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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Redação do Enem

Redação do Enem

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Enem era um garoto humilde e bem educado. Contava a história da origem do seu nome sempre que perguntado:

Professora a ideia do meu nome surgiu quando o meu pai desconfiou de que havia motivo para que a minha mãe ficasse arredia quando ele queria carinho:

_ Maria, por acaso você está grávida?

A minha mãe respondeu:

_E nem! Aquele trem romântico que atravessa o país. Você e eu sem nada para fazer...

O meu pai disse que parecia um nome bíblico de um profeta que ele gostava muito de ler: Neemias.

_Se for menino homem se chamará Enem.

Assim mesmo antes do teste do ENEM, esse Enem que vos fala mestra querida, já existia.

A professora notando certa ironia por parte do aluno pediu a ele que contasse de avião, visto que de trem ele entendia bem.

Enem, com toda sala a prestar atenção na chamada da professora, pôs-se a contar sobre avião, mesmo nunca tendo se aproximado de aeroporto:

_Professora, avião é um tipo de trem que voa. O motorista aviador verifica as engrenagens e conta os passageiros para verificar se não falta ninguém lá dentro. Se algum passageiro repara em alguma peça enguiçada, ele desce e vê todas as engrenagens antes de sair.

A professora disse ao garoto que prosseguisse na conversa.

_No entanto, mestra querida, os vagões não vão engatados como no trem. Os aviões formam fila por ordem de horário de saída.

A professora não se conteve e perguntou de quantos aviões era a fila.

Enem coçou a cabeça e disse:

_Geralmente a fila é de mais ou menos quatro aviões. Sobe um, mais alguns minutos e sobe outro até que a fila toda esteja voando.

E depois, Enem?

_Depois quem sai atrasado tem que acelerar mais, mas freia no meio do caminho para poder pousar.

A professora se divertia com a história do Enem e perguntou se vendiam lanches como se vendem lanches no trem.

_Não professora. Eles obrigam a vendedora de lanches do avião a distribuir gratuitamente porque é proibido vender lanche no avião. Às vezes a vendedora até chora ao servir o refrigerante. Mas também professora, como é que ela leva lanche num lugar onde é proibido o comércio de lanche? Depois de servido o lanche não adianta chorar.

E tem cruzamento na rodovia aérea, perguntou a professora:

_Tem sim, professora. Diferente daquele do trem que tem semáforo e cancela. É um por cima e outro por baixo.

As ideias do Enem fizeram com que a professora mudasse a matéria do dia, que passou a ser sobre Alberto Santos Dumont.

_Aquele do relógio? Eu disse alguma besteira?

Sem conversa porque a manhã passa depressa.

2 comentários:

Célia disse...

Dos carinhos do "E...NEM"... valeu e muito a fantástica redação... Ah! Se a moda pega...
Abraço.

MARILENE disse...

Ficou ótimo o conto e me diverti ao lê-lo. "E NEM" desejava seu fim.