouvia tudo atentamente e, a mulher cutucava o marido discretamente com o cotovelo, enquanto ambos atendiam a refeição da garotinha, filha deles.

A senhora ficou mais nervosa e falava compulsivamente das suas razões.

O bom dessa refeição foi que saímos em paz. O respeito do meu irmão para comigo é digno de elogio, pois ele não frequenta a mesma igreja que eu, mas partilhamos algumas ideias sobre alguns assuntos religiosos em particular.

Respeitamos igualmente as mesas ao lado e, até mesmo o garçom, trouxe a conta sem abrir a boca.

Viemos embora enquanto a senhora contava os seus argumentos.

O que eu sei é que a ressaca do que vimos pela televisão, os atentados terroristas, exigem prudência em todo e qualquer comentário, vindo de quem quer que seja. São episódios que mexem muito com a sensibilidade das pessoas e, nós temos que compreender que cada pessoa reage de maneira diferente diante de uma tragédia.

Coube a nós todos compreender o nervosismo daquela senhora.

Eu gostei do que aconteceu porque questiona os limites da influência persuasiva que achamos que temos sobre os demais.

Por outro lado, demonstram-se em público algumas conversas e situações cristãs, como o encontro semanal, compartilhadas pelas mesas e observadas pelos demais presentes ao local.

A dinâmica das interações sociais realmente está em pauta, porque interagir não é coagir o outro a adquirir comportamentos que são escolhas individuais dentro de um grupo social.

O jovem senhor provavelmente ainda está dizendo que é um dia difícil.

É um final de semana difícil para todos nós. Precisamos verificar as dinâmicas das interações sociais e perceber qual é o melhor caminho para que haja respeito entre as diversas culturas sob o ponto de vista religioso.

Sob o ponto de vista de estado, cabe que se façam estudos sociológicos a fim de diminuir os atritos oriundos das diversas correntes de pensamentos. A dinâmica social pode ser fator considerável a fim de se evitar ataques terroristas.

Há muito que se pensar nessa crônica de hoje.

sábado, 14 de novembro de 2015

Pra Ter Uma Ideia / Crônica do Cotidiano

Pra Ter Uma Ideia / Crônica do Cotidiano

clip_image002

Para se conseguir uma ideia do impacto sobre o ataque terrorista na França, eu e o meu café ouvimos algumas conversas na cafeteria.

O casal e a criança estavam na mesa ao lado, ligou a mãe do marido. O marido conversou e confirmou que ele iria com a família para a Europa. Prometeu que não passariam pela França, mas iriam à Europa. Ele tinha negócios a resolver com algumas pessoas da Índia, cuja representação mais próxima localiza-se na Inglaterra.

Passou um senhor ao lado, também com o celular nas mãos, dizendo que o filho tinha desembarcado do avião e ligou para ele, o seu pai. Ele conversou com o filho e ambos chegaram à conclusão de que não seria o melhor momento para o passeio em Paris. Conversaram com a agência de viagem e, o filho está de volta ao Brasil. O rapaz pegou o primeiro avião para voltar ao Brasil.

Certamente, aos poucos, aparecerão histórias como essas, de pessoas que desistem das suas viagens, até mesmo sofrendo o prejuízo de perderem os investimentos feitos nas compras das passagens.

O mundo é interligado, existem os intercâmbios escolares e, hoje, algumas famílias por aqui estão se movimentando para cancelar ou adiar esses compromissos.

Se a preocupação dos pais e parentes com filhos estudando e trabalhando no exterior, está nesse nível de tensão, imaginem lá fora.

Não é possível imaginar, esse texto é só para ter uma ideia da gravidade da situação por lá, França e países vizinhos.

Num tempo bastante rápido, o de um café, histórias de duas famílias. Café amargo esse de hoje!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Dois Brasileiros / Comentário

Dois Brasileiros

clip_image002

E agora, Brasil? Dois brasileiros são vítimas dos ataques terroristas em Paris.

Provavelmente turistas, pois a região do cemitério Père-Lachaise é a região de alguns hotéis turísticos, relativamente longe do centro da cidade. São restaurantes para turistas os restaurantes dessa região.

Indiretamente é o problema do terrorismo que chega ao país.

Os ataques em Paris em região turística provavelmente exigirão que o Brasil pense em terrorismo. Todos leram nos jornais sobre a lei que tramita no congresso sobre o terrorismo, mas, falando sério, não me lembro de brasileiros que foram vítimas de ataques terroristas até o dia de hoje.

O nosso país já atravessou uma incontável soma de problemas, mas esse problema não era nosso.

Oramos para que esses brasileiros em Paris se salvem, pois a informação fornecida pela imprensa é de que foram levados ao hospital e que perderam muito sangue.

Mas, agora, faz-se necessário que tenhamos planos de defesa e medidas para casos como esse ataque que aconteceu na França vitimando brasileiros.

Outro fato que, de certa forma, é novidade, é o ataque terrorista em local próprio para o turismo barato, aquele feito pela classe média que economiza anos e mais anos para realizar uma viagem ao exterior. Sim, porque as casas noturnas fazem parte do turismo caro, mas os hotéis da região próxima ao cemitério são para as pessoas que pegam o metrô para se dirigirem ao centro da cidade.

A essa altura, resta torcer para que nenhum brasileiro tenha ido ao estádio de futebol, porque o brasileiro ama mais o futebol do que o jogo em si, quando está em férias.

O comentário fica por aqui, fiquei aborrecida.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Poema Conceitual

Poema Conceitual

clip_image002

A paciência e a dedicação

Delineiam a mais bela ação

Quando a música continua

 

Na rotina, como oração,

Apesar da anteposição

Que diz tudo e, ao estudo pontua.

 

Juntas, são antes da obrigação,

 

Do que soa, o que se conceitua.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Bolo de Rolo

Bolo de Rolo

clip_image002

Todo o dia é novo,

Mesmo cansada

A casca do ovo

 

De gema e bolo;

Massa enrolada

Ao pano e ao rolo,

 

Fina e recheada

 

Com a goiabada.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Brisa

Brisa

clip_image002

Nesse dia morno,

Vem como adorno,

A brisa leve.

 

Soprando ao entorno,

Doce é o retorno

Que se subscreve.

 

Bom é o conforto

 

Da brisa leve.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Uma Conversa Agradável / Crônica de Supermercado

Uma Conversa Agradável / Crônica de Supermercado

clip_image002

Foi de passagem na saída do supermercado.

O marido perguntou à mulher se ela havia providenciado as férias dela, que eram mais difíceis de agendar, para que ele pudesse marcar as férias dele e saírem de férias sem preocupações.

Ela disse que sim.

Ele, ansioso, perguntou para quando seriam as férias.

Ela sorriu, piscou e disse a ele:

_Durante as Olimpíadas. Passaremos o mês de agosto do ano que vem no Rio de Janeiro!

Ele ficou paralisado e boquiaberto no mesmo instante.

_Rio de Janeiro? Ano que vem? Com que dinheiro?

Eu só entendi as palavras flat de uma conhecida, mas como é que ela havia arranjado todas essas férias ficaram para uma próxima oportunidade, porque, apesar de fazer crônicas durante as compras eu tenho o meu tempo e eu não estava na fila.

Mas gostei de ouvi-la. Positiva e planejando o ano que vem.

Ele, ainda surpreso, exclamou: Está bem!

Pessoalmente, prefiro assistir as Olimpíadas pela televisão, mesmo estando no país sede dos jogos.

Mas, faz bem saber de gente a fim de fazer algo positivo, surpreender o marido e os filhos, felizes e despreocupados, confiantes no futuro.

Que fique a disposição dessa mulher para com ela mesma e com a família dela como um exemplo a ser seguido.

Por outro lado, se alguém quiser assistir as Olimpíadas, deve ir se programando desde já.

domingo, 8 de novembro de 2015

A Peculiaridade

A Peculiaridade

clip_image002

Todo lugar em quietude

Tem a peculiaridade

Do ruído em mansuetude.

 

A ausência não é plenitude

Porque inexiste a verdade

Desse som sem atitude.

 

Não há vento que não se mude

 

Sem soar em continuidade.

sábado, 7 de novembro de 2015

Esboço

Esboço

clip_image002

Todo o esboço é um poema,

De sonho ou dilema

A se transformar.

 

O desenho é um emblema

Ainda sem seu lema,

Motivo a pensar.

 

Sem ele, a Jurema,

 

Não pode bordar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

versículos

Versículos

Ser luz é compreender
O que é esse iluminar:
É a rua a escurecer
E a lâmpada a acender.

É luz também o ser
Que está em qualquer lugar;
Não há lugar, há o querer,
Ser luz no seu pensar.

E, a si mesmo manter,
Em luz, ao caminhar,
Pois sabe o verbo ser,
Que viver supõe amar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O Meio e a Criatividade / Notebooks–Utilidades

O Meio e a Criatividade / Notebooks

clip_image002

Meios para a criatividade não faltam, o que falta é a liberdade para criar.

Estava sentindo falta dessa liberdade criativa até que apareceu o Windows 10. O meu velho notebook ao qual falta um pino de acabamento, pois ele tem mais de dez anos, foi a minha melhor surpresa.

Eu fiquei com receio de instalar o Windows 10 neste computador de mesa, pois eu sei que altera todo o sistema e, depois, como é que eu postaria no blog sem as facilidades do pacote do Windows para blogs?

Com tempo e paciência, concordei com a Microsoft em instalar o novo Windows no meu notebook sem pino.

Eu até aconselho a não ficarem olhando para a telinha enquanto o novo sistema é carregado. Eu tenho um suporte de plástico, barato e à venda em alguns supermercados, o qual não deixa passar o calor do notebook para a mesa, o que tirou a minha preocupação com superaquecimento causado pelo número de horas necessárias para instalar o Windows 10.

Protegi igualmente o carregador da bateria que teve que ficar na tomada porque o notebook descarregou duas vezes durante todo o processo de instalação.

Passei duas horas experimentando as funcionalidades do Windows 10 e vou experimentá-lo enquanto este notebook funcionar.

A alegria é que o notebook estava encostado no armário porque o técnico me disse: “Junta”:

_Junte o notebook, o carregador e os acessórios e jogue fora porque o conserto sai mais caro que um novo.

Nessa época eu fiz um esforço e comprei um novo, mas acabei adiando a doação porque houve sucessivas configurações de atualizações até que a Microsoft deixou de dar suporte para o Windows Vista e ele começou a travar vezes seguidas. Cheguei a comprar um Windows 8 e instalar, mas era difícil de mexer nas configurações antigas e o resultado ficou sendo paliativo e o técnico avisou da situação.

Hoje este notebook é Windows 10 e é o meu brinquedo novo.

Se alguém teve na infância um brinquedo com o qual podia levar para qualquer lugar porque se, por acaso, perdesse, nada perderia, essa é a minha satisfação.

Nessas duas horas de uso o sistema não travou e, como benefício retirou todo e quaisquer malware que pudesse estar no notebook, assim como os programas incompatíveis com o novo sistema.

Todos os arquivos foram preservados e nada se perdeu.

A sensação de liberdade ao instalar o Windows 10 neste velho notebook foi imensa, difícil é descrevê-la.

Tenho certeza que se fosse instalado no notebook comprado por aconselhamento técnico não teria a mesma graça.

Nós temos uma imensa quantidade de aparelhos de informática no mercado, mas acontece que, às vezes ficamos bitolados por tudo aquilo que é considerado obsoleto. Os eletrônicos têm o seu prazo de durabilidade, mas a criatividade entra em compasso de desânimo, repetimos a rotina na internet como se mais nada fosse possível.

Estamos nos tornando incapazes de usar a criatividade a nosso favor, dentro de nossas casas, com a segurança e o cuidado necessários para que não ocorram acidentes elétricos.

A parte mais divertida da instalação foi quando apareceu a seguinte mensagem:

“A instalação está demorando um tempo maior que o normal, mas não se preocupe.”

Depois apareceu a mensagem avisando que estava pronto. Apertei o botão “Enter” e a tela ficou escura, mas a setinha estava lá.

Fui tomar um lanche para esquecer a experiência fracassada, mas, para surpresa minha, fazia parte da instalação.

É melhor contar o que eu fiz para a tela entrar no Windows 10 com vídeo explicativo. A tela pedia o login e, ao fazer o login, a tela ficava escura, sem ícone algum e aparecia apenas a setinha (aquela que passeia no computador). Quando abriu a tela inicial e pediu o login, mas eu cliquei em reiniciar na tela inicial sem fazer o login.

Esse processo de reinicialização demorou alguns minutos, e quando reiniciou, apareceu a tela inicial pedindo o login novamente.

Fiz o login e, adivinhem! O notebook era novo, com tela inicial nova e com recursos novos e, até agora, funcionando normalmente.

O Windows 10 está sendo ofertado gratuitamente para testes e eu fiz um teste.

É uma experiência criativa e, pode ser interessante para quem tem um notebook antigo e não tem condições de comprar um novo. Ou, para quem tem o novo, aproveitar o antigo para outras funcionalidades que não prejudiquem o seu sistema atual, porque realmente os programas incompatíveis somem. O sistema, no entanto, fica limpo.

Esse texto é mais um compartilhamento de algo positivo. Espero que possa ser útil a alguém.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Constatações

Constatações

clip_image002

Volto das chuvas,

Compra sem luvas,

Constatações;

 

Azedas uvas

Das águas turvas

São decepções

 

Sem que haja fugas.

 

Nessas aluviões.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Máximas

Máximas

 

Todos os dias

Nascem as frases,

Repetitivas

 

E são relidas

Em muitas fases,

Não repetidas.

 

Enquanto lidas

 

São anjos suaves.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Isto deve Ser depressão / Crônica do Cotidiano

Isto deve Ser depressão / Crônica do Cotidiano

clip_image002

Feriado longo e repleto de reflexões. A melhor ideia foi sair para tomar um café.

A ideia não foi somente minha e o lugar estava lotado e, adivinhem, fiquei na fila aguardando ser atendida.

Uma senhora, acompanhada da irmã dela contava com certo entusiasmo, a fim de quebrar o ambiente triste depois de saírem da visita ao cemitério, sobre a reforma do banheiro do seu apartamento.

_Tivemos uma ideia genial. Eu e a vizinha cuja parede do banheiro do apartamento dela é a contraparede do meu. Resolvemos trocar os azulejos e redecorarmos os nossos banheiros de uma vez só. Retiramos os azulejos de ambos os banheiros dos apartamentos e fazemos o barulho em ambos os apartamentos e depois colocamos os azulejos em ambos os apartamentos.

A irmã desta senhora, acompanhada da filha que reclamava que o café da lanchonete é muito mais quente que o café que a mãe faz em casa, perguntou como é que elas fizeram para contratar o pessoal.

_Ah, não se preocupe quanto a isso, o homem que reformará os banheiros é de confiança do condomínio.

A irmã perguntou à senhora se ela fazia parte do condomínio e ela disse que não, mas se foi indicado por quem entende com certeza o serviço ficaria bem feito.

A irmã olhou à sua volta como se perguntasse como dizer o que ela achava num dia em que as duas resolveram sair juntas para irem ao cemitério.

Realmente, ouvimos sobre um drama que pode ser evitado. Ninguém disse nada. Ao contrário, todos (eu me incluo nesse termo “todos”) estavam abismados. Prestamos atenção porque parecia ser um caso de depressão. Afinal, por que é que a vizinha tem que trocar os azulejos na mesma data que a outra vizinha? O incômodo da retirada dos azulejos pode ser negociado com um pouco de paciência.

A irmã procurava argumentos para questionar essa decisão.

_Como é que vocês farão a compra dos azulejos? O homem responsável pela reforma comprará os azulejos, ou você escolherá a cor dos azulejos do seu apartamento?

A senhora, decidida contou que ela e a vizinha sairão juntas e cada uma delas escolherá os seus azulejos, o material será pago pelas duas divididas as despesas igualmente.

A irmã perguntou se, por acaso, não seria melhor que ela fizesse a arrumação do banheiro individualmente.

A resposta foi para qualquer dos ouvintes começarem a pensar em chorar.

_Nós achamos que sairá mais barato porque serão duas pessoas a pesquisarem os preços dos azulejos, podemos exigir mais do homem que irá reformar os nossos banheiros porque estamos em duas.

A irmã perguntou se elas tinham planejado qual banheiro ficaria com os azulejos novos antes.

A senhora respondeu cheia de autoconfiança:

_Isso a gente decide na hora.

O leitor já deve estar pensando em começar a chorar com a resposta dada pela senhora à irmã dela.

A irmã parou de falar e ficou olhando para a senhora sua irmã.

Não, não era provocação. Ela tirou o celular do bolso e mostrou os cálculos, feitos entre ela e a vizinha, para a irmã.

O filho dela concordou com a filha da irmã que o café da lanchonete estava mais quente que o café feito em casa, mas disse que o creme estava bom.

E eu ali com a minha xícara de café pensando que os antigos tinham razão quando diziam que existem feriados que são para descansar, evitar tratar assuntos do dia a dia porque, em dias como o de hoje, não convém.

domingo, 1 de novembro de 2015

Ao Jardim

Ao Jardim

clip_image002

Descanso do mar,

Tertúlias sem fim,

Com lenço a esvoaçar.

 

Nesse meditar,

A larva e o carmim

Estão a conversar;

 

É o borboletear

 

Nascendo ao jardim.