Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 30 de maio de 2015

Imersão Cultural

     Quantas horas de teorias, de aprendizado, de acertos e equívocos, de pensamentos diversos, esse espelhamento que nos faz mais sábios!
     Quando se faz uma imersão cultural, as certezas são menores, pois as ideias das quais se toma conhecimento são inovadoras e distintas. Nenhuma teoria boa é vã, mas precisa de amadurecimento.
     Nessa imersão cultural, muitos assuntos foram abordados, com constatações, discussão de algumas definições das circunstâncias universais do ser humano numa sociedade robotizada.
     As relações interpessoais com a sociedade e o poder nessa sociedade, que além de virtual convive com a realidade que é o sistema virtual presente na realidade, desde os pontos de ônibus até a exposição exagerada de quem se atreve a opinar seriamente numa rede social.
     Todas as circunstâncias serão sentidas pelas próximas gerações. Como serão percebidas essas novas relações interpessoais são a origem de novos problemas sociais.
     Nobres e plebeus numa mesma praça, republicanos e, também os famintos, falando a mesma linguagem, A realidade supera as expectativas, pois os conhecimentos sequer imaginados, agora, são reais.
     Diuturnamente tem gente trabalhando para que a interação entre os povos seja pacífica e não traumática.
     Sei que há muito para se escrever à respeito, mas temas universais não devem ser escritos às pressas.
     A riqueza cultural serve para investimentos. Melhor que sejam investimentos do que o desperdício tolo que o conservadorismo despreza e que o consumismo desenfreado aniquila quando o compartilhamento equivocado é um ideal superado.
     Mas de que adianta saber, por exemplo, que a ausência de conhecimento não se dá bem com a boa vontade do sábio?
     Preciso de tempo para absorver toda essa gama de conhecimentos gerais ainda não digeridas e, quem sabe, não voltar ao assunto.
     Mas, por hoje, precisava dizer.
     Bom final de semana para todos vocês.  

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Bella Pasta

A experiência materna

É despropositada,

Macarronada terna

E espiritualizada,


Aqueceu o frio que inverna,

De amor à mesa dada,

No caminho à Lucerna

Fez-se a tal bacalhoada.


Em Gandhi a paz governa

Em versão equilibrada

Ao quadro que encaderna,

Que boa macarronada!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ideias Diferentes de Paz / Reflexão

     Revejo os conceitos de estado laico e da função religiosa de propagar Deus e enviar missões ao mundo inteiro.
     Gostei muito de uma frase ouvida ao acaso da circunstância, uma pergunta inovadora:
     _Como se pode explicar o que é estado laico sem se ensinar religião? O estado laico se impõe à medida que o conceito de religião é ensinado nas escolas.
     Existem cidades onde o estado contribui com a igreja mensalmente Um pedaço do terreno onde a igreja é construída é propriedade do estado e essa é a contribuição do estado para a igreja por tempo indefinido, em princípio perpétuo. Dentro da igreja, não está escrito que o estado é laico, o conceito laico é a contribuição constante e a área de não mais que dois metros quadrados.
     O estado também é um agenciador da paz quando propicia a interação entre os povos de maneira eclética, facilitando o comércio e o progresso e promovendo a ordem entre o necessário progresso das regiões afetadas por conflitos.
     Coincidência foi a lembrança da frase da bandeira nacional: Ordem e Progresso. Função de estado.
     Às igrejas cabe o envio de auxílio às regiões afetadas por todo e qualquer conflito assim como no caso de calamidades naturais.
     Ouvi outra expressão que me chamou atenção:
     _Um povo aculturado se deixa enganar facilmente, não por vontade, mas porque é carente da cultura universal.
     Esse termo aculturado não foi dito sem propósito. Todos os povos precisam de conhecimento e cultura. Função de estado. Não se espera de nenhuma igreja que ela traga conhecimento humano aos povos.
     Às igrejas cabe os ensinamentos teológicos. Os conceitos de céu e inferno mudam conforme a doutrina seguida pelo fiel.
     As funções de estado não mudam.
     Manter um povo com falta de conhecimento pode significar, com o passar dos anos, a desestruturação de qualquer estado.
     Que conhecimento é esse? Esse conhecimento necessariamente passa pelo conceito do ser humano, das necessidades dos seres humanos de educarem os seus filhos para uma vida digna e que seja a circunstância uma aliada das aplicações dos conhecimentos adquiridos evitando sofrimentos desnecessários.
     Os sofrimentos desnecessários são aqueles que parte das pessoas sabem, como o hábito de lavar as mãos quando chega em casa porque existem muitos males vindos da falta de higiene.
     O ensino de história nas escolas poderia ser mais interessante, romanceada. Aliás, está escrito no livro citado pela palestrante que a segunda esposa de Napoleão Bonaparte era contraparente de D. Pedro I, rei do Brasil na época do Império.
     A parte romanceada dessa história eram que os casamentos, no Império, promoviam a paz entre os povos. Como ironia, foi dito, que hoje em dia é exatamente o contrário, o casamento promove a guerra nas famílias.
     Como se sabe, D. João VI veio para o Brasil porque Napoleão Bonaparte iria invadir Portugal. Com o segundo casamento todo e qualquer problema entre Napoleão e Portugal foi resolvido.
     Numa ilação apropriada da palestrante ficou clara a aprovação da instituição igreja aos casamentos que promovem a paz.
     As igrejas e os estados dialogam, não se pertencem.
     O texto está parecendo uma coleção de antiguidades, mas não.
     A maneira de diminuírem-se as favelas  do país dependem das funções do estado. Não cabe às igrejas o ensino da alfabetização, mas ao estado.

 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Rumores

 
 
Histórias cíclicas e mundiais,
 
Dos homens que mudam suas roupas,
 
Contínuas mudanças são as iguais.
 
 
Percebem-se as caricaturais
 
Lembranças, aquelas que são roucas;
 
Mas ditas nas portas dos umbrais.
 
 
Os muros conversam infernais
 
Rumores em sórdidos feudais.
  

domingo, 24 de maio de 2015

Canções
 
 
Onde vou e porque estou
É tão particular,
Esse vou porque sou,
Esse estou a me enrolar
 
Se o café começou
Esse fado a cantar,
Certa que assim estou
Vivo à canção e ao saudar.
 
Esse meu disco ondeou,
Faixa de se buscar
Tanto, que emocionou;
Baía de luz a saudar.


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Rimas de Pomar

Rimas de Pomar

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Tiro um poema da manga,

Bolso sem uniforme,

Que já foi alguma canga,

Como se fosse informe.

 

Verso d’uma pitanga,

Qual criança e árvore enorme,

Rimo de bugiganga,

Mando que se transforme.

 

Sei comer a moranga,

Jaca do desinforme,

Corro ao pomar da manga

Rosa ao sonho que dorme.

História do Papagaio

História do Papagaio

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Era uma vez uma menina que gostava de ouvir histórias. Nem sempre havia quem quisesse contar histórias, mas ela procurava quem lhe contasse histórias.

Um dia, após muito insistir com todos os que estavam a sua volta que lhe contasse uma história, acharam por bem lhe dar um papagaio de presente.

Criança precisa se distrair, não pode se comportar como adulta.

Ela amava o papagaio e ensinava ao papagaio a pedir que contassem uma história para ele.

O papagaio não aprendeu a frase, mas, ao invés disso, ele mesmo contava uma história.

Papagaio que é papagaio se repete e a menina acabou por decorar a história sem jamais entendê-la.

_No caminho de casa havia duas casas iguais.

A menina perguntou se as casas eram casas de meia parede ou sobrados.

_No caminho de casa havia duas casas iguais.

A menina perguntou o que eram casas iguais.

_No caminho de casa havia duas casas iguais com mesas de comidas iguais: café da manhã, almoço e jantar. Iguais.

A menina disse ao papagaio para continuar.

_A visita nas duas casas iguais era obrigatória para se chegar a casa onde eu morava.

A menina perguntou por que era obrigatória a visita nessas duas casas iguais antes de chegar a casa dele.

_Até hoje não sei.

A menina ficou curiosa e perguntou com certa rapidez:

_Eram bandidos?

O papagaio disse que jamais almoçaria com bandidos.

_Eram policiais?

O papagaio disse que o seu dono era amigo do delegado da cidade e conversavam quando se encontravam, mas que nunca chegaram a se visitar.

_Eram empresários?

O papagaio disse que os empresários da cidade eram fazendeiros e moravam longe em belíssimas casas de campo. Viam-se de vez em quando.

_Eram políticos?

O papagaio disse que o seu dono, que era muito amoroso, evitava deixá-lo perto de políticos.

A menina, cansada de tentar adivinhar, perguntou quem eram.

_Eram pequenos comerciantes.

A menina disse que o motivo eram as compras.

_Nunca compramos nada deles.

A menina mudou a pergunta e perguntou o motivo dessas visitas.

_Para que não houvesse briga.

A menina quis saber quem brigaria com quem.

_Eram duas casas iguais, das quais se sabia que se não houvesse a visita, eles brigariam entre si e toda a cidade seria envolvida na briga deles.

A menina disse que as casas eram más.

_Não eram más, não eram. Eles brigavam entre si para mostrarem um ao outro qual deles era mais generoso. A mesa era imensa e os comes e bebes também. Para todos os visitantes.

A menina perguntou sobre o que conversavam nas visitas.

_Amenidades.

A menina não se conformava com as respostas. Queria saber da visita obrigatória nas casas iguais.

_Eu não sei.

A menina pensou e pensou e disse ao papagaio que o motivo era para que eles não brigassem. Brigar é coisa feia, coisa que não se faz.

O papagaio disse à menina que talvez ela tivesse razão.

_Dizem que eles brigam de maneira diferente.

A menina quis saber o que era brigar de maneira diferente.

_Eu não sei. É uma briga que só eles entendem.

A menina parou de fazer perguntas ao papagaio. Afinal se é feio se meter em brigas, se meter com quem briga de maneira diferente do jeito que a gente entende o que é brigar é mais perigoso.

Em todo caso, ela amou ouvir essa história do papagaio.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O Patrocinador / Crônica

O Patrocinador

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O patrocinador é um problema usual para artistas e atletas. Geralmente quem lida, de fato, com o patrocinador ou apoiador de algum projeto é o chamado empresário.

Nem o artista, nem o atleta têm contato com o patrocinador, afinal, os seus negócios são, respectivamente: a arte e o esporte. As duas carreiras exigem empresários negociadores.

Assim se forma a rede de intrigas. Os maus negociadores são responsáveis, não pelo sucesso do artista e do atleta, o talento e o seu público indicam os nomes que serão consagrados, são responsáveis, sim, pelos possíveis danos causados pela má negociação. Essa não é uma questão relativa, essa é uma questão que vem à tona.

As discussões das negociações com os patrocinadores é um ponto relevante a ser considerada no desenvolvimento dessas carreiras.

Os patrocinadores tem um poder de mando tão amplo sobre a vida desses profissionais que, alguns deles, são o retrato da empresa patrocinadora, em acordo com o empresário e vontade do artista ou atleta.

Pessoas, quando em situação difícil, contam as suas vidas pela necessidade de ter quem as ouça. Certa vez, eu tive uma rinite forte de origem alérgica que me levou a tomar vitaminas.

Nas idas à farmácia para a compra da vitamina C, uma das atendentes contou a história de uma artista paranaense, falecida alguns anos atrás.

O problema com o empresário era frequente, com o patrocinador, nenhum. O patrocinador era o dono das suas falas, o comprador das suas roupas de palco, o seu dono. O empresário era o responsável pelos papéis aos quais ela aceitava ou não aceitava fazer.

Contou-me das qualidades necessárias para um empresário. Além de respeitar a personalidade do artista, deveria cobrar junto ao patrocinador os recursos para as montagens teatrais. Havia uma conversa intensa entre o empresário e a artista.

O contato com o patrocinador é uma das tarefas mais delicadas do empresário. O patrocinador pode simplesmente se negar a negociar com esse ou aquele empresário, também pode se negar a atender todo e qualquer negociador de um determinado artista.

A atendente da farmácia era agradecida a artista que a havia criado, mesmo não sendo filha da mesma. Cresceu, empregou-se, casou e tinha uma vida regular como balconista. Ela jamais pensou em ser artista.

Contava que artista sofre todo tipo de pressão no exercício das suas atividades. As recusas são mínimas, as exigências são enormes e, para, além disso, têm uma vida bastante irregular se comparada com o tipo de vida clássica normal que conhecemos.

E a minha mãe ali, do lado, ouvindo a história.

Como o tempo passava da hora, agradeci e vim caminhando lado a lado com a minha mãe. Ela contou que havia sido fã da artista, mas, por favor, que vida triste a vida de artista!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Desencontros

Desencontros

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Desencontro é doce de milho verde

Com pelotas de fubá mal mexido

Feito às pressas, onde o açúcar se perde,

Em querer adoçar; doce perdido.

 

São culturas tergiversas, vê e crede,

Que não sabem nada desse cozido,

Mas insistem nessa caipira verve

E não entendem desse curau fervido.

 

Eu não sei e não me arrisco a te dizer,

Milho verde peneirado é a quem saiba,

Cozinheira preparada a cozer.

 

Compro feito no pote. Que a mim caiba

Não saber, não ensinar-te esse fazer;

Desencontro é ponto que não se ensaia.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Sonambulismo

Sonambulismo

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Situações não resolvidas

Repetem-se vezes a fio,

Sonâmbulas noites dormidas

Ao som do inconsciente assovio.

 

São dessas menções absorvidas

À música a qual distancio,

Questões simbólicas obtidas

Ao longo do curso de um rio.

 

Palavras que, desentendidas,

Revelam-se ao falso vazio,

Não sendo per si preteridas,

Querendo dizer reinicio.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Gratidão

Gratidão

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Sobram versos de lata

De leite condensado;

Bela e doce bravata.

 

Leite quente sem nata,

Açúcar de melado,

Pêndulo de cascata

 

Às vezes gotejada.

 

Gota a gota, sou grata.

sábado, 16 de maio de 2015

Comportamento Urbano / Crônica do Cotidiano

Comportamento Urbano / Crônica do Cotidiano

Senti saudades de ir ao supermercado para conseguir crônicas. De qualquer maneira, me atualizei.

Para fazer companhia a um membro da família, fui a um Shopping Center frequentado por outro tipo de público. Diferente dos supermercados os Shoppings têm um público diferenciado dependendo do bairro e da frequência do lugar.

Não existe crônica sem a parada para o café, do tipo clássico e pequeno, saboreado lentamente para sentir o lugar e apreciar as conversas.

É impressionante o que algumas pessoas mais abastadas são capazes de fazer, não aos estranhos, mas aos seus próximos.

Uma senhora contava para a amiga que ela conseguiu que a filha não namore antes, pasmem, dos vinte e cinco anos. Disse ainda que, na casa dela, não entra nenhum jovem antes que a filha tenha diploma de faculdade com especialização e emprego para se sustentar sozinha. Havia conseguido o apoio de várias das suas amigas e das filhas das suas amigas, colegas de faculdade da jovem adulta.

Um senhor contava ao amigo que havia descoberto porque é que o outro amigo estava se queixando de falta de dinheiro para pagar o licenciamento do veículo. Ele descobriu através do bolso do paletó do sócio que ele havia adquirido um automóvel Lamborghini caríssimo, mas estava reticente para contar ao amigo.

Ambas as situações deploráveis.

Por outro lado, temos os personagens mais humildes.

História ouvida no caminho: a moça simples diz no ponto de ônibus para uma senhora de melhor condição social para que ela faça o favor de se manter equidistante dela porque ela não queria se vista como traidora perante as suas colegas de trabalho. Disse à senhora para que ela a tratasse com reservas, conforme convém a uma pessoa de melhor condição social. A senhora agradeceu o conselho e não mais conversou com ela. A moça ficou feliz por colocar a senhora no seu devido lugar de superior.

São histórias curtas, mas todas elas muito ousadas.

Moral da história:

Poema para Supermercado

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Meu supermercado querido,

Que tantas vezes é meu abrigo

Com histórias para contar;

Do que eu mais posso me queixar?

 

Entre pão e bolo eu te bendigo,

Corredor que é tão bom amigo,

Com produtos a se comprar,

Classe média há de se salvar!

 

É, que quando eu não te visito,

É sofrível o meu castigo,

Pois que sem ti para contar,

Os versos são de amedrontar.

Nina – A Garota Em Consequência

Nina

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O blog da Nina não tem compromisso com a língua culta, é antes um desabafo de qualquer pensamento momentâneo.

O blog foi criado para nada e faz tempo que estava deixado de lado, mas antes de se deixar qualquer palavra escrita de lado, a gente pensa muito.

Quem é a Nina? A Nina é uma garota que mora em quase todas as mulheres, pois as mulheres falam mais que os homens e a Nina supre essa necessidade de dizer sem se comprometer com coisa alguma.

Chegou a hora de ela vir a público, de compartilhar as suas ideias aqui no blog, mostrando o quanto às vezes as postagens são desajeitadas, às vezes queridas.

O gadget foi adicionado do jeito dela, ou seja, sem compromisso com a estética ou a leitura, no canto superior da página. Assim é o seu personagem.

O email dela é o mesmo do blog artes e escritas.

Alguns anos atrás, eu disse que tinha outro blog e que iria apresentá-lo quando achasse que o personagem estivesse maduro.

Agora autora e personagem convivem juntas, para a minha alegria.

Apresentações feitas, quem quiser dar uma olhada lá, que fique à vontade.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pianola

Pianola

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Se não fosse a pianola,

Estridente à tomada,

O que seria da viola

Só e desacompanhada?

 

Fone de ouvido à cola

Tão sonora e abafada

Nessas noites de escola,

É da trilha, a estudada.

 

Se não fosse a pianola

Nesse canto, arranjada,

Ao som que se controla,

Não há piano nem nada.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Detalhes de Uma Conversa Italiana

Detalhes de Uma Conversa Italiana

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Se um dia você tiver dinheiro que sobre, que não sirva para nada, pegue um navio e chegue ao Rio de Janeiro à noite. Veja a baía de Guanabara iluminada.

Eu desejo muito que vocês possam ver o Rio de Janeiro do ponto de vista de um navio porque sei que vocês jamais sentirão o que eu senti.

A viagem durou um mês da Itália até aqui. Água e mais água sem saber o que era esse país chamado Brasil. Vocês não conseguirão imaginar o que é uma viagem de imigração no século dezenove.

Eu também não quero que vocês saibam o que é ter um padrão de vida onde se almoça pasta com trufas negras e cordeiro assado e ver tudo destruído por um vulcão.

Eu quero que vocês tenham, no entanto, a coragem para recomeçar, aconteça o que acontecer.

Quando o capitão do navio avisou que avistava o Rio de Janeiro, estávamos angustiados, numa expectativa de que não fosse mais uma desgraça nas nossas vidas. Corremos todos para fora das cabines. O que vimos pareceu-nos o paraíso.

O Rio de Janeiro era uma cidade com a orla iluminada. Uma cidade! Vocês imaginam ir para um país do qual pouco se sabe? Diziam que no Brasil não faltaria comida, mas ninguém nos dizia ao certo se havia alguma espécie de civilização urbana.

Para nós, de dentro do navio, pareceu um pinheirinho. Até dos morros via-se luzes. Eu chorei. Logo eu que sou de tez dura como homem tem que ser, imagine!

Eu era alguém saído do inferno. Sim, um inferno. O vulcão entrou em erupção e devorava com as suas línguas de fogo a todos e a tudo o que tínhamos. Tínhamos recursos, porque sem recursos eu não conseguiria cruzar o Atlântico. Criado como homem polido, voltado à cultura, eu não teria a força necessária para suportar uma viagem dolorosa como essa. Tudo o que eu pude fazer durante a viagem foi ajudar a acomodar as famílias enquanto pensava na família que eu perdi para a lava.

Dentro daquele navio tinha todo tipo de gente até mesmo gente que não tem valores. Vocês não imaginam do que falo e dou Graças a Deus por isso.

O Brasil é um país maravilhoso para mim.

De vocês não peço nada além de que cumpram as suas obrigações como cidadãos. Mas, se algum dia vocês tiverem dinheiro sobrando, cheguem ao Rio de Janeiro à noite.

Deem-me esse presente, porque o meu sonho é que vocês cheguem ao pátio do navio e vejam as luzes piscando a alguns quilômetros de distância. Eu quero que vocês vejam essa maravilha e apenas recordem o que conto hoje como algo que passou. Lembrem também que eu tive que recomeçar a vida e fui corajoso.

Depois, cheguem até a orla e caminhem fazendo os seus próprios sonhos.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Desfazendo um Nó ? Crônica do Cotidiano

Desfazendo um Nó / Crônica

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Atravessamos um momento onde muitas pessoas buscam a igreja, mais do que a igreja, buscam o exercício da fé e de valores bons.

Existe, no entanto, um nó a ser desfeito. Não há erro ou culpa no lazer que não transgride as leis de Deus.

São falsas todas as ideias que conduzem as pessoas a estarem constantemente em torno da igreja cuja doutrina de fé foi aceita por determinado grupo de pessoas.

São falsas as ideias de que a boa convivência existe somente entre o grupo de pessoas que estão e frequentam a mesma denominação religiosa de determinada pessoa.

Tive uma excelente conversa com uma conhecida de muitos anos que não frequenta a mesma igreja que eu e tivemos muitos pontos convergentes nessa conversa.

O ideal é frequentar a igreja por vontade, pela necessidade espiritual de orar, simplesmente orar.

Concordamos que a fé que nos guia está presente conosco em todos os lugares, seja nas reuniões com os amigos, na prática de esportes, nos afazeres diários, no cinema e em todas as horas de lazer.

Concordamos que não se pode cobrar nada além do que consta da Palavra Sagrada de ninguém.

Entretanto as dificuldades eram comuns a mim e a ela. Somos de denominações diferentes, mas concordamos que igreja é lugar para fazer orações. As vocações são situações específicas e individuais, queremos levar uma vida com Deus, mas voltadas a outras atividades típicas e humanas.

Convivemos com pessoas da cidade inteira e não fazemos exigências quanto à igreja que frequentamos. Queremos que as pessoas sigam pelo bom caminho, mas pela vontade, não pela obrigatoriedade.

O conceito de que o lazer é erro ou pecado, dependendo da denominação religiosa, é um conceito de grupos de interesses e não vem da fé.

As culturas se entrelaçam e as sociedades estão em constante evolução e a supressão dos diversos contatos próprios da sociedade impede a evolução, bloqueia o progresso, cria problemas para a sociedade em desenvolvimento. Sugere discussões religiosas.

Os grupos de pessoas afins são naturais e os contrastes também, mas a fé permeia os grupos afins e os contrários produzindo a vontade de superar as dificuldades comuns.

O lazer é uma forma de interação social importante. Se Deus não faz acepção de pessoas, perguntamo-nos, por que é que nós temos que fazer? Por qual motivo deveríamos conversar apenas com o grupo ao qual pertencemos pela vontade pessoal?

Trocamos ideias valiosas. Ideias que passam por política e suas inferências no mundo da fé.

Chamem-nos de puristas ou puritanas, mas queremos as coisas nos seus devidos lugares. Não aceitamos interferências que não estejam escritas e, melhor, ambas temos a preferência pelo livro do Novo Testamento.

O lazer está presente no Novo Testamento: Jesus Cristo multiplicou pães e peixes durante uma festa. E não deixou de ser Deus.

Às obrigações de cada um, o lazer e a fé. Boa conversa.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Por Que Será? Crônica do Cotidiano

Por Que Será? Crônica do Cotidiano

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Uma tarefa leva à outra e assim por diante. Eis que fui ao centro da cidade.

Fazia algum tempo que não passava no centro da cidade com vagar, olhando as lojas e as vitrines. Estava eu cumprindo as tarefas quando uma turista perguntou:

_Por favor, a senhora sabe onde fica a Rua XV de Novembro? Não sou daqui e estou meio perdida.

A pergunta foi feita à meia quadra da rua XV de Novembro.

Respondi que a rua XV de Novembro era dobrando a esquina.

O meu caminho passava pela rua XV de Novembro e eu aproveitei para tomar um café, comer um biscoito e olhar a rua como turista.

Olhando vitrines vi uma blusa básica e barata e com aquele jeito de quentinha.

As lojas da rua, são básicas e ideais para turistas, gostei mesmo.

Entrei na loja e perguntei sobre as cores disponíveis naquele modelo de preço, inferior a trinta reais.

Escolhi e estava me dirigindo ao caixa, quando o dono da loja, estressado e simples, reclamou:

_O que está acontecendo com as mulheres? Eu investi um bom capital em meias e nenhuma delas compra!

Eu me fiz de turista e me dirigi à moça do caixa.

O dono da loja continuou o discurso:

_Vocês sabem o que acontecerá na próxima semana? Eu mudarei a vitrine. Colocarei na vitrine artigos masculinos e todas as meias de boa qualidade que eu comprei para eles.

Eu queria a blusa e nada mais. Continuei com pose de turista.

Paguei a blusa básica no caixa da loja, com a moça atendente rindo até não mais poder. Porque estava em frente ao chefe que estava no balcão.

Agradeci o atendimento à vendedora e à moça do caixa.

A moça do caixa disse para que eu voltasse à loja outro dia. Na loja existem muitas blusas básicas e baratas de boa qualidade.

Eu disse que voltaria.

Voltarei. Para me divertir com algum produto que custe menos que trinta reais.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Pontes

Pontes

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Se as pontes rangem ao frio,

Também tremulam ao sol;

Porque nenhum dia é vazio.

 

São as pontes de tal perfil,

Que, ligando-se ao arrebol,

Indicam o dia ao carril.

 

Superam o vento e o rio,

 

Suportam a rês e o rol.

domingo, 10 de maio de 2015

Chuva, Física e Sincronicidade / Reflexão

Chuva, Física e Sincronicidade

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A chuva que cai lá fora tão natural, simples como o frio do outono, chega cheia de novidades, os pingos de água são como se fosse recomendações.

Uma delas é aquela que todos ouviram algum dia: não tome friagem sem necessidade. Com tanta gente gripada na cidade, evite chuva fria, água de marquise e carapuça que não te serve.

E um grande aconchego chega ao espírito mesmo sem poder ir até a igreja prestar culto. Assistirei pela internet. Esse resfriado dura quinze dias e eu não o quero para mim. Água de marquise já me causou inadvertidamente infecção nos olhos. A capa de chuva é de nylon e combina com jeans e não estou com a menor vontade de vestir jeans num dia como o de hoje: Dia das Mães sem mãe presente.

E levantei cedo e disposta, olhei pela janela e lembrei-me de todos os bons avisos de minha mãe.

Respeito o meu organismo. Se tiver que me resfriar, que seja por acaso, não voluntariamente. Gosto de usar jeans e tenho meus momentos jeans, mas por que usaria jeans num dia festivo quando posso desejar um Feliz Dia das Mães online para todos os meus conhecidos, os da igreja inclusive?

Que aconchego de mãe! Essa chuva, café e biscoitos, casaco e bem estar.

E a escolha veio da chuva mais os conselhos ouvidos durante anos, das gripes, das histórias cotidianas.

Foi num dia em que choveu e veio à estiagem. Olhei para cima sem saber se deveria abrir a sombrinha ou não. Caiu uma gota de água da marquise dentro dos olhos. Três meses de colírio com antibiótico.

A touca da capa de chuva de nylon não fica no lugar quando se está com sombrinha e venta. Hoje não venta muito, mas a roupa não me serve.

O dia fica mais bonito quando o sincronismo dos fatos te leva a tomar decisões. Fatos aleatórios e normais como chuva, frio e touca que de nada me adianta; carapuça que não me serve.

Deixo uma frase de Albert Einstein para que possamos refletir:

“A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. Ela é a fonte de toda arte verdadeira e de toda a ciência. Aquele para quem esta emoção não se revela, que não consegue mais se enternecer no encantamento, já está como morto: seus olhos estão fechados.”

sábado, 9 de maio de 2015

Cordialidade

Cordialidade

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Levanta cedo,

Esquece o medo

Que o mundo sabe

Antes que acabe.

 

O samba é enredo,

Criança e brinquedo,

Sonha a cidade

Curiosidade.

 

Sol e folguedo

Do tempo de Aedo

Que canta à vontade;

Cordialidade.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Garotos de Ouro / Crônica de Supermercado

Meninos de Ouro / Crônica de Supermercado

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Como se fosse futebol a crônica nasce dos instantes inesperados, um gol bem feito dá até gosto de ouvir certas histórias.

Hora do descanso para alguns garotos. Os dois sentados um ao lado do outro.

Um dos garotos faz cara de brabo e abaixa a cabeça.

Um pergunta o que é que o outro tem.

_Estou com raiva do nosso artilheiro.

Eu não entendo de futebol e nem sei dizer exatamente dizer o nome do jogador, mas prestei atenção.

Outra pergunta:

_O que foi que o jogador fez?

O garoto conta com ênfase e do jeito dele:

_O nosso time estava mal no campeonato. A gente nem acreditava mais no time. Contrataram o “Eu Não Sei o Nome”. O time começou a ganhar e eu comecei a acreditar no time de novo. Agora que o time vai bem, o que acontece? O “Eu Não Sei o Nome” acha que pode tudo. Ele pensa mais nele no que no time. O que aconteceu? No último jogo empatamos. No jogo passado ganhamos de um a zero. No próximo jogo, se ele continuar achando que pode tudo, nós perdemos. Depois de perdermos algumas partidas o “Eu Não Sei o Nome” perderá o contrato com o time. Time de futebol é negócio concorrido, como é que um jogador depois de chegar num time bom como o nosso põe tudo a perder? Eu estou com raiva, não consigo estar diferente.

O garoto que perguntou disse ao colega que ele tinha toda razão.

_Tenho, não tenho?

Os garotos levantaram-se e foram trabalhar.

O curioso é que o garoto que estava com raiva esboçou um sorriso.

A raiva sumiu ali mesmo.

Vale a pena ir ao supermercado!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Sonho de Goiabada

clip_image001Sonho de Goiabada

Sonho é pão açucarado,

Gula dos dias que chovem.

Quando quente, desagrado;

Quando recheado, provem.

 

Todo dia tem teclado,

Pensa a vida que é jovem,

Logo vem o estudado

Às teclas que se movem.

 

Sonha a vida a seu agrado,

Sinta os sons que a comovem;

É a vida o temperado,

Sonhos bons que a promovem.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Chá Gelado

Chá Gelado

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Chá gelado

Num dia quente;

Refrescado

E Contente.

 

Quer-se ao lado

Do batente;

Descansado

Comumente.

 

Dia suado

Sua a mente,

Ao dobrado

Segue em frente.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Testes de Autoconhecimento / Filosofando

Testes de Autoconhecimento / Filosofando

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Essa é do tempo da revista Ego. Para quem não sabe, foi uma proposta editorial com conteúdo de psicologia aplicada ao dia a dia das pessoas.

Aqueles que se achavam “encucados”, com questões existenciais, na maioria jovem pós-geração Beatles, compravam. Era uma revista que tinha algo de “Cult Magazine”. Eram as questões da época, pois os mais adultos tinham aprontado todas as artes e precisávamos ter estilo.

Estilo ou não, eu lia a tal revista completamente monitorada pela minha mãe, pronta para responder sobre todos os assuntos da revista.

Passaram-se alguns anos e houve uma maratona de recursos humanos com testes psicológicos e de autoconhecimento.

Não pensei duas vezes e fui verificar se o que eu havia concluído de mim mesma iria se enquadrar naqueles testes.

Naquela maratona foi que eu soube que existem três condutas existenciais, a saber, em primeiro aqueles que gostam do poder, em segundo aqueles que são voltados para a autorrealização pessoal e em terceiro aqueles que são voltados para a afetividade.

Quando eu digo que eu gosto de gente, é porque tenho um certificado.

Naquele curso, também se tomou conhecimento dos conflitos surgidos das características pessoais de cada grupo.

É até bom poder dizer, quem sabe alguém não saiba. As pessoas voltadas para a afetividade e as pessoas voltadas para o poder têm todas as qualidades para entrarem em conflitos e discussões. A ponderação é feita pelas pessoas voltadas à autorrealização.

São características independentes do coeficiente de inteligência, o chamado QI.

Há subdivisões e subtipos como em toda área relativa do conhecimento. Alguns ficam entre as linhas do poder e da autorrealização, outros ficam no limiar da afetividade e da autorrealização, mas existem aqueles que têm uma característica predominante.

Daquele tempo para os dias de hoje o mundo mudou completamente, mas o ser humano, não mudou.

O que mudou foi o potencial daquelas pessoas voltadas ao poder interferir na vida daqueles que não tem a menor preocupação com o poder.

Por outro lado, no reverso da moeda, as pessoas voltadas para a afetividade não convencem sobre a importância do significado intrínseco do seu ponto de vista perante a sociedade.

É bom se conhecer, saber dos seus pontos fortes e fracos, pois todos têm.

A própria psicologia parece não investir mais em matérias simples e científicas que levem o autoconhecimento. Vemos muitas receitas nos livros de autoajuda, mas são receitas prontas quando o ser humano não se transforma em produto pronto e acabado.

Eu prefiro livros de autoconhecimento aos livros de autoajuda.

É bom saber que se vai entrar em conflito com outros estilos de pensar e agir gera uma autodefesa importante para os indivíduos.

Dentre as diferenças características de cada um aí sim, pode-se estabelecer regras de respeito e bom comportamento para uma sociedade tão conturbada como a que vivemos.

O fenômeno é universal, todos conflitam muito, mas não se conhecem e nem conhecem os porquês das suas atitudes.

Paro para pensar um pouco mais sobre as carências do conhecimento universal.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Plim

Plim

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Esse poema é de graça,

Simboliza a canção

Quando ao estudo se abraça,

 

Cada verso se passa

Num compasso e, a porção,

De rimar ultrapassa,

 

O limite que traça

 

E se torna emoção.

domingo, 3 de maio de 2015

Manutenção

Manutenção

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Primeiro, o discernimento,

Depois, toda comunhão;

Senão, é o não sei desse tempo,

Pois, basta a nobre intenção.

 

E todo o conhecimento

É pobre sem conclusão;

Que surja algum andamento

Até se chegar à união.

 

São trovas do pensamento

Que induzem à clareação,

Consciência é esse mandamento

De amor em manutenção.

sábado, 2 de maio de 2015

Não É, Mas É / crônica do Cotidiano

Não É, Mas É / Crônica do Cotidiano

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Hoje, finalmente faço uma crítica! Aos outros, não, de jeito nenhum. A crítica é contra mim mesma.

Dirijo-me até a lanchonete e, logo à minha frente o sujeito.

Permitam-me descrever o sujeito: estatura mediana, camiseta de atleta sem mangas, calças jeans e, o sapato nem vi. Parece normal aos olhos dos outros? Não sei. Continuarei a descrição: no rosto um cavanhaque e um brinco no nariz (piercing), nos braços, as multicoloridas tatuagens em formatos de sei lá o que. Os braços e os ombros estavam cobertos de cores e desenhos.

Olhei para o lado e para baixo. Pensei: que coisa horrível!

Ele ali na minha frente, na fila, aguardando o sanduíche tanto quanto eu. Justo eu, que me gabo de não ter preconceitos, ficando com medo daquele tipo.

Saí de perto para não olhar e nem fazer caras e bocas (caretas). Aguardei o meu sanduíche a certa distância.

Ele ficou no balcão de vendas conversando com a moça da lanchonete.

Enquanto aguardava o chamado da atendente para pegar o meu lanche, eu disse para mim mesma que era preconceito meu, que ombros completamente tatuados e brinco (piercing) no meio das narinas não significavam que o sujeito era mau.

A moça me chamou. Fui, sem querer, ao balcão me escondendo e chegando lá, peguei o sanduíche sem que ele visse.

Mas, como eu não sei me esconder, ele viu que eu olhava as tatuagens e que trazia na feição um ar desaprovador e se afastou alguns passos para que eu pegasse o sanduíche.

Pelas costas das tatuagens a moça perguntou o que era com o olhar e eu apontei (que falta de educação a minha) para as tatuagens verdes, vermelhas, pretas, marrons, azuis, enfim, aquilo tudo.

Ela me entregou o lanche. Olhou para ele e fez sinal de que curtiu o gesto dele e as tatuagens e o piercing.

Não é preconceito, mas é que cada um sabe de si e me senti fora da minha tribo.

Não é, mas é. Eu poderia ter achado normal, mas não consegui.