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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Contos que a Mamãe Ganso não Conta

Contos que a Mamãe Ganso não Conta.

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Não duvide de nada e de ninguém, existe alguma verdade em todas as coisas.

Aconteceu por volta de 1.950. Um casal jovem, casados há dois anos.

O marido era conservador e, às vezes entristecia a jovem esposa com o excesso de conservadorismo. Ela contra-argumentava, mas o resultado eram discussões teóricas sobre o modelo ideal de lar.

Enquanto discutiam, alguém bateu à porta da casa deles.

Era uma vizinha, que distava algumas quadras próximas da residência do casal.

_Por favor, é aqui que mora o advogado? Estou desesperada. Quem disse para que eu viesse aqui foi dona Francesca, por favor, me ajude!

A jovem esposa, ao ouvir o nome de Francesca, pediu à vizinha que entrasse. Dona Francesca era a esposa do dono do armazém.

_Por favor, doutor, a história é muito triste. A minha empregada está grávida, no entanto, é virgem.

O advogado olhou para a esposa e pediu a ela que ficasse quieta. A esposa sentou-se ao sofá ao lado do marido e deram-se as mãos para ouvir a história.

_O violentador fez questão de deixá-la na condição virginal. Ela está grávida e os pais dela expulsaram-na de casa. A moça quer dar queixa à polícia, mas tem medo de fazer a perícia no Instituto Médico Legal. Ela precisa de um advogado e a dona Francesca disse que o senhor é um bom homem.

O advogado disse que atenderia a causa gratuitamente, mas gostaria que a sua esposa o acompanhasse em todo o processo.

No dia seguinte a vizinha veio com a moça e, foram os quatro até a delegacia para prestar queixa do violentador.

O delegado pediu a perícia médica.

O advogado pediu ajuda a todos os contatos que tinha dentro da polícia.

Diante da situação, o médico perito concordou que o advogado, a esposa e a vizinha ficassem do outro lado do biombo enquanto periciava a condição virginal da moça.

Depois do exame, sentaram-se os cinco para conversar.

O advogado, a esposa dele e a vizinha esperavam alguma palavra do médico porque ninguém sabia o que dizer à jovem.

O médico sentou-se próximo a jovem e perguntou a ela o que é que ela pretendia fazer dali em diante. A denúncia estava feita e todas as provas colhidas.

A jovem empregada, numa atitude de extrema humildade, disse que queria o violentador na cadeia. Disse que iria até o convento para conversar com os religiosos porque filho nascido nessa condição era para conversar com Deus.

Agora era a rua, o delegado e o médico a cuidarem da jovem.

Passados uns quinze dias, a decisão foi tomada. A moça ingressaria no convento para seguir a vida como religiosa. O neném, quando nascesse iria para o orfanato religioso, para que pudesse ser amamentado e acarinhado pela mãe.

O advogado tinha automóvel e foi com a esposa, a jovem e a vizinha, dona da casa onde a jovem trabalhava. Todas as providências legais foram tomadas junto ao delegado, porque a jovem deveria ficar à disposição da polícia até o julgamento do agressor.

Depois do nascimento do neném e da condenação do agressor não se soube mais da moça, agora irmã de caridade.

O jovem casal, cujo marido era conservador, fato que entristecia a esposa, que terminava por discutir com ele, não mais existia. Todos os conceitos dele e dela mudaram a partir daquele momento.

A esposa do advogado chora ao contar a história da jovem. O advogado segura a lágrima inchando a glote.

2 comentários:

Antonio Pereira Apon disse...

A vida e a ficção estão cheias desses casos, onde o limite de uma e outra parecem se confundir.

Desejo a você, seus amigos e família, um maravilhoso natal e um renovador ano novo; repleto de todo bem possível, transbordante de felicidade, saúde, paz e toda luminosidade do Divino Mestre Jesus.

Um abração cheio de boas vibrações.

Ivone disse...

Amiga Yayá, amei ler esse conto que retrata muito bom como eram as vidas dos casais daquela época,ficção e realidade se confundem mesmo!
Amiga, desejo-lhe um Feliz Natal junto com sua família!
Abraços!