Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O CÉU COR DE ROSA



O
Céu Cor-De-Rosa


     Eu
deveria vir ao blog daqui a pouco, mas me adianto devido a beleza poética do
dia.
     Eu não
reparei, mas a senhora chamou a família para ver a beleza do céu cor-de-rosa.
Subitamente, percebi que as luzes estavam apagadas e a luz que adentrava a sala
através das cortinas era em tom de cor-de-rosa.
     Não
resisti e fui até a janela olhar. Havia um arco-íris conforme sempre aparece
quando a chuva cessa.
     Esse
arco-íris fez o céu cor-de-rosa, como aquele descrito naquela canção antiga...
     Não
imaginava ter a felicidade de presenciar um céu cor-de-rosa.


     Em
consequência desse céu, pouco escreverei hoje, pois a canção já o descreveu
melhor que eu.
     Espero que apreciem a foto e a música, nada contemporânea, mas muito bonita.

     

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Vidraçaria

Vidraçaria

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Noite encalorada,

Plena de magia,

Sendo enluarada

Por vidraçaria.

 

Janela olha ao nada,

Carta da alforria

De amor, libertada,

Do incansável dia.

 

Está descansada

E, em paz silencia,

Ao sono acordada,

A sua ironia.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sombrinha

Sombrinha
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Guardo comigo a sombrinha,
Essa atenção redobrada.
Guardo-a sabendo que é a minha
Fada. Choveu, é visitada.

Logo um chover se avizinha
E ela, composta, é rearmada,
Rápida em cor que se alinha
Rosa a aparar descorada

Água que cai, mas não vinha.
Hoje, surpresa ventada,
A esmo, conforme convinha,
A essa estação desarmada.

domingo, 27 de setembro de 2015

Jardim

Jardim

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Qualquer jardim florido,

Quando avistado, é fonte

De inspiração, uma ponte,

 

O quiosque colorido

Da recreação ao horizonte;

É a terra em seu pesponte;

 

É um sorriso enxerido

 

À visão que o confronte.

sábado, 26 de setembro de 2015

Uma Tarde no Museu / Crônica do Cotidiano

Uma Tarde no Museu / Crônica do Cotidiano

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Que museu, que nada! Eu fui dar uma olhada na moda primavera verão.

Graças ao bom Deus encontrei uma conhecida para compartilhar as ideias sobre a moda atual.

O que aconteceu com a moda? Pelo visto houve uma pesquisa nas revistas de moda de época. A maioria das jovens freguesas não encontrará problema, agora, para nós, jovens há mais tempo que elas é que é o problema.

Nas vitrines estão lado a lado, as roupas que as nossas mães, tias e primas da mamãe usavam ao lado daquelas peças usadas por nós.

Eu não sei se aquelas regras de moda ainda velem, mas as dicas de moda da época que separavam as jovens, as adultas jovens e as mães, eu deixo para as leitoras e leitores interessados na área.

As jovens ficam com as saias de renda com o forro mais curto que a renda, era a maneira de usarem a minissaia, o que jamais ultrapassava, segundo a época, quatro dedos acima do joelho.

Ainda, dentre as jovens, as mais altas e longilíneas usavam as calças boca de sino, e, as mais baixinhas ficavam com as cigarretes. Os macacões e as pantalonas eram usados pelas mais magras e as mais cheinhas ficavam com as saias e as blusas. Os vestidos para as jovens exigiam algum detalhe que combinasse com a juventude. Era praticamente sem cabimento o uso dos vestidos cujas mães, tias e primas da mamãe usavam.

Os tecidos ficavam ao gosto das jovens, das adultas jovens e das mais velhas, mas até nisso havia uma diferenciação e eram usados de forma diferente e em acordo com a faixa etária.

As estampas graúdas e as estampas miúdas dependem muito mais da personalidade de cada mulher do que de alguma norma; os tons das estampas é que podem ajudar no visual.

Fui visitar as vitrines e percebi que eles misturaram todas as faixas etárias de uma época de uma vez só. Que bagunça!

Trocando ideias com essa conhecida, eu disse que é preciso garimpar e fazermos os nossos próprios arranjos no visual.

Por sorte, no ano passado eu comprei dois vestidos do estilo mamãe usava e os repaginei com o meu estilo. São vestidos do tipo chemisiers, mas de tecido de algodão, o que diferencia completamente dos tecidos sintéticos dos vestidos atuais, os quais eram usados pelas senhoras mães.

Essa diferença é importante porque a diferenciação no vestuário se era questão de busca da identidade, também era visto como forma de respeito às mães. Era muito comum entre as senhoras a afirmação de que as filhas vestiam-se como jovens e que aqueles vestidos eram apropriados às mais velhas. As mais velhas, na época tinham por volta de trinta e cinco anos a quarenta anos de idade.

Encerrando a crônica, temos que buscar a identidade de novo, mesmo agora, sendo mais velhas que as nossas mães à época. Demos boas risadas, mas é necessário para que não desconstruam a nossa juventude, que boa ou má, foi da nossa geração e de mais ninguém. Não queremos ser jovens de novo, mas não perderemos o que valeu ser feito.

Fui ao garimpo hoje e consegui achar essa tal de identificação.

A conversa bem durou por volta de uma hora.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Olha a Tese, mentira! Crônica do Cotidiano

Olha a Tese, mentira! Crônica do Cotidiano

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A sabedoria popular assusta pelo realismo que contém. Conversa daqui e conversa dali e, olha a tese!

Vieram avisar para tomar cuidado porque o novo ideal é que a maioria dos eleitores devam favores de qualquer espécie a alguém devidamente ligado a algum partido político tendo por finalidade as eleições do próximo ano.

A tese defendida é que a classe política precisa de eleitores convictos, fato que muita gente considera improvável nos dias de hoje.

O aviso é para que ninguém se meta em confusão e faça tudo o que costuma fazer com alguma atenção a mais.

Disseram também que há interesse em democratizar o ôba-ôba da troca de favores atingindo todas as camadas sociais.

Gostei do argumento:

_Nós não temos estudo, mas não somos burros.

Se fosse apenas uma pessoa, eu nem escreveria. Foram duas pessoas, uma senhora e um jovem e em lugares diferentes.

Parece que tem gente interessada em fazer do outro alguém que faça parte da panela, a malfadada corriola.

O problema é que tem muita gente que gosta de levar a sua vida sem fazer parte de corriola nenhuma.

Escrevo o que o jovem disse:

_Eu não tenho estudo, mas tenho mulher e filhos e dou conta da minha família. A minha mulher me ajuda e a gente leva uma vida razoável. Eu não tenho motivo nenhum para dever favor a alguém.

A senhora tem uma opinião diferente:

_Eu devo favor a muita gente. Por que é que eu vou querer mais gente nessa panela, se está tudo bem feito? Eu não obrigarei ninguém a me dever favor. Tem gente que não sabe lidar com isso e, além de tudo, prejudica a minha panela.

A carraspana que essa mulher levou foi vergonhosa, mas ela está certa. Eu não sirvo para panela nenhuma e até posso estragar o bom ambiente dela. Saí rapidamente do lugar. Os favores que ela deve são outros e não sei se são imorais.

Ela tem horário para abrir a loja e, às vezes se atrasa. Os seus amigos fazem vistas grossas para esse atraso. São acordos implícitos, mas válidos, dependendo da profissão exercida.

Continuando o assunto, mas em outro lugar. Eu marquei a hora na esteticista às nove e meia e ouvi do outro lado da linha que nove e meia podia significar nove e quarenta, foi aí que me decidi por chegar nove e quarenta e cinco e cheguei ao mesmo horário que ela. Esse fato é um acordo positivo.

O que contam por aí, é a troca de favor com sentido negativo. Alguém deve favor para outro alguém e fica obrigatoriamente com um favor a dever e, quando o outro alguém necessitar de um favor, ele cobra independentemente da disposição do outro.

O boato é que quem quiser ficar fora da panela que se cuide, porque a tese do “rabo preso”, expressão vulgar que diz dos favores devidos indevidamente, parece que está passeando pelas ruas e avenidas da cidade.

Eu não sei se fiquei mais bonita, mas aí está a fita para o filme. E, contando, você acredita? Eu não sei se eu acreditaria se, alguém me contasse.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quimera

Quimera

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A ideia madura traz benevolência,

São as novidades lidas e escolhidas

Em meio ao momento lúdico e a prudência

Determinada às voltas e medidas,

 

Que, combinadas, formam a experiência,

Nessas paisagens das vias percorridas,

Onde as quimeras róseas da inocência

Ainda conseguem roupas coloridas,

 

Mas em silêncio, quase sem ternura,

Num perigoso jogo de textura,

O que também desgasta esse viver.

 

Todo o sentir é a essência da alma pura

Em seu perfeito gesto de criatura

Afirmadora ao espelho do seu ser.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Calorão

Calorão

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A sensação de “baianidade”

Nesse calor malemolente,

Que devagar chega à cidade,

Trouxe a preguiça a toda a gente.

 

Eis que parou à espontaneidade

O vento seco no dia quente

E esse mormaço é deslealdade

Com os tapetes ao chão em frente.

 

Para onde foi a autenticidade

Daquele inverno renitente

Nessa estação em desigualdade,

Sem previsões e, inconveniente?

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Dia da Medusa

Dia da Medusa

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O Dia da Medusa é o dia em que se tem que lidar com todo tipo de pessoa e, melhor, do que isso tem obrigatoriamente que dizer o que pensa.

Os diálogos multiplicam-se, mas alguém precisa conversar. Faremos o uso de metáforas para que não sejam localizadas as situações e as pessoas envolvidas.

Querida Elite: Prezadas, conforme até a moça da panificadora constatou, não se colocam dois pães do tipo francês e um pão de queijo no mesmo pacote. Acredito que as senhoras não usem um pingente de ouro numa corrente de lata, então por que é que, de vez em quando, algumas senhoras pensam que as outras pessoas fariam isso, que bem disfarçado, ninguém nota?

Prezado Conhecido: Depois da conversa, por sorte, recebi o apoio de outro conhecido, que entendeu perfeitamente o posicionamento de não empregar alcoólatras em farmácias. Sabe-se de antemão que ao tomar tal medida, algo de ruim pode acontecer.

Prezado Parente: O que eu não consegui te mostrar a contento, o policial viu. Os bandidos preferem abordar as vítimas quando ela está sozinha, é preciso se prevenir quanto a essas questões.

Prezada Moça: Sinto muito em lhe dizer que as aparências enganam e o seu ídolo é de barro, aliás, os ídolos geralmente são de barro. Não queira confirmar o que foi dito sem o acompanhamento de familiares, amigos e quem mais você puder fazer-se acompanhar.

Esse texto não é um diário e nada está realmente dito, são momentos consecutivos de questionamentos e, quando se consegue conversar com a empresária, o conhecido, o parente, o policial, e mais duas ou três categorias de pessoas num diálogo difícil, o que era para ser feito, está realizado.

De todas essas pessoas, por uma delas, eu fiquei apreensiva, a idólatra. As pessoas não chegam a deuses e ela ficou com jeito de quem vai procurar o ídolo. A única perdedora num dia tão profícuo.

Somos humanos e temos diversos problemas no decorrer da vida, mas eu creio que a idolatria é o que conduz aos piores caminhos.

Quem salva a nossa alma é o Altíssimo. Acreditar em horóscopo talvez seja melhor que acreditar em ídolos, porque o pessoal que faz o horóscopo nas revistas e jornais se preocupa em dar bons conselhos. Carregar um amuleto é inofensivo. Acender velas para orar pode ser um rito particular.

Muitas tragédias foram noticiadas em decorrência da idolatria e são problemas para as autoridades quando não conseguem evitá-las a tempo.

Nenhum pastor ou religioso é dono da verdade a ponto de que o sigamos sem questionamentos.

Todos podem dizer o que pensam e através do diálogo pode-se chegar às conclusões satisfatórias, mesmo que sejam distantes do ideal, contanto que haja alguns pontos em comum a serem observados.

Consegui alguns pontos em comum com algumas pessoas. Espero que vocês também consigam e saibam que é exaustivo e o diálogo é difícil.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Refresco D’alma

Refresco D’alma

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Lá fora um sol escaldante,

Primaveril estação

Da natureza em canção,

Que até parece distante

 

Ao musical, mas constante,

Ao som do piano à razão

De se sonhar, diapasão,

Perfeito em Lá caminhante.

 

Quando o sol brilha pedante,

Está saudando o verão,

Antecipando a emoção

De um piano calmo e, vai adiante.

domingo, 20 de setembro de 2015

Variação do Tema ? Crônica de Supermercado

Variação do Tema

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Todo dia eu venho aqui e escrevo algo que ao menos, não me faça mal, procurando igualmente que o texto não faça mal a ninguém.

E saio e vou ao supermercado e recomeço o a escrever o que penso ser bom.

Hoje eu disse à moça que coma mais antes de sair de casa, pois beleza saudável não passa fome. Ela não gostou, mas alguém precisa dizer para que ela traga um lanche para comer no ponto do ônibus, pois a fome propositada, como é o caso dela, é má conselheira.

Acho que é o calor repentino que alterou a disposição de alguns transeuntes nesse domingo escaldante.

Outro cidadão disse que está magoado pela antiga professora, a qual, segundo ele, foi ofendida. A cidadania cabe a todos os cidadãos, mas a gente se sensibiliza quando o aluno toma a posição de defesa do mestre.

Um terceiro contava que está contente de não ter se machucado seriamente. Contou o motivo da dor e outro cidadão disse para tomar cuidado.

Assim eu iria passar à tarde, mas resolvi me aquietar aos livros.

Domingos assim ensinam a gente pela experiência dos outros.

Esse texto é uma variação de tema, mas passar fome sem necessidade, conseguir um problema muscular pelo excesso de atividade além da necessária é atitude incompreensível.

A outra questão ficou sem resposta, pois, eu disse à moça para não passar fome, o homem equidistante disse para parar com o excesso físico, mas ao aluno, ninguém disse nada.

Hoje o supermercado foi à crônica, mas não sei exatamente a alimentação balanceada para que a garota não passe fome e não engorde enquanto o outro cidadão, equidistante, não soube expor os limites adequados da atividade física e pediu ao conhecido que repousasse por enquanto e, o aluno ficou sem orientação porque os papéis se inverteram e não sabemos qual será a solução entre eles.

Pelo menos é domingo e todos podem aguardar a segunda-feira mais sossegada.

sábado, 19 de setembro de 2015

Oficina de Livro

Oficina de Livro

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Numa escola secundarista a professora de literatura reuniu os alunos para um estudo prático. Dividiu os alunos em equipes e pediu a cada grupo que fizesse um trabalho sobre literatura.

O trabalho ficaria a critério das equipes desde que não fugisse ao tema literatura. A criatividade e a originalidade valeriam pontos nas notas e ela não queria resumo ou a cronologia literária dos períodos ensinados em sala de aula.

Uma das equipes decidiu fazer um cronograma com personagens de um livro que eles escreveriam quando tivessem uma folga. Cada membro da equipe comporia um personagem com características pessoais e o líder da equipe, como se membro da equipe fosse, teria que colocar os personagens elaborados como parte do livro.

Assim os personagens começaram a surgir e foram anotados.

_O meu personagem é um ilustre falido que tem a vaidade de fazer da falência algo bom para a sua vida. Ele é sonhador, determinado e confiante e, ao mesmo tempo em que têm essas qualidades, não perde as marcas que a falência financeira trouxe dizendo de coração aberto sobre as desgraças que as falências trouxeram aos outros, tornando-se patético aos olhos de muitos.

_A minha personagem é uma mulher filha dos fugitivos de uma guerra. Ela é extrovertida tanto para o riso quanto para os debates necessários, exigente e ingênua. O seu ponto fraco é a credulidade, pois ela vê o mundo como os que se salvaram das guerras o veem, um mundo que tem tudo para ser feliz e não sabe aproveitar o momento que passa.

_O meu personagem é o personagem proscrito. Será apagado dos livros de história e a sua lembrança causará pânico porque ele é a verdade que não interessa. Será o culpado pelo que não fez, embora jamais tenha sido inocente. O ponto fraco do personagem é a tendência a pensar que conseguirá superar as fraquezas humanas.

_O meu personagem é carismático pela atuação, algo entre o singelo e o absurdo, colocando o livro em tensão porque o leitor poderá sorrir com ele, chorar por ele, torcer por ele, filosofar com ele questionando as suas impossibilidades e crer em Deus por causa dele. Ele é verdadeiro e egocêntrico às suas vontades que são sempre curiosas e úteis.

_A minha personagem é a romancista, a narradora da história. Alguém que sabe a realidade, mas também sabe que o sonho impossível é uma possibilidade. Na mesma medida em que a narradora procura a imparcialidade na história, ela toma posições a favor e contra cada um dos personagens e toma as suas decisões a partir do desenrolar da história, modificando-se até o final da história sem perder a linha de continuidade do livro.

O líder da equipe disse que todos estavam sendo bons e ele precisaria de personagens maus.

Os estudantes pensaram e escreveram os seus personagens maus.

_O meu personagem mau é um homem sem nobreza de espírito e é apegado aos bens materiais a pontos extremos como observar a avareza como princípio de economia. Ele maldiz a quem passa numa confeitaria quando é falido. O seu ponto fraco é que ele é instrumento para os sentimentos mais vis.

_A minha personagem má aproveita-se de todas as carências e confidências feitas a ela para promover os seus interesses.

_Ah, eu não tenho personagem mau. O meu personagem mau é tudo o que não é dito, é o lado obscuro que fica à descoberto nas possibilidades, nas escolhas errôneas e nas necessidades infames. É algo que existe e permeia a humanidade e estão em todos os lugares, coisas do mundo.

_O meu personagem mau é mau, diz que é mau, gosta de ser conhecido como mau e acha que a vida será melhor no dia em que as pessoas deixarem de ser burras e pararem de pastar. É um personagem mau e estereotipado e o seu ponto fraco é não saber que tudo poderia ser diferente e melhor na vida dele.

_A minha personagem má é realista. Pra ela, a vida é a vida e o livro é o livro. Ela rouba os personagens, modifica a história, muda o cenário, quebra a continuidade e a paginação e tenta impedir qualquer final feliz. O seu ponto fraco é fazer-se de dona da história, pois nem mesmo que escreve a história sabe como ela termina.

O líder da equipe disse para montarem a história de forma que parecesse um livro.

Os estudantes começaram a criar e montaram a capa e a contracapa, o prefácio, a história de cada um deles como coautor e, de repente, como se acordassem de um sonho, a professora pediu para que os alunos parassem os trabalhos e o apresentassem para a sala de aula.

O líder da equipe disse que faltava montar a história e perguntou se poderia deixar para outro dia a apresentação.

A professora disse que não poderia permitir porque era um exercício de criatividade literária.

Assim houve um livro com muitos personagens que ainda não foi escrito e fica como um poema a ser pensado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Defesa Pessoal / Reflexão

Defesa Pessoal / Reflexão

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Os dias de reflexão são importantes. Hoje, em particular, observei um cuidado pessoal que cabe a nós todos, embora nem todos nós percebamos o risco que corremos sem esses cuidados.

Todos nós corremos o risco de sermos convencidos daquilo que não somos.

Quando enfrentamos problemas, corremos o risco de sermos rotulados por algum rótulo falsificado e, como um produto falsificado, se ingerirmos, podemos ingerir produtos de qualidade duvidosa e sermos intoxicados por pensamentos errôneos ao nosso próprio respeito.

Não sabemos de onde vêm esses rótulos, mas são perigosos demais para serem omitidos de compartilhamento.

Ao aceitarmos um rótulo falso sobre nós mesmos, mesmo que involuntariamente, podemos “somatizar”, ou seja, ficarmos doentes de fato porque o nosso organismo rejeita o rótulo que vêm não se sabe de onde.

Tanto quanto os produtos nocivos à saúde são esses rótulos impostos pelo preconceito social.

E, mesmo contando por contar, é bom dizer que os complexos conhecidos de toda a gente como o Complexo de Édipo, o Complexo de Electra, o Complexo de Cinderela e tantos outros comumente citados, quando usados como forma de discriminação social, podem até mesmo causar enfarte, paradas cardíacas, febres de origem desconhecida, etc.

Particularmente, eu assumo que gosto de música mesmo quando dizem que esse apego à música é uma sublimação das minhas frustrações. E daí? Se for problema, eu o alimento todos os dias e, procuro não incomodar ninguém com isso.

A partir disso, não assumo nada que não me pertença ou que pertença ao problema da propaganda social.

Esse é um problema sério a todas as pessoas: os rótulos na personalidade do outro.

Para os homens, eu acredito que seja difícil assumir o Complexo de Peter Pan, mas o correto é que assumam. Não se pode obrigar ninguém a amadurecer “no tapa”, ou seja, por pressão emocional e, quem pressiona nesse sentido, é mal intencionado.

Os rótulos sociais podem ser usados como arma e ferir profundamente a alma humana e, cabe a cada um de nós, rejeitar todo e qualquer rótulo que não nos caiba assim como assumimos esse ou aquele complexo social que não prejudique a ninguém.

As pressões para que nos comportemos de maneira a fingir como uma conveniência social tem limites. Ao contrariarmos a nós mesmos em nossas aptidões e caracteres secundários da nossa personalidade, nos ferimos e machucamos a nós mesmos.

O problema das conveniências sociais é que podem causar problemas orgânicos reais, mas nesse caso, a primeira pessoa que deve estar atenta ao fato e, se proteger, é a própria pessoa.

Ocorre que nem sempre a pessoa pressionada é capaz de perceber a que ponto a propaganda social chega e, os grupos de interesse, muitas vezes incapacitam a pessoa de ver a sua situação.

O ser humano chega a se transformar em produto de consumo com rótulo de origem duvidosa, transforma-se em produto, quando é humano.

Quando se deixa de se observar o fator humano nos humanos e o consideramos como produto sujeito ao mercado de oferta e procura, o custo de vida aumenta, espiritualmente.

A natureza do ser humano é dicotômica e, quando permitimos nos machucar a alma com rótulos descabidos por que mesmo que quiséssemos, não seríamos o que a propaganda diz, a alma conta ao corpo, o seu invólucro e origina uma série de problemas desnecessários.

Não faço essa reflexão, a não ser a partir de mim mesma, como não poderia deixar de ser, mas sei que é importante para todos. A reflexão sobre esse assunto, mesmo que de forma leiga, com o propósito de permitir que as pessoas se protejam de tais acontecimentos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Almoçando com o Dunga / Crônica do Cotidiano

Almoçando com o Dunga / Crônica do Cotidiano

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Não somos Brancas de Neve, mas, de vez em quando, pegamos marmita para ter folga na cozinha.

A televisão do local estava ligada, olhamos para ela quando ouvimos a voz contundente:

_Não quero namoro aqui dentro. Quem quiser namorar que arranje um lugar para isso porque aqui não é lugar de namoro.

As mulheres compravam marmita e dirigiram o olhar para a tela da televisão. Quem estava lá? O Dunga, novo técnico da seleção brasileira, que fará um jogo amistoso com o Chile. Espero ter lido corretamente o letreiro entre uma salada e outra.

Continuamos a fazer uma marmita saudável e distraímo-nos a atenção, quando a voz, de novo, superou as expectativas:

_Aqui dentro ninguém fala em religião. Não permitiremos conversas nesse sentido. Cada um na sua e ponto final.

Parecia que o Dunga gritava.

Paramos para observar o que acontecia na telinha e observamos que as perguntas eram inaudíveis e as respostas acima do volume normal da televisão. Como diria o Maxwell Smart (não sei se é assim que se escreve e não fui pesquisar, deixo a pesquisa para os agentes secretos interessados nela), o agente secreto dos anos sessenta:

_Esse é o velho truque de focar a atenção da plateia diferenciando o volume entre o ponto que interessa e o que não interessa.

Dessa maneira a comida ficava menos apetitosa, com muitas regras a seguir:

_Teremos disciplina na concentração, horários e exercícios predeterminados. Teremos uma sala distante para as poucas visitas permitidas na área de treinamento. Os atletas receberam instrução para não conversarem com estranhos, pois todos podem querer algum tipo de favor e é o tipo da coisa que não interessa pra nenhum jogador.

Os meus autógrafos são de cantores e cantoras, pedidos em hora própria após o show na hora em que os mesmos se dispunham a dar autógrafos. O mundo da música é diferente do mundo do futebol, pensei. As outras mulheres fizeram pouco caso da recomendação.

Enquanto, nós, mulheres, nos fazíamos de surdas, o Dunga explicitava o regulamento da concentração antes da convocação dos jogadores para os jogos da seleção brasileira.

_É a seleção que estará em campo, tenho que manter a disciplina rígida.

Deixamos o Dunga na televisão porque surgiu pressa e todas nós viemos embora, Brancas de Neve, pelo menos hoje, nos sentimos assim... Se havia repórteres para fazer perguntas não sabemos por que as outras vozes se misturavam com o barulho das marmitas e dos talheres para acondicionar o “jabá” nas mesmas.

Voltei dando valor aos regulamentos da minha casa, feitos por mim, inclusive ao dia em que providencio a marmita, o meu Dia da Marmita.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ânima

Ânima

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O sol veio à janela

E disse bom dia,

Guardou, então, a flanela,

Para o dia que esfria.

 

E tudo amarela,

Até a nostalgia

Vai-se a cor singela

Na lã que desfia.

 

O amor não congela

A quem, pois, confia,

Naquilo que zela,

E é sol todo dia.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Deus, Sábia Palavra

Deus, Sábia Palavra

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Essa é a meta do cristão, que Deus saiba e conheça o seu coração, os seus motivos e os motivos dos outros, Ele está acima de nós todos e se relaciona com todos que o aceitem por companhia.

Aquele mandamento para não usar o Seu Santo Nome em vão continua valendo, mas o que é usar o Santo Nome em vão?

Essa é uma história boa de compartilhar porque é contada de geração em geração.

Certa vez uma mulher que carregava muito rancor dentro de si e aproveitou-se da Palavra de Deus para magoar uma conhecida e leu um capítulo inteiro de imprecações fora do contexto da Bíblia.

Aconteceu que tanto quem magoou quanto quem foi magoada contou o que aconteceu.

Sem interferir na questão, as pessoas que souberam do fato, pensaram que era uma tolice desnecessária.

A mulher que usou a Palavra para o mal começou a se utilizar regularmente do mau uso da Palavra e, aos poucos, perdeu a fé.

Esse é o problema da pessoa que usa a Palavra Sagrada para o mal: deixa de acreditar nessa Palavra.

Enquanto muitos de nós, que, às vezes nem vai à igreja, abre a Bíblia e sente o conforto recebido e transmite esse conforto a quem precisa e outras pessoas não conseguem receber esse conforto espiritual.

A maioria das pessoas recebe o conforto espiritual, seja através da Palavra, através da palavra de um amigo, através da igreja e de uma infinidade de circunstâncias onde o Espírito Santo que foi enviado a nós a pedido de Jesus Cristo se manifesta.

Todas as pessoas têm os seus sofrimentos e a maioria das pessoas busca algum conforto por diversas maneiras, mas quem usa a Palavra para o mal ou para satisfazer as suas vontades torna-se aliado do mal. E, o que é o mal, senão a ausência da luz divina?

Conta-se que a mulher fez pior e ensinou o mau uso da Palavra aos seus descendentes e essa história já tem dois séculos e, em ensinando essas coisas, ensinou a perder a fé.

Lembro que eu era muito pequena quando me ensinaram, meio que em tom de brincadeira, do jeito que as crianças gostam de ouvir:

“O problema não é que eu não goste de Deus, o problema é se Deus não gosta de mim”.

De fato, os apóstolos suportaram muitos sofrimentos pela fé.

Pode-se contar da Palavra o dia inteiro, mas dentro do contexto em que foi escrita, jamais proferindo em vão, ou seja, desperdiçando o presente que nos foi dado graciosamente por Deus.

Eu conto a história dessa mulher conforme me foi contado, porque, caso estejam com vontade de copiar algumas palavras não salvadoras para a usarem em diálogos, copiem da literatura ou dos livros que são muito vendidos.

A Palavra Sagrada existe para edificar, tem um contexto, ajuda de fato direta ou indiretamente, através dos seus leitores.

Quando criança, eu era católica romana e hoje sou batista, e a história não se modificou.

Houve uma mulher que não pode sentir conforto espiritual e jamais se sentiu abençoada depois de ler o capítulo da Bíblia fora do contexto com o único intuito de magoar outra mulher.

A Palavra Sagrada não se modifica e é necessário usá-la dentro do contexto.

Essa é uma história mais antiga do que eu mesma, mas que me é útil à vida cotidiana e penso que pode ser útil a todos vocês.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Utopia

Utopia
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Quem pode entender
Do que é feito o dia,
Há que compreender

O feito e o a fazer;
Assim segue a via,
E, ao amanhã, o querer.

Bom é esse se ter

Ao sono e à utopia.

domingo, 13 de setembro de 2015

Ensaio

Ensaio

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Rua de saibro

Bem aplainada

Vai caminhada,

Ser solitário.

 

O som do balaio

É essa pegada

Bem decorada;

Batuque é raio.

 

Passo de ensaio

Estuda a estrada,

Conta à passada

Feita ao contrário.

sábado, 12 de setembro de 2015

Encorujada

Encorujada

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Tempo bom pra deixar passar

Calmo às leituras agradáveis;

Quente é o casaco e o frio está no ar.

 

Ler com vagar é descansar,

Corram os personagens ágeis

Nesse espreguiçar a passear.

 

Entre o ler e esse divagar

 

Criam-se observações admiráveis.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Percepções / Reflexão

Percepções

...

A percepção do outro depende do seu momento. Dificilmente estamos em estado de neutralidade suficiente para perceber o outro e a mensagem divina que essa pessoa traz consigo.

Falava agora pouco sobre essa percepção do outro. Não diretamente, mas nas entrelinhas.

Existem pessoas que nos causam indiferença independentemente do momento ao qual atravessamos e existem aquelas pelas quais sentimos profunda simpatia pelo modo de ver e sentir a existência sem sabermos exatamente aonde chegará a partir desse momento em diante.

Por certo, também existem momentos especiais, esses são os momentos de desequilíbrio, onde a vida surpreende positivamente e, nos quais podemos ser úteis, bons e produtivos sem que esperássemos.

As fantásticas reviravoltas que poucos têm a oportunidade de experimentar. Esses são os momentos de desafio, quando as carências de oportunidades aparecem e somos obrigados a nos posicionar diante das circunstâncias modificadas.

Todas as percepções são necessárias, até mesmo aquelas que nos confundem, onde precisamos testar a nossa adivinhação dos acontecimentos. É a percepção da existência em constante modificação em que precisamos encontrar a escolha adequada ao momento.

A percepção da confusão é exata para que saiamos dela. Ninguém necessita viver em confusão, mas compreender a necessidade da busca do ambiente menos confuso.

Percebam que digo do campo espiritual, porque a luz não tem endereço e telefone, a luz depende da nossa percepção para ser realidade.

Conversávamos sobre percepções e o assunto revanche veio à tona. A revanche não faz ninguém feliz, é uma sombra, não é luz. A revanche impede a percepção do outro, das suas fraquezas e fortalezas. Impedindo a percepção do outro, ela em si mesmo é a fraqueza e conduz a enganos.

Como contraponto, conversamos sobre os momentos brilhantes, onde estamos sob a condição propícia para percebermos a luz brilhando noutra pessoa e a outra pessoa percebe em nós o espírito preparado para a fraternidade cristã.

As percepções não são óbvias, às vezes os momentos individuais são diferentes uns dos outros, mas certamente aparecerá a verdade existente entre as pessoas.

O que não se pode deixar de perceber é esta realidade, que é a percepção que temos dos outros e que os outros têm de nós mesmos.

Ouso dizer que a percepção é uma infinitésima parte de Deus que habita em nós. Devemos respeitar a nossa percepção do outro e aceitar a percepção que o outro tem de nós.

Sabemos também que a percepção e as circunstâncias interagem entre si. As circunstâncias podem nos desiludir e nem devemos levá-las muito a sério. As percepções, no entanto, merecem a nossa consideração.

Percepções não são as impressões diversas que temos uns dos outros em diferentes situações. A percepção, quando persiste, indica alguma luz quando se considera a luz como a verdade necessária ao nosso desenvolvimento enquanto seres humanos.

Concluindo, vamos refletir sobre as nossas percepções com carinho e cuidado.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Varanda

Varanda

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Choveu tão molhado

Num chão niquelado,

Por sorte, esquecido.

 

Não estava encerado,

Mas brilha atrasado;

Ficou comovido.

 

Mais vale o guardado

 

Que o tempo perdido.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Sorriso no Rosto

Sorriso no Rosto

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Nesses dias estou bastante séria porque ando lendo, estudando e hoje não seria diferente, mas foi.

Fazia algum tempo em que eu não ia àquela loja.

Entrei lá e, de pronto, ouvi:

_De vez em quando é preciso visitar os inimigos favoritos.

As colegas ficaram incomodadas com a sugestão de inimizade e eu me diverti mais ainda.

_O que é isso? Nós somos da Comunidade X e, quando dizemos a palavra inimiga, é mau sinal.

É verdade. Eles passaram muitos anos tentando me convencer a frequentar a Comunidade X e eu, acabei por ir noutra comunidade.

Que bom revê-los, todos bem dispostos e contentes por me verem.

_Se a senhora pensa que pode ficar sem vir aqui por dois anos e não nos contar onde foi muito se engana. Por acaso a senhora arranjou alguns inimigos melhores do que nós?

Eu respondi, sorrindo:

_Amigos, mais amigos.

Eles retrucaram:

_Amigos que fazem perguntas como nós fazemos?

Sim, consegui amigos perguntadores como vocês.

_Não são amigos. Amigos não perguntam muito. Nós somos os melhores perguntadores.

Perguntei de todos e, contei um pouco de mim. Um resumo de 2013, 2014 e do ano que já passa da metade.

Um café, um cartão de visitas e um pedido para que eu não deixe passar tanto tempo sem vê-los novamente.

Cheguei séria pensando no que tinha a fazer. Saí sorrindo pela preocupação deles com os meus novos inimigos favoritos.

_Volte sempre e deixe a fofoca a seu respeito por nossa conta.

Eles foram sinceros.

Raciocinando bem, eles merecem subir para o topo da lista dos inimigos favoritos. Quanto aos amigos, eles são os presentes da vida da gente.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Senhora da Luz

Senhora da Luz

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Em Santo Espírito louvada,

À Luz de Deus, gerou Jesus;

Maria por Deus, abençoada,

Ao Filho Deus, Pinhal da cruz.

 

Portando sempre a Escolha Amada,

Pinheiros tais, cruzeiro e luz;

À Curitiba, pois, lembrada,

Por nós num céu em gralhas azuis.

 

Padroeira Nossa Iluminada

Ao humilde e terno amor traduz

A Letra Feita e Realizada,

A Mãe escolhida pela Luz.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Caderno é Seu

O Caderno é Seu

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As anotações nos cadernos escolares são por conta do aluno, os ensinamentos, não.

Não escreverei sobre aulas e cadernos, é feriado e no meu caderno está escrito que a lição de hoje é fazer de hoje um dia bom.

Feito criança escreverei sobre filmes. A gente pode e deve apagar a televisão, ou mudar de canal quando o filme não corresponde às nossas expectativas.

Num dia como o de hoje, feriado, é bom ouvir as crianças enquanto o silêncio da cidade grande se faz presente.

A televisão, nas mãos de uma criança, é mais um brinquedo.

São frases comuns de crianças que assistem a um programa de televisão:

_Não gostei.

Esse não gostou implica em mudar de canal tantas vezes quantas o controle remoto permite. Às vezes esse não gostou significa que a criança quer brincar com o videogame, ou sair para jogar bola, ou tomar um copo de água, ou qualquer outra atividade que lhe chame atenção naquele momento.

Apaguei a televisão e fui experimentar uma receita de bolo para o lanche da tarde.

Existem filmes que fazem mal à gente, não combinam com a nossa educação e nem com a nossa maneira de ver a vida. Outros filmes, por vezes, antigos, nos lembram das pessoas que estavam ao nosso lado quando assistimos ao filme, esse é um filme bom que, por melhor que seja, trará tristeza, é hora de não assistir a reprise. Existem filmes, ainda, que, por incrível que possa parecer nos causam nojo, são filmes que deveriam ser acompanhados das propagandas de sais de fruta para azia e má digestão.

Não tem sentido aproveitar o feriado para assistir um filme que nos faça mal.

Depois da parte da manhã patriótica (Desfile da Independência do Brasil), a tarde foi das escolhas de cada um.

Os filmes na televisão foram uma boa opção para quem não viajou.

Coincidentemente eu assistia ao mesmo canal de alguém das redondezas e, o filme estava me aborrecendo e eu não sabia o motivo.

Naquele silêncio todo, eu ouvi:

_O roteiro é ruim.

Bem que eu pensei no blog, mas fui fazer experiências na cozinha antes de ligar o computador.

As crianças mudam de canal, eu fui brincar de cozinhar. O roteiro era mesmo ruim e as falhas estavam visíveis. Desliguei a televisão.

Como é que eu não percebi o roteiro ruim? Eu acho que é porque eu assistia à televisão sem concentração ao filme que eu estava assistindo. Esse é um erro comum de muitos telespectadores. Às vezes, a gente liga a televisão para passar o tempo e, depois de assistir um filme ruim por dez ou quinze minutos, a gente acha que é perder tempo desligar ou mudar de canal, mas não é. A gente pode se comportar como criança nos momentos de lazer e nos dias de folga.

É obrigação procurar um lazer positivo e, se errar de canal, mudar, desligar a televisão, ir para a cozinha ou sair para passear.

Não é porque se é adulto (a), que podemos impedir que a criança, e um dia todos fomos crianças, queira se divertir, com inocência e alegria, sem cansar de procurar uma nova maneira de brincar, de procurar coisas boas para a vida da gente. Criança nenhuma procura ou se permite aborrecer por conta própria.

Eu acho que hoje aprendi algo de bom e de novo, um jeito diferente de fazer bolo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Meditação

Meditação

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É hora de ouvir

E meditar

Sobre o porvir.

 

O que há de vir

É o acreditar

Sem se iludir,

 

É o discernir

 

Sem se empolgar.

sábado, 5 de setembro de 2015

Famílias

Famílias

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Brincam de esconde-esconde,

Cantam melodias belas;

Terra essa de não sei onde,

Flores nessas janelas.

 

Sonho que corresponde

Logo à vida, sem velas,

Cedo ao dia, antes das onze,

Luzes que são amarelas.

 

Criança brinca com bonde,

Mãe, sempre de espiadelas,

Pai que parece conde,

Solto às suas lapelas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Tempo de Liberdade

Tempo de Liberdade

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Essa história, contada por Yana, esse seria o primeiro nome escolhido para a criança, ganha a expressão libertária do amor.

Vivíamos o melhor tempo de liberdade que o Brasil pode viver, estávamos no tempo onde Juscelino governava. Nós, jovens, podíamos expressas as nossas ideias sem que houvesse nenhum tipo de contrassenso por parte dos demais.

Ninguém era poderoso o suficiente para dizer que calar seria melhor, o governo garantia a liberdade de expressão. Aqueles homens idealistas os nossos amados J K: Juscelino K., do Brasil e John K., nos Estados Unidos.

Eu era casada e contei do meu esgotamento nervoso ao meu marido:

_Você sabe o que eu tenho vontade de fazer? Eu tenho vontade de tirar a roupa e sair nua pela cidade gritando para dizer que somos livres e que ninguém pode tirar essa nossa liberdade.

O meu marido perguntou o porquê da nudez?

_A roupa me afoga, é como se me faltasse o fôlego da vida. Muita gente não valoriza o que tem e até sonha com todo tipo de opressão possível. Eu quero gritar essa liberdade.

Fazia frio, muito frio e eu querendo dizer ao mundo que ele podia ser livre, que a falta de liberdade era o que realmente destruía o mundo.

O meu marido perguntou se o meu casaco de lã inglesa tinha vindo da lavanderia. Aquele casaco era um bem valioso, comprado em prestações suadas, mas com ele, não havia geada que o vencesse.

Naquele dia, ele foi o homem dos meus sonhos.

Ele disse sorrindo, com o olhar mais terno e calmo que alguma mulher pode perceber, para que eu ficasse nua e vestisse o casaco de lã.

Eu, muito surpresa com a atitude gentil dele, mas com o esgotamento emocional causado por fatores outros, os quais ele sabia, tirei a roupa e vesti o casaco de lã.

Andamos e conversamos por quase uma hora. Estávamos de braços dados. De repente, eu me acalmei e me achei sem sentido e ilógica. Disse a ele que estava calma e que, se ele quisesse, podíamos voltar pra casa.

Voltamos, tomamos um banho quente e, depois, lá pelas três e meia da manhã eu fiz uma macarronada para nós dois e logo amanheceu o dia seguinte.

Desde aquela noite, nós acostumamos a sair a pé de madrugada para conversar quando tínhamos a oportunidade de não ter compromissos na manhã seguinte.

Depois vieram os ladrões, a polícia, as drogas e outros governos. As meias palavras, as meias verdades, o casamento sem a devida comunhão que a intimidade das almas pode propiciar, a repressão do espírito como forma de convivência adequada e as redes de controle social, onde dentro de casa, como se prisioneiros fôssemos, deixamos a vista cansada na televisão para contar que somos pessoas de bem e dizemos amém, não aos padres e pastores, mas ao controle social feito por gente que não sabemos em que tipo de lar foi criado e nem se sabe o significado da palavra liberdade.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ditos Populares

Ditos Populares

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Outro dia conversando com uma senhora da geração anterior à minha, ela veio com a frase:

_Cada um se vira com o limão que tem.

A frase lembrou alguns ditos populares que eu ouvi na infância, tais como:

“Cada um se vira como pode.”

“A gente faz conforme dá para fazer.”

E os ditos vieram à cabeça.

Um ditado de costureira:

“Costura o pano e a roupa dura mais um ano, depois costura outra vez que dura mais um mês.”

Um ditado bancário:

“Você tem que saber com quem está lidando para poder se defender. Primeiro saiba quem é e depois ofereça o empréstimo.”

Um ditado do direito:

“Mais vale um mau acordo com uma pessoa honesta do que um bom acordo com uma pessoa desonesta, pois muitos problemas vêm dessa decisão.”

Um ditado alcoolizado:

“Eu posso beber porque não me embriago.”

Um ditado funerário:

“Tarde demais.”

Um ditado religioso:

“O pouco, com Deus, é muito.”

Um ditado descansado:

“Sempre resta uma esperança.”

Um ditado de apresentação:

“O hábito não faz o monge.”

Um ditado formal:

“Em Roma, conforme (como) os romanos.”

Um ditado generoso:

“Faça o bem sem olhar a quem.”

Assim fiz o dia aqui no blog.

No que tange aos dezoito capítulos da Bíblia que li com alegria, são critério vosso, mas é um livro muito bom.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ovo de Serpente

Ovo de Serpente

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O ovo da serpente,

Com línguas de fogo,

Expressada à mente

Em forma de jogo,

 

Que assusta latente

Com olhos de lodo

E visão fremente,

Dizendo que é engodo,

 

Avistou-se ardente,

E, não passa de ovo;

O mal reticente.

Não importa, viu-se o ovo.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sincronismo

Sincronismo

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Nada ruim, mas tudo diferente,

Planos mudados e coincidências

Úteis, não óbvias e impensadamente,

Formam essas raras subsequências.

 

É o momento que faz tanta gente

Ir à busca das ambivalências,

Luzes de um espelho do “eu” eloquente,

Alma que fala por transparências.

 

Vinda ao tempo, que é incessantemente,

Esse prumo das resplandecências,

Todo momento tem seu regente,

Essa sincronia das transcendências.