Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Lar Doce Lar

Lar Doce Lar

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Paira esse sorriso no ar,

Esse lume feito em festa,

Nesse ar, eucalipto olhar...

 

Sopra perfumando o lar,

Senta-se a experiência à fresta,

Serve-se lauto jantar.

 

Num sol que se deita à sesta,

 

Nasce o firmamento e o amar.

Arteira / Carnaval sem Álcool

Arteira

 

Carnaval sem chuva,

Rodoviária cheia,

Em cidade alta,

 

Sem silêncio e luva,

Com leitura e meia?

Curitiba em falta.

 

Caracteriza a uva,

Carnaval de esteira,

Descansando a pauta.

 

Preguiçosa curva

De caneta inteira

Nem descrevo a flauta.

 

Carnaval com chuva,

Deliciosa arteira,

É esse amor peralta.

Livros de Autoajuda?

Livros de Autoajuda?

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Mudando de assunto. Livros.

Por qual motivo não temos a matéria de Literatura Universal nas escolas?

A matéria de Literatura Brasileira é obrigatória e há um roteiro de livros para o estudante secundarista. Aprendemos os regionalismos e a convivência com todos os nossos conterrâneos.

Penso que a Literatura Universal nos permite a identificação com as culturas que podemos ou não nos adaptar.

É de fundamental importância sabermos antes sobre o que podemos ou o que não conseguiremos nos adaptar.

A diversidade cultural é necessária, mas podemos escolher em acordo com a educação que recebemos.

São livros bons, de autores clássicos, que deixamos pela metade em alguma prateleira esquecida, porque nos enfadam a cada página. Tenho alguns livros deixados a quem quiser os ler e tenho outros que não empresto à ninguém.

A Literatura Universal nos aproxima de diversos países e dentre eles, deveria ser obrigatória a leitura de acordo com a expectativa do leitor de pelo menos um livro das culturas portuguesa, francesa, inglesa e russa. Depois viriam os livros americanos e os orientais. Se bem que, nesse caso, a ordem dos fatores não altera o produto, é multiplicação.

A leitura da Literatura Universal nos coloca frente a frente com situações diversas das diversas culturas. O fato é que a gente se lê enquanto lê um livro.

Há situações pouco polidas que a gente aceita, corresponde a nossa cultura. No entanto existem situações que se confrontam com as ideias concebidas. Aí é que está o macete: a gente pode evitar as situações que surgem, mas que foram lidas em algum livro dessa ou daquela cultura que difere da nossa. Também existem situações inevitáveis, também lidas nos livros, mas pensadas durante a leitura e com a resposta formulada ideacionalmente para aquela situação, o que facilita a condução dessa ou daquela questão.

É autoajuda porque é autocrítica, e não posso dizer de ninguém que não eu mesma, porque quem comprou o livro fui eu. Não consegui ler Al Gore e farei algumas tentativas e, talvez desista de ler e passe para outro livro, ainda não sei.

Mesmo assim a minha cultura é próxima a essa cultura. Tudo bem com Mark Twain.

A autoajuda nasce da formulação das conjunções e disparidades entre as ideias dos autores e as nossas. As hipotéticas situações idealizadas de forma lúdica e recreativa nos possibilitam melhores condições para lidarmos com a realidade.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bom Feriado / Reflexão

Bom Feriado/ Reflexão

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Como se faz um bom feriado? Por esses dias conversei com algumas amigas sobre o tema.

Para a gente ser feliz a gente tem que tomar posições na vida, a favor e contra.

A gente tem que ser a favor da própria alegria e da própria felicidade.

A festa logo começa e eu não gostaria de ser aborrecida, mas tomei algumas atitudes que realmente me fizeram muito bem.

O que eu posso fazer para não me aborrecer, eu faço. Não compartilharei essas ideias. Já as compartilhei com duas amigas.

Não existem aulas boas se eu pensar que o professor não ensina a matéria. Eu tenho que acreditar no que eu estudo e procuro o melhor método para a aprendizagem.

Infelizmente amo a matemática. Nos áureos tempos gastei um caderno no prazo de um mês fazendo e refazendo exercícios de cálculo.

Esse período foi anterior à substituição do cálculo matemático pela música.

Cheguei a fazer um papel ridículo assistindo uma demonstração de como se chegava ao cálculo integral. Uma demonstração de hora e meia ao quadro negro, realizada por dois professores que tinham concluído o mestrado e faziam o doutorado.

A demonstração da fórmula terminou e eu fiquei na sala copiando, com rara alegria, aquela demonstração algébrica.

Eu lembro que precisava tirar dez na prova para não ficar para a prova final.

Os professores complicaram a prova exigindo todas as fórmulas numa equação.

De repente cansei, fiz a divisão e o resultado deu tangente de setenta e cinco graus.

Entreguei a prova, humilde, e pedi ao professor que a corrigisse na hora, se ele assim se dispusesse, para que eu soubesse o quanto precisaria de nota para a prova final.

Ele corrigiu a minha prova na hora. Dez.

Eu não soube colocar o sinal de igual na montagem da equação, mas o resultado a ser exibido estava correto = tangente de setenta e cinco graus. Ele não descontou da nota o sinal de igual.

Obviamente eu agradeci a gentileza do professor, mas ele disse que não bastava agradecer. Ele disse que o correto era que eu fosse estudar matemática a sério.

Não demorou seis meses e eu estava ao piano, à matemática que me faltava.

Devo todo o atual conhecimento musical, amador, aos professores que demonstraram o cálculo integral ao quadro negro.

A matemática pressupõe a confiança nos números apresentados. Dois mais dois tem que ser quatro no mundo inteiro. Em música 9/8, 3/2, 2/2 (jazz e bossa nova), ¾ (valsa), 25/12 (vide Ludus Braziliensis), 4/4 (balada) e assim por diante.

Não se começa um bom feriado sem alguns cálculos preciosos com o que tenho e o que posso. Aonde vou de acordo com o que tenho e com o que posso? Ao supermercado!

A gente tem que confiar no que tem e no que pode, para chegar aonde se quer chegar a contento.

A gente tem que acreditar na calculadora e nos cálculos que a gente faz também ao metrônomo, o nosso corretor do ritmo musical – apelidado carinhosamente de "chatômetro tic-tac".

Eu amo a matemática transformada em música decifrada por Pitágoras.

Essa é uma questão de álgebra e sentimento. Acredito em ambos.

Agora sim, a frase que eu disse várias vezes durante a semana: O melhor é a gente ser feliz.

Moral da história: eu preciso sair e parar de pensar em música por alguns momentos.

O estudo de amanhã está agendado.

Bom feriado!

Sabores

Sabores

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Existe um lugar encantado

Nesse indo como quem não fosse;

Mas, se volta, está enamorado.

 

Anda-se em curioso traçado,

Feito de carruagem e coche;

Trote rotineiro encilhado.

 

Volta-se como enfeitiçado,

 

Quer-se de um passeio o algodão-doce.

Política em Família / Crônica do Cotidiano

Política em Família

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Acordei pensando em mim e nas minhas ideologias estapafúrdias.

Eu era jovem e me apaixonei pela política do Jimmy Carter. Eu não perdia nada do que dissesse respeito a ele. Conhecia o produtor de amendoim que virou presidente americano, seguia as suas ideias em todos os meios de comunicação.

Cheguei a encomendar a revista Seleções na banca de jornal ao lado do edifício onde morava na época. Juntamente com a revista Seleções vinha a revista Mad, porque continha sátiras a respeito do presidente Jimmy.

Frequentei por alguns meses a roda de estudos bíblicos dos mórmons, estudo que se iniciava os seis e quarenta e cinco da manhã, antes das aulas que começavam às sete da manhã. Eu recebi o convite de uma colega e o aceitei.

Foram tempos incríveis de roupas exóticas e Bíblia nas mãos.

Obviamente que obtive um corte familiar. Eu exagerava naquilo.

No entanto, foi a melhor ideia que eu jamais tive igual na vida: eu dizia o que queria do jeito que queria e não sabia falar inglês.

Naquela época eu consegui perturbar meio mundo sem fazer nada que merecesse punição através do meu conhecimento de Jimmy Carter.

Depois, ainda com Jimmy Carter na cabeça, fui representante de classe no segundo ano do científico. Fiquei um ano em idas e vindas amigáveis com a diretoria do Colégio Estadual do Paraná.

Os rolos da sala de aula foram inesquecíveis.

Tínhamos em sala de aula um colega brigão que esperava a saída das aulas para provocar brigas com os alunos que ele considerava mais fracos que ele. Exatamente como aquelas brigas das escolas americanos das séries de televisão.

O colega baixinho disse que ele iria brigar e que precisaria da minha ajuda depois junto à diretoria da escola.

O colega brigão o esperou na saída das aulas para bater nele. Ele era baixinho e não tinha força. O que ele fez? Ele abraçou o brigão e mordeu o nariz dele. O brigão foi para o hospital e deu queixa à diretoria da agressão sofrida numa conversa de ajuste de contas pessoais.

A diretoria me chamou e me tirou do meio de uma aula para discutir a briga.

Fomos aos fatos e aos colegas que anteriormente haviam levado uma surra do colega brigão. Contei que eu sabia das tensões em sala de aula e, que, embora eu não soubesse como se daria a briga, eu tinha conhecimento de que ela estava marcada para o final da aula e que foi me pedido para sair de fininho e não interferir na discussão.

Ninguém foi punido e o aluno brigão comportou-se melhor depois que o seu nariz estava devidamente medicado.

Voltemos ao Jimmy Carter e as minhas ideias a respeito dele.

Eram tempos de ditadura e, houve um dia em que estávamos em um grupo de oito alunos, moças e rapazes, conversando.

Chegaram dois jovens uniformizados e se identificaram como agentes da DOPS (delegacia de ordem social e política). Perguntaram sobre a UNE (União Nacional dos Estudantes).

Os rapazes fingiram não ouvir a pergunta. Nós, garotas nos entreolhamos e não vimos motivos para não conversar com os jovens, que, aliás, eram bonitos, atléticos e acreditavam naquilo em que faziam.

Deixem com a gente, dissemos. Seríamos muito idiotas se não conversássemos com eles.

Os rapazes disseram que não iriam nos defender caso fôssemos presas por desacato.

Não nos importamos. A minha amiga corajosa disse que eu falaria e que ela ficaria ao meu lado.

Sorrimos e dissemos que os dois rapazes poderiam nos perguntar por que tínhamos todas as respostas que eles talvez precisassem.

Eles perguntaram se nós sabíamos quem era da UNE naquela escola.

_Senhor, como pode observar somos moças de classe média. Nós não permitimos nenhuma UNE explícita na nossa sala de aula. Se alguém faz parte da UNE é sem que sejam das nossas amizades.

Era verdade. A classe média ficava longe da política. Éramos alienadas e ouvíamos Carly Simon e Paul Garfunkel.

Eles nos olharam olhos nos olhos, pegaram o rádio e passaram a mensagem:

_Capitão, sem condições de pesquisa.

A voz do outro lado da linha os dispensou de ficarem ali.

_Um bom dia para vocês. Disseram eles para nós.

Nós respondemos:

_Bom dia para vocês também. Esperamos que tenham mais sorte na próxima escola.

Não esqueço o jeito dele ao sair, quando me disse:

_Você é perigosa, mas valeu!

Por quê? Por quê essa crônica?

Agora é a vez de brincar ao piano. Recebo os vinte e quatro prelúdios de Scriabin, numa gozação hilária de quem sabe que não.

Traduzo a linguagem musical para a linguagem das letras:

_És cria BIN?

Não! Vou escolher uma peça e tocar, está combinado.

Sinto muito, mas perguntas foram feitas para serem respondidas, ainda mais quando feitas de modo engraçado.

Também não tenho músicas em fita cassete.

É bom conservar as boas qualidades da juventude quando se é madura.

Estou me sentindo nova em folha.

Bjo procês.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Meio a Meio

Meio a meio

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Pego o gato em arrepio,

Corre e brinca ao meio e à criançada,

Vira e mexe em rodopio,

Solta o mio à casa arrumada.

 

Finge não, gato arredio;

Lua nova é confirmada;

Faço um novelo em seu fio;

Casa nova é bem cuidada.

 

Música e arte a quem pediu;

Mudo a lua; está mudada.

Duas horas ao feitio,

Corre o tempo e adianta nada.

 

Gato vivo tem seu ardil,

Mas é bom na sorte dada;

Não é esse gato que fugiu;

Foi-se o gato em revirada.

Ad Libitum est

Ad Libitum Est

Segue-se o caminho em conforme,

Como a luz consciente e contente;

Certa do melhor, que não dorme

Tarde e, é bem querer, tom latente.

 

Surge nesse ritmo em acorde,

Música que segue coerente,

Sente esse vibrar multiforme;

Sabe e soa à invisível corrente.

 

Segue em harmonia e tom concorde,

Vem nesse encontrar consequente,

Num mais que perfeito recorte

Ad libitum est, estridente.

 

Calma Garoto! Que Ainda não Assisti ao Filme / Crônica do Cotidiano

Calma Garoto! Que Ainda não Assisti ao Filme / Crônica do Cotidiano

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Essa crônica não foi escrita naquela quinta-feira porque eu não assisti àquele filme.

Eu tive que procurar a sinopse do filme e, nada como uma manhã abafada para madrugar e procurar alguma curiosidade.

Naquele dia eu estava na fila e o garoto à minha frente estava acompanhado do pai e do tio dele, jovens de vinte e poucos anos.

O garoto estava com uma zebra de plástico em suas mãos.

O pai do garoto o ergueu e o colocou no colo.

Não é invenção, eu tenho sorte em filas. As crônicas estão ali à minha disposição.

Naquele dia eu estava devagar, ligeiramente cansada e não prestei muita atenção quando o garoto mostrou a zebra para mim, que estava logo atrás deles na fila.

Mesmo cansada eu disse ao garoto que a zebra era linda.

Conversar com criança tira o cansaço de qualquer um.

_Você conhece o Martin? Ele disse que esse era o nome da zebra.

_Madagascar?

Não eu não conhecia. A única zebra que eu conheci foi a dos jogos de futebol que dizia:

_Olha eu aí. Deu zebra.

Eu não tinha o que responder ao garoto e me distraí olhando as revistas.

Nem tive tempo. O pai do garoto havia se lembrado de comprar algo. Saiu da fila e deixou o garoto e o tio do garoto, ainda mais jovem que ele tomando conta do garoto.

_ Tio, ele volta?

O tio do garoto disse que o pai dele voltaria.

_Tio, você me ergue para que eu possa ver onde está o meu pai?

O tio disse que não. Deu risada e pediu para o garoto esperar.

O garoto olhou para mim, bem mais alta do que ele e que podia olhar através da fila de muitas pessoas que estava atrás de mim.

Olhei. Eu não tinha prestado atenção na fisionomia do pai dele e de nada adiantava olhar. Continuei olhando para acalmar o garoto.

O garoto olhou e perguntou?

_Você está vendo o meu pai?

Eu olhei em volta pensando na desfaçatez daquele pai em dar uma zebra de plástico para o filho.

_Olha o jeito daquele menino com a zebra na mão!

Por sorte, havia um jovem pedindo licença na fila para passar em frente.

As pessoas implicam com as outras, muitas vezes sem motivo. Acharam que o jovem passava a frente dos outros na fila.

Nesse momento, eu me senti na obrigação de intervir e chutei a bola para o garoto:

_O seu pai está chegando!

Era o pai do garoto. Ele não havia desistido de dar a zebra ao garoto.

A alegria do menino foi engraçada.

O pai do menino parecia ter comprado algum super-herói para o menino.

O Martin estava com ele!

Preciso ir até a videolocadora e alugar o filme. Bem que agora eu poderia estar assistindo um desenho animado.

Como eu não dou zebra como presente para ninguém, não contei. Deixei para contar num dia em que não houvesse jogo de futebol. Os mais velhos poderiam deixar se influenciar pela história naquele dia nada propício.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O Pão Nosso, Vitaminado / Crônica de Supermercado

O Pão Nosso, Vitaminado / Crônica de Supermercado

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Hoje foi um dia atípico. Resolvi que não pegaria nenhuma fila no supermercado.

Acordei cedo e me programei para fazer algumas tarefas pendentes, do tipo pregar botões, coisas corriqueiras que a gente deixa para depois e o depois fica para depois e a gente acaba por deixar o botão faltando, o que atrasa na hora de sair para as compras.

Não peguei fila nenhuma depois de fazer o que tinha para fazer.

Entrei num supermercado quase vazio, peguei os pães na prateleira e saí com pressa para voltar para casa.

Cheguei em minha casa e fiz o que tinha para fazer.

Chegou a hora do lanche e me perguntaram por que eu havia comprado pães.

Costume de comprar pães segue-se à risca.

Abri o pacote de pães, pensando em aproveitar o tempo porque hoje eu consegui arranjar o tempo que andou escasso.

Na primeira mordida parei.

_O que foi? O pão não está bom? Tem pão que sobrou de ontem.

O pão estava especialmente gostoso. Há muitos anos eu não comia um pão com aquele sabor. Eram cinco horas e cinquenta minutos.

_Você comprou pães de leite?

Não. Eu os comprei na prateleira.

_Por favor, me diga: os pães estão com aquele sabor daquela panificadora que fechou alguns anos atrás?

Os pães estavam com aquele sabor daquela panificadora que faliu há alguns anos atrás.

_Então não quero experimentar. Se eu comer um, não sobrará nenhum para você.

Agora a pouco olhei a embalagem e li o tipo de pão que eu comprei.

Ora, pão vitaminado! Eu nem sabia que existia pão vitaminado?!

Eu gosto de comprar pães e até vou a alguns locais, quando tenho tempo, apenas para comprar alguns poucos pães. A dona da panificadora me conhece e sabe a quantidade que eu compro e o meu preferido, um pão recheado ao qual eu me dou ao gosto de comprar ao menos uma vez por mês.

Hoje fui surpreendida com o sabor do pão.

Difícil de acontecer, tanto para mim, quanto para você, prezado amigo blogueiro.

Esse nosso cotidiano, de vez em quando, vem com brindes especiais.

Mas, se aconteceu comigo, quem sabe não acontece para você também?

Ensaios

Ensaios

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Aceito o que é bom,

Porque não sei tudo,

E pego o bombom

Que o deixa mudo.

 

Se como o batom,

Ao doce eu me iludo,

Desenho o crepom

E assim o saúdo.

 

E sou semitom

E voz de veludo,

Ao fofo edredom

Ensaio esse meu estudo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Discutindo o Carnaval / Crônica Anual

Discutindo o Carnaval/ Crônica Anual

Yayá 64

Não sou hipócrita. Nem eu nem a missionária com quem conversei. Nenhuma de nós é contra os costumes da nação brasileira.

Dentro do espírito de brincadeira é possível brincar carnaval com espírito e alegria. Sem eufemismos, cantando o samba.

Hoje estou sofrendo de “musicite-neologismo para o fanatismo musical agudo”, e, em não encontrando maldade onde não cabe, o carnaval é brasileiro, é uma festa típica nacional, e vale a pena ser visto.

Sou contra a pornografia, mas totalmente a favor das nossas músicas.

As festas carnavalescas em Curitiba na minha infância eram boas e as frequentei desde os três anos de idade.

Vamos viajar pelo tempo e pela cultura a que supervivi.

A primeira festa noturna de carnaval que fui teve como orquestra convidada Os Demônios da Garoa e dancei ao som do Trem das Onze e Tiro ao Álvaro, ao vivo e a cores. Privilégio!

Depois, houve o baile com o ziriguidum do Sargentelli, do Rio de Janeiro. Prefiro não comentar como foi.

Aí veio o carnaval do Sambódromo de São Paulo, capital. Passamos ao lado e o motorista de táxi parou para darmos uma espiada na escola de samba preferida dele, que estava orgulhoso do desfile.

Hora de festejar, festejar. Hora de sofrer, sofrer.

Parece que alguém lá em cima percebeu que eu fiquei alguns anos sem carnaval. Esse alguém lá em cima me levou até o sambódromo do Rio de Janeiro no ano passado e me fez conhecer as fantasias das escolas de samba. Eu descobri que algumas fantasias são quentes e pesadas. Quem as usa, usa por amor. Não mais olharei nenhuma passista como exagerada naquelas fantasias que têm mais de um quilo sobre as suas cabeças.

O samba de São Paulo é diferente do tocado no Rio de Janeiro, sei por que o mesmo anjo que me levou ao Rio, fez com que eu visse uma amostra grátis de ensaio da Mangueira, Portela e alguns bambas combinando a entrada na passarela do samba. Fiquei distante por orientação da própria gente em volta da festa, mas ouvi a batucada e a afinação.

_Não é para você se juntar, é para se maravilhar de longe.

Eu não nego que acredito em anjos arteiros. São anjos que pegam o coração da gente, amassado e poluído e o deixam novo. Não nego quem sou, disse dos anjos para uma amiga da igreja.

Todo esse histórico não contém pornografia, porque é a gente que se nega a esse tipo de situação.

Não acho justo misturar essa festa típica brasileira com qualquer outro assunto, seja político, econômico ou religioso.

Sou contra os excessos: que geração é essa que não quer se divertir sem álcool? A alegria não combina com a bebida e nem com a pornografia. Esses excessos tornam a festa deprimente.

Também não sou saudosista para dizer que no meu tempo é que era bom porque é mentira. O tempo me dado para viver bem é o dia de hoje, duríssimo aprendizado da doença. Tristezas empatam problemas, não faz parte de esse aprendizado vivenciá-las mais do que uma vez.

Também não acho o carnaval uma ilusão de que os problemas não existem. Os problemas existem, mas de onde vem essa culpa de uma diversão saudável? A diversão é saudável para quem deseja que assim seja. Ou, peça ajuda para as autoridades, mas não beba. Ui!

No que tange a mim, passarei o carnaval ao estudo. e ficarei bem.

Piano, piano, si vá lontano. Se estivesse na Itália, haveria tarantelas e se estivesse em Portugal, haveria cirandas, mas estou no Brasil e aqui dá samba.

Toma juízo Manoel!

Bateu saudade!

Sobre Parcerias: Resposta ao Thiago

Sobre Parcerias / Resposta ao Thiago

Thiago,

Esse blog é quase um diário do cotidiano, inspirado em momentos vistos durante o meu dia a dia.

Gosto muito do trabalho profissional de blogs, mas não é o meu caso.

Eu invento histórias a partir dos acontecimentos mais simples, como as filas, que me permitem imaginar pessoas reais a partir de algum comentário enquanto aguardo a minha vez de chegar ao caixa.

Tenho um carinho por todos os que se dedicam aos blogs profissionais, mas eu faço dele uma terapia, um divertimento.

Quanto do que está por aqui escrito não foi retirado de um verso e um poema?

Alguns textos são oriundos de pessoas valorosas que muito acrescentam ao meu conhecimento com as suas conversas.

O blog não tem por objetivo atingir um público alvo, mas sempre que possível, dar alguma alegria às pessoas que por ventura passam e leem como quem folheia uma revista para ver o que está escrito.

Estou agradecida pela atenção e convite para participar do seu blog e expor o seu banner aqui. No entanto, banner publicitário foge a proposta do blog, que é a de entretenimento da própria autora.

Espero sinceramente que me compreenda e continue a visitar o blog de vez em quando.

Um abraço, Yayá.

Para quem quiser visitar o Thiago, o link dele é: www.thiagoinforpc.blogspot.com

Gente Boa

Gente Boa

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Manoel pegou o seu carro importado e estacionava em frente à loja de frutas, cuja banca estava exposta na calçada, quando o motoboy o abordou:

_Amigo, eu sou entregador das pizzas da Pizzaria Deixa Comigo. Sou honesto, trabalhador, vivo do que ganho. Às vezes me sinto enganado por ser como eu sou.

Manoel estava com a porta entreaberta, como quem está para sair do veículo e ouviu o jovem, que estava sério e humilde.

_Ontem à noite, na saída da pizzaria esqueci-me de pegar o vale combustível. Estou me dirigindo até lá agora e peço emprestado um real e cinquenta centavos para abastecer com um mínimo de combustível.

Manoel achou razoável o pedido do motoboy, mas não tinha moedas. No bolso dele havia uma nota de dois reais. Ele tirou a nota do bolso e passou ao motoboy, que o olhava com uma seriedade comovente.

Ao receber a nota de dois reais o motoboy agradeceu dizendo:

_Amigo, eu sou tão honesto quanto o senhor. Eu sei da sua honestidade pelas suas conversas na pizzaria da rua ao lado, e, por conhecê-lo de vista é que me dirijo ao senhor para pedir auxílio. Estou sem combustível e essa é a minha realidade. Como o senhor, trabalho pelo bem de toda a coletividade e quero o bem de toda a população.

De dentro do automóvel se ouviu a concordância:

_Eu sei amigo.

O motoboy, antes de ir embora, ainda argumentou:

_Amigo, a vida é difícil. Às vezes a gente se atrapalha e acontece de ficarmos sem combustível. O que importa é saber que tanto eu quanto o senhor somos honestos e fazemos o bem. Peço que não encare esses dois reais como esmola, porque não o é. Eu sou homem de nem e estou pedindo emprestado.

Dito assim o motoboy acenou e foi-se embora.

Há uma multidão de pessoas honestas por esse mundo afora. Há por que se acreditar na vida...

domingo, 23 de fevereiro de 2014

E Não Era Carnaval no Bar do Amarelinho…

E Não Era Carnaval no Bar do Amarelinho

Rosália comprou as passagens e foi para a Europa.

Como não queria passear sozinha, convenceu Lídia, sua irmã, a estar com ela por alguns dias.

Lídia ficou preocupada com a irmã e poderia estar com ela dois dias depois da chegada à Europa.

Rosália achou a ideia excelente e disse que ficaria bem por dois dias, sozinha em Paris, o hotel tinha o serviço de internet sem fio e poderiam conversar à noite.

Lídia conversou pelo serviço de som e imagem da internet e apressou-se em fazer as malas e viajar para se encontrar com a irmã.

Chegou à Paris preocupada e, ao ver a irmã, perguntou como ela estava.

_Estou maravilhosamente bem. Ontem fui à confeitaria e dei uma passada no museu.

Lídia sossegou ao ver a irmã corada e contente.

_E agora, o que vamos fazer? Perguntou Lídia à irmã naquela vontade de saber o que ela estava fazendo em Paris naquele feriado.

Rosália havia programado todos os passeios, todas as caminhadas, todos os pontos turísticos.

Lídia sorriu para irmã e disse:

_Você é louca! Onde se viu passar um final de semana prolongado em Paris?

Rosália retrucou que não era louca, as passagens foram conseguidas com as milhagens dos cartões de crédito das duas. Pagariam o hotel e a alimentação.

Lídia não acreditava naquilo que ouvia, estava em Paris por conta da irmã e do seu cartão de crédito.

Conversar era necessário e as duas sentaram-se no bistrô e pediram um lanche com pão baguete.

Para espanto de Lídia, Rosália era tratada como se fosse uma turista habitual do lugar e as conversas foram como se fossem no Brasil, pois se comentava a cultura e a história dos quadros e das esculturas com uma naturalidade impressionante.

O garçom perguntou à Rosália se ela sabia quem havia estado ali anos atrás.

Rosália sabia, havia lido sobre isso numa revista de modas; Chanel e Lacroix eram amigos das revistas que continham moldes para se cortar e costurar.

Momento a momento Lídia perguntava à irmã de onde vinha toda aquela familiaridade com tanta cultura.

Rosália contava que vinham das coincidências das suas leituras, que ainda pediu à irmã que se recusasse a sai à noite para visitar as casas noturnas:

_Não somos tão espertas para a vida noturna de Paris.

Lídia concordou. Ela não esperava conhecer Paris, nem sentar-se à cadeira que Doris Day sentou-se ao fazer o filme April in Paris.

A música tocou, o filme se fez e Lídia disse no aeroporto de volta para casa:

_Eles esperavam por você aqui. Havia uma energia formada por bons pensamentos e essa energia se concretizou. Nunca vivi nada tão perfeito. Isso não existe. Estou sonhando: Obrigada!

Rosália a abraçou e comemorou a felicidade de Lídia.

 

Refletindo a Palavra

Refletindo a Palavra

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Se Deus é amor, Ele usa a sua palavra por amor e para o amor, na infinita bondade pela qual gerou o universo como o conhecemos.

A palavra proferida pelo homem em acordo com a vontade Dele permanece entre a humanidade por um tempo indefinido.

Quem conhece a vontade Dele, além do que está nas escrituras sagradas? Pois nada além do que foi escrito e dito por Ele pode ser ou estar aquém e além do que consta.

Tendo a confiança de Deus se fez verbo e criou a palavra, Ele pode a apagar de acordo com o Seu critério pelo bem que o Amor Soberano pode proporcionar à humanidade.

Acredito que a Vontade Dele seja superior, pois está escrito que o Seu desejo é que todos os homens sejam salvos. Também acredito que, pela vontade de Deus, todos serão servidos do banquete celeste que Ele cuidadosamente preparou desde o início dos tempos.

O homem busca, em princípio, ao amor. Às vezes, não entendemos o Seu amor, mas não é porque não O entendemos que Ele não esteja diante de nós.

Sabemos da dificuldade que é, para o ser humano, falar de amor. O ser humano sente esse Amor, mas facilmente gagueja, esquece a correta locução verbal e adnominal, come letras, enfim, o ser humano falha até mesmo na linguagem, o que é positivo na compreensão do sentimento a ser expresso. Falar de amor é complicado.

Talvez, seja menos complicado para aqueles que estudam Deus, mas para o ser humano, quando se trata de falar de amor, valem gestos intencionais, valem caretas, toda uma metalinguagem para que o amor seja compreendido em sua totalidade.

No entanto, não deixa de ser amor, continua guiando aos caminhos de Deus nesses trejeitos humanos e, sendo amor, vale como partícula da vontade divina a permanecer indefinidamente sobre os homens.

A Palavra também é expressa para significar medidas, tamanhos e música através dos números.

Se eu não fosse tão apaixonada pela música, eu não chegaria a essa conclusão, a de que não podemos saber dos cálculos de Deus sobre a humanidade. Pode-se concluir em termos musicais que todos os cálculos exatos podem estar absolutamente errados no que tange a Deus. Porque ninguém toca a mesma música com a mesma interpretação, que se faz não só do conhecimento dos tempos e dos ritmos que o compositor quis expressar. Para se tocar qualquer música desprende-se a energia mecânica única de mão e pés em acordo com o entendimento razoável do que está proposto numa partitura e que está intrinsecamente ligado a um estado emocional também único de prazer espiritual.

Por outro lado, acredito que a palavra dita de forma intencional a atingir algum objetivo humano, pode ou não, estar de acordo com a vontade de Deus.

Eis mais um motivo de fé, porque a Ele cabe o juízo sobre a palavra dita na forma humana, com todos os problemas de linguagem acima citados. E a fé, confiança infinita na sabedoria divina aliada às escrituras sagradas, com as orientações a nós permitidas seguir, nos auxiliam no discernimento e nas atitudes que tomamos nesse dia a dia com Deus.

Acredito que a Palavra conduz à fé, acompanhada do amor e, através da fé e do amor ao próximo se pode propiciar o bem que grande parte da humanidade deseja.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Indriso Rodopio

Indriso Rodopio

 

Deixar fluir

É usufruir,

Respirar.

 

Ao se intuir

Esse devir,

Rodopiar.

 

Ressurgir

 

E dançar.

 

Novela Curitibana

Novela Curitibana

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Quem sabe um dia eu escreva a novela, mas por enquanto ficam alguns personagens caricatos:

Núcleo cômico:

Personagem 1: O professor de português que é um corretor ortográfico ambulante. Ele se deu mal na profissão e sobrevive das vendas do camelódromo da Praça Rui Barbosa.

Personagem 2: O aluno aplicado, que é um catarinense de Blumenau, mas adora falar em inglês, mas do jeito catarinense e tem o chavão – Always, always, always - GO straight ahead-.

Personagem 3: As duas atendentes do café da esquina, que dão palpite na vida de todo mundo e acabam se engraçando pelos personagens 1 e 2.

Personagem 4: A enfermeira que passeia no camelódromo para comprar bijuterias bonitas para sair com o namorado nos finais de semana. O fetiche bijuteria, tipicamente curitibano, que ela tem porque o namorado é o dono de uma oficina mecânica e diz que aprende mecânica com as bijuterias dela.

Núcleo Dramático

Personagem 1: A bióloga que não consegue se relacionar bem com o ser humano. Ela tem dois gatos e um cachorro que a aproximam das pessoas, as quais obrigatoriamente têm que ter gatos e cachorros para que ela os considere gente de bem.

Personagem 2: O veterinário, que percebe o problema psicológico da bióloga e diz que o cachorro está com problemas psicossomáticos e precisa fazer terapia. Por acaso ele é o especialista em psicanálise animal.

Personagens coadjuvantes:

A família da bióloga que não sabe a origem do problema dela e compra uma bicicleta, um computador e roupas esportivas para ela, mas todos os esforços são perdidos.

A família do veterinário, que é viúvo e a filha não quer que ele se envolva com uma sociopata.

Personagens secundários: As empregadas sindicalizadas, que também têm o seu chavão_ “Sou sindicalizada”.

Gancho da Novela: Curitiba é mais verde ou mais humana?

Ambientação socioeconômica: Classe média. Não existem pobres em Curitiba na visão dos seus moradores, todos são orgulhosos da cidade onde vivem.

Discussão Tema: Como conciliar a Curitiba verde com o desenvolvimento urbano numa cidade que continua a receber pessoas de todas as partes do mundo.

Cenário: Ciclovias, caminhadas e maratonas, passeios para cachorros com hospedagem e suíte, academias de musculação.

Bairros: Centro, Jardim Botânico e Jardim Social.

Nota da autora: Não tenho vocação para novelas. Bom final de semana, que eu vou tirar uma soneca!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Disfarce

Disfarce

Desafio é resposta

De pergunta imposta

E, assim, descabida.

 

Interessa a aposta

À conversa posta,

De se crer na vida.

 

De dor, nem proposta

Se aceita ou se gosta.

Se dói, não é vencida.

 

Fica, pois, indisposta,

Sem resposta exposta;

Fica indefinida.

 

Alma Nova

Alma Nova

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Ao indecifrável deleite

No horizonte a clarear

Que revivi num enfeite,

Eu me senti a caminhar.

 

Naquelas ruas o aceite

Da mãe gentil a abraçar

A expectativa com leite,

Onde surgiu esse sonhar.

 

Ao delicioso verbete:

“Quero de novo sambar”

O tamborim que se deite

Como num som de ninar.

 

E que o passado aproveite

Para me dar de novo o ar,

Porque desejo esse ajeite,

Que desde então está a vogar.

O Mundo dos Elos

O Mundo dos Elos

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Lucíola era uma garota positiva, perguntava sobre tudo aquilo que a deixava curiosa.

Janice era diferente, esperava a oportunidade para dizer do que gostava.

Janice convidou Lucíola para ir ao mundo dos elfos, dizendo:

_Lucíola, você não se sente cansada de ser um personagem de José de Alencar? Existe um lugar muito interessante para se visitar. Esse lugar é encantado e repleto de elfos.

Lucíola respondeu, com certa firmeza na voz:

_Eu não estou cansada de ser um personagem romântico porque eu não li o livro Lucíola, de José de Alencar. Ele tem tantos livros bons, mas esse livro que não sei por que, nunca me interessou. Acho que foram as centenas de resumos feitas pelos meus colegas em sala de aula. Agora, sobre o mundo dos elfos, eu li algo, foi matéria obrigatória da literatura universal e também não me impressionou.

Janice, persuasiva, arguiu dizendo que os elfos guardavam todos os tesouros encontrados soltos no mundo em suas residências escondidas no bosque encantado.

Lucíola contou que tinha com ela alguns recortes de revistas guardados para se lembrar de que não gostava deles.

_Janice, eu preciso te dizer que eles parecem divertidos, mas eu não acho graça nos muitos truques daquela sacola de moedas de ouro que eles carregam nas costas. Eles bagunçam a vida de quem quer que esteja no caminho das suas moedas. Depois, eles ajeitam de uma forma esquisita, Nas histórias onde os elfos aparecem, todos ficam tristes com os seus truques feitos com mentiras; eles são ruins. Não entendo como você pode gostar deles.

Janice respondeu ironizando a amiga:

_Você respondeu a minha resposta. Nem precisava perguntar. Eu quero uma sacola cheia de moedas e mentiras.

Lucíola disse que moedas e mentiras não a deixavam feliz. Não tinha que explicar, mas explicou que, para ela, a alegria da vida vinha de outras fontes tais como as amizades, as brincadeiras sinceras, e até mesmo o estudo a fazia feliz.

Janice se zangou e disse:

_Mas, se você age assim, eu não poderei mais ser sua amiga. Os elfos não permitem que alguém que esteja com eles seja amigo de outro alguém que não tenha ao menos alguns truques maldosos!

Lucíola disse que ficaria aborrecida em perder a amizade de Janice, mas que ela não se permitiria ficar infeliz para manter a amizade com Janice.

Janice disse que usaria a sua sacola de moedas e truques para mantê-la ao seu lado.

Lucíola a avisou que não existe nenhuma boa amizade baseada em truques de elfos.

_Feitiços não duram muito. Depois de um feitiço acabado, você terá que fazer outro e mais outro e mesmo assim não terá a minha amizade. Posso mesmo passar o resto da vida enfeitiçada, mas não serei sua amiga. Vê se me entende, Janice!

Janice era boa de respostas e não se sentia embaraçada.

_Então, de agora em diante, você estará sob os meus truques!

Lucíola respondeu que não estaria sob os truques de Janice, agora ela estaria contra o truque dos elfos.

E foi assim que uma amizade se acabou.

Amizades são afinidades que a gente encontra na razão e depois se fundem ao coração.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Coisa Nossa

Coisa Nossa

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Eu não posso diminuir o poema

E não adianta insistir com esse tema.

Não discuto esse querer sem razão,

Matemático pragmático irmão.

 

Nem eu sei por que não faço celeuma,

Mas resolvo toda a rima, é meu lema.

Pois, poetizo a vida numa canção,

Sem começo nessa idealização.

 

Que te quero bem chego a repetir.

Incansável? Sou se, ao caso, estou à bica,

Quando digo que concordo ao que implica.

 

Obrigada pelo verso e o sentir,

À poesia, nesse convite a existir,

Plenamente, nesse bem que pinica.

Matinal

Matinal

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Não se nega ao amor,

Essa condição

De gentil calor

De afeto e emoção.

 

Quem sabe o rubor

Seja a obrigação

A nenhuma dor

Na boa intenção.

 

Pra que dissabor?

Que venha a canção,

Que soe o beija-flor,

Que toque a razão.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Urso

O Urso

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Maria perguntou à mãe se ela se encaixava em algum personagem dos livros infantis.

_Não, minha filha.

Maria perguntou se ela poderia ser uma das princesas das histórias infantis.

_Não, minha filha. Eu a criei para ser uma princesa napolitana e não existem princesas napolitanas nos livros infantis.

Maria insistiu mais uma vez e perguntou se ela poderia ser ao menos do tipo cachinhos dourados.

_Não, minha filha.

Maria citou história por história e a resposta voltava com um não.

Maria, desanimada, perguntou o que ela, a sua mãe, queria dizer com uma princesa napolitana.

A mãe, orgulhosa da sua criação, respondeu:

_A princesa napolitana não deixa cair lenços perfumados ou sapatos. Quando o príncipe a incomoda, ela joga o sapato na porta e a fecha, fazendo com que o príncipe entenda que ela precisa do tempo dela. Cinderela você não é, estou correta?

Maria, envergonhada, disse que infelizmente era verdade, mas que esse tempo havia passado.

A mãe a corrigiu dizendo para que ela não tivesse vergonha de jogar sapato em quem fosse acordá-la e não fosse ela. Mandou que Maria agisse desse jeito sempre que fosse importunada.

A mãe continuou a sua exposição sobre a princesa napolitana:

_Na porta da princesa napolitana não batem sete anões porque ela tem família. Branca de Neve você também não.

Maria concordou com a mãe.

A mãe, divertindo-se com a princesa napolitana, disse:

_Para a Pequena Sereia você não dará certo. O seu pai não suporta peixe e, ele gosta de você.

Maria sorriu, sentindo-se amada pelo pai e pela mãe.

Faça-se um parêntesis, porque a mãe de Maria sabia muito de psicologia e discorria sobre as personagens femininas das histórias infantis com sabedoria.

Maria brincava com a mãe, perguntando sobre as diversas personagens:

_Mãe, que tal a Chapeuzinho Vermelho?

A mãe respondeu:

_Nunca! Essa é a minha favorita, mas eu não quero que você seja igual a ninguém.

Não tendo mais o que inventar, numa última tentativa de conseguir convencer a mãe, ela disse, provocativa:

_Mãe, e a Cachinhos Dourados?

A, mãe, rindo muito, respondeu:

_A princesa napolitana não é desobediente e não vive na floresta. Se ela encontrar o urso, é bem capaz que ela traga o urso para o sítio que ela mesma comprou e o alojar comodamente, fazendo dele um urso amigo.

Maria perguntou quais eram as qualidades da princesa napolitana.

A mãe da Maria era esperta e tinha todas as respostas na ponta da língua.

_Eu sei como te criei e o motivo pelo qual eu te criei assim. Ao mundo não interessa saber.

Maria ficou desconsolada com a resposta, mas a mãe sorriu e pediu a ela que fizesse um bolo daqueles que somente Maria fazia ficar tão gostoso.

Não sobrou nenhum pedaço de bolo após o lanche da tarde.

Hamletiano / Reflexão

Hamletiano

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E, se a pergunta famosa do texto de Shakespeare: “Ser ou Não Ser” não fosse uma pergunta, mas uma condição?

E, se todos os fantasmas de Shakespeare fossem jovens que tivessem as suas ideias usurpadas, não pelo poder político, mas pelo poder econômico, obrigando-os a se comportar em desacordo com a própria juventude, questionadora por excelência?

E, questionando as condições impostas, fossem manipulados por esse poder econômico, que busca a satisfação por seus próprios meios, arraigando-se a todas as formas de poder existentes com o intuito fim de gerar capital. A riqueza pela riqueza, mesquinha, uma locupletação, nesses termos, insana, pois é insano o dinheiro inútil construído sobre os sonhos de uma geração.

E, se essa juventude não questionasse o sistema político, não fosse socialista e nem capitalista, criticasse os lisérgicos da geração anterior, misturando os seus sonhos novos aos sonhos que os seus pais tivessem?

E, se Hamlet tivesse sobrevivido para defender a causa não menos nobre da sua geração?

E, diante de toda a cultura e a história, da qual fazia parte, por ser rei, tivesse com ele a geração que ficou proibida de ser inocente?

E, num determinado momento, ele se encontra exatamente no centro da questão que o levou a dizer o que disse.

Ele tem vontade de dizer que todos têm o direito de levar a sua vida como quiser, mas ele é rei e está situado noutra circunstância, pois o tempo passou e ele não pode ser idiota, mas todos os fantasmas daquela juventude morta estão diante dele.

Então pesasse sobre os seus ombros toda aquela gente que se foi, sem roubar, sem mentir, sem ludibriar ninguém. Jovens que achavam errado o que era errado para a sua época, viesse de onde viesse.

Mas Hamlet era rei, tinha que decidir. Sob as suas decisões estavam os seus súditos, crianças e velhos que precisavam que ele fosse sério e arcasse com as suas responsabilidades reais. Diante dele não havia o poder não ser, ele havia nascido rei.

Hamlet enlouqueceu se perguntando sobre as suas questões pessoais, quando poderia ter definido uma homenagem a todos os que partiram na sua conduta dali em diante, respeitando a memória e o pensamento de cada um dos seus fantasmas, jovens e mortos.

A Hamlet restava à vida, recomeçada a partir da sobrevivência daquela tragédia.

O que tiver que for que seja; poderia pensar Hamlet.

E, o que não fosse ainda, simplesmente não fosse.

Hamlet criou a tragédia da sua sorte enlouquecendo. Deixou-se dominar paulatinamente por pensamentos que não melhorariam em nada a sua sorte.

Quem manda na sorte? Hamlet também não mandava na sorte.

Hamlet era um rei mal resolvido.

Toda essa reflexão tem um objetivo, a de que ninguém queira enlouquecer por aquilo que não mais é, enquanto tiver motivos para crer que pode não vir a ser. Ninguém pode controlar todos os aspectos da sua vida e o negócio é deixar rolar para ver como é que fica, para depois, com carinho e cuidado, agir.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Duas Mãos

Duas Mãos

 

O prazer da minha rua

Não tem dia, mas tem a lua,

A inspirar sapateados.

Tem navio e tem a chuva,

Ao calor de quem a sua,

Coroada de bailados.

Sopra o vento como luva,

Refrescante coadjuva

De um sabiá nos seus trinados.

Desse tempo, parreira e uva,

Ao sol brilha o que se adua,

Transformando céus avoados.

Enternece onde circula,

A calçada, passo e grua,

Encantada, de dois lados.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Joana, a Tupiniquim

Joana, a Tupiniquim

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A moça chamava-se Joana D’arc Tupiniquim. Com a brasileira Joana aconteceu algo semelhante do que aconteceu com a francesa.

Ela chegou à conclusão de que a parede da panificadora iria cair. Chegou a essa conclusão sem nenhum conhecimento científico de engenharia.

Joana, de pensamento reto foi até a panificadora e profetizou que a parede iria cair ao que o dono da panificadora disse que era um absurdo. Não havia uma única rachadura no local e nem problema nenhum com a estrutura.

A moça tinha certeza. Para ela a sua certeza valia mais do que qualquer análise de qualquer engenheiro.

Pediu ajuda para ajudar o dono da padaria.

Um amigo conseguiu um engenheiro para fazer uma vistoria de boa vontade.

_Se ela está dizendo, alguma razão pode ter. É melhor que eu olhe. Mas eu acho que ela não bate bem dos pinos. É louca de vara. Eu olho a parede da panificadora e depois levo a Joana para um médico de confiança.

O engenheiro pediu especificações para a Joana e ela indicou o lugar que ela achava que iria cair.

O engenheiro, com muito tato, conversou com o dono da panificadora e pediu para examinar a parede.

Resultado: Cupim no cimento. A parede iria cair não fosse à boa vontade dele em levar Joana para o médico amigo dele.

O engenheiro restaurou a parede e não deixou cupins por ali.

Joana, em total agradecimento ao engenheiro que verificou a parede, agradeceu ao amigo que arranjou o engenheiro para olhar a parede da padaria.

O amigo, que sabia das intenções do engenheiro de levar a Joana Tupiniquim ao sanatório, mas achou que a parede da panificadora era mais importante, contou a moça sobre as intenções do engenheiro. O amigo queria vê-la livre de qualquer sanatório e, até mesmo, sentia alguma culpa por permitir que o engenheiro com tais intenções, passasse por amigo dela.

Joana perdoou o amigo, perdoou o engenheiro e sentiu-se realizada por ter salvado a parede da panificadora.

O amigo não gostou do perdão. Ele estava magoado pela Joana que, além de salvar a panificadora, seria encaminhada ao amigo médico do engenheiro.

_Deixe que eu resolva a situação. Disse Joana ao amigo.

O dono da panificadora veio conversar com ela, pedindo que fosse até a panificadora, que estava restaurada, antes de aceitar qualquer oferta do engenheiro.

Joana se sentiu naquela situação da saia justa. Ela precisava pensar sobre a situação. A Joana D’arc francesa ficou em maus lençóis. Ela não queria a situação da outra para ela.

Sem esperar, foi interpelada pela delegada de polícia que pediu a ela que contasse toda a história da parede da panificadora. Ela contou e a delegada caiu na risada.

A situação estava complicada para a moça que tinha certeza sentimental sobre a parede da panificadora.

Saiu para namorar.

O namorado, todo contente, perguntou a ela se ela tinha reparado nele, que estava atrás dos passos do engenheiro que tinha más intenções para com ela.

_Eu gosto tanto de você que fiquei escondido e você não me viu.

Joana virou-se para ele e disse que quem fica escondido não ganha beijo.

Joana não beijou o namorado. Foi ao shopping comprar uma blusa regata e pediu para que se esquecessem dela por alguns dias.

E o conto acaba por aqui, que o mundo complica tanto as histórias, que não tem quem ache um final melhor que um café e uma boa noite de sono.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um Motivo para Não Rir / Crônica do Cotidiano

Um Motivo para Não Rir / Crônica do Cotidiano

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Uma amiga minha perguntou-me se eu fui à praia de nudismo, muito frequentada por naturistas. Cabe dizer que não se confundem naturistas com ecologistas em termos de filosofia de vida. Nem todo ecologista frequenta o ambiente naturista.

A minha resposta foi não. Aproveitei para dizer que não tenho vontade de conhecer, embora muitos digam das belezas naturais e do bem estar que eles sentem quando estão lá.

Mas, eu sou curiosa. Perguntei a ela como era e o que ela achou do lugar.

Ela disse o que todos dizem: que o lugar é lindo e a sensação é de total liberdade contrastando contra toda a malícia dos vestidos.

Eu reafirmei que não tinha coragem e, para desviar a conversa a respeito do que eu acho e do que eu deixo de achar, perguntei se ela não se sentiu inconveniente depois de ter estado lá.

Ela começou a rir e me contou mais sobre a experiência dela.

_Sou humana e gosto das pessoas. Fiz excelentes amizades com pessoas de bem, gente culta. Eu me entusiasmei e abandonei a praia normal, aquela na qual se usa trajes de banho. Um dia fui convidada para um almoço. Eu fiquei contente por estar naquele ambiente livre de quaisquer amarras e preconceitos. Porém, quando eu cheguei a casa dela, encontrei o meu chefe e a esposa dele, igualmente nus. Juro que eu pensei em morrer! O meu chefe estava descontraído e nem reparou na minha ausência de roupas de escritório. A conversa se desenrolou normalmente.

Ela parou de contar e olhou em direção ao infinito de um jeito cômico.

Concluí que não devia dizer mais nada, mas olhei para ela com jeito de que se quiser, conte do seu constrangimento, pois eu também quero rir.

Ela viu o meu olhar e caiu na risada dizendo:

_Foi horrível, se você quer saber. Eu observei a dona da casa preparando os pratos na cozinha. Ela trouxe o almoço em bandejas bonitas, a comida estava fresca e apetitosa. Eu não tinha coragem de me servir, perdi a fome. O meu chefe, no entanto não se incomodou, serviu a si mesmo e à esposa dele. Quando a dona da casa perguntou se eu queria que ela me servisse, eu disse não. Peguei a salada e enchi o meu prato alegando que estava de dieta.

Aproveitando-me da pausa para beber um copo d´água, perguntei se ela veio embora.

_Não. Passei fome e não me arrependo. A sensação verdadeira é escatológica. Também não fui mais a casa desses meus amigos embora goste deles e saiba que são pessoas de bem. Não valeu a pena. É divertido contar da paisagem, da sensação de liberdade, mas é muito melhor conversar do jeito como estamos vestidas. Eu me sinto à vontade com você, mas, com eles, sinto-me, como direi? Estranha. Não tenho vocação para isso.

Eu lembro que me expressei com uma interjeição:

_Oh!

Hoje, ao procurar o telefone de uma amiga, encontrei, por acaso, o dessa amiga.

Quando nos falamos, ela diz que não se esquece de mim. Eu também não me esqueço dela e nem daquele dia memorável em que estávamos em três moças conversando para passar o tempo ao mormaço da praia.

Da outra, não devo dizer sobre as perguntas que fez. Hilárias.

Os dias de mormaço também são bons.

Folia

Folia

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Digo sim, digo não, digo talvez,

Mas não deixo de ser fiel ao freguês

Desse pão nosso de cada bom dia,

Na missão de repartir a alegria.

 

Se souber de mim o sonho da vez,

Não desisto e o distribuo entre vocês.

Missão dada à missão feita me avia

Ao rodopio, me sorrio e importa à Lia.

 

De canção, manjericão e tantos reis,

Solto a rima que está acima do mês,

Mas vem aí qual um saudoso Arrelia

 

A brincar. Nessa avenida, os buquês,

Nostalgia desse amanhã tão burguês,

Desejando a todos boa folia.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Manhãs

Manhãs

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Eu ando tão feliz que tenho medo,

Que a felicidade é ligeira.

São essas emoções de um arremedo;

Leoa solta no campo à cerejeira.

 

São frutas maduras, tarde e cedo,

Brincando solstícios na amoreira,

Fazendo do tempo o seu brinquedo,

Fazenda e lua de jardineira.

 

Que graça mais linda a do entremeio,

Que terna lembrança alça a videira,

Sem tempo e lugar ao passaredo;

Quem sabe do campo e a laranjeira?

Régua Trigonométrica ou Quando a Matemática Faz Samba

Régua Trigonométrica

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Não poderia ser diferente,

Caso contrário, nesse agora,

De inesperado signo ciente,

Não existiria nenhuma amora.

 

Toda confiança é diferente,

Pois esse tempo é quem a aflora,

Dia de após dia de confidente,

Tempo que passa e não demora.

 

Autoconfiança displicente

Não se conjuga nessa hora

Onde o infinito faz tangente.

Trigonométrica, se sente.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Indrizo Feliz

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É tanto amor, que não caibo em mim,

Sem duvidar desse mar de amar,

Vindo do céu, nascido no ar.

 

Revelação de mim ao sem fim,

Infinitude de completar,

Calma de espírito de revoar...

 

Felicidade que se diz sim,

 

Não há igual para assim se provar.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Estranha Sugestão / Crônica de Supermercado

Estranha Sugestão / Crônica de Supermercado

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Dia de compras. Supermercado lotado. Deixei para pegar a fila depois e fui para o corredor de temperos, onde toda dona de casa imagina os sabores.

Próximos aos temperos estavam dois repositores de produtos.

Um deles dizia ao outro para não aceitar a sugestão, mesmo vinda de conhecidos da garota.

O outro respondeu:

_Nem precisa me avisar, não vou aceitar a ideia mesmo. Se eu gosto dela, como é que eu vou começar um namoro de jeito errado.

O primeiro respondeu e disse:

_Peça o número do telefone dela, converse, mande um alô.

O segundo retrucou:

_Você está certo, mas não vou mandar alô nenhum porque não sou locutor de rádio que manda recado. Deixarei clara a minha intenção de namorá-la. Mandarei um abraço e um beijo. Se ela me tratar bem, convido-a para sair.

O primeiro, respondeu:

_Você é quem está certo. Homem que é homem se declara e conquista, não enrola e nem usa subterfúgios.

O segundo continuou a conversa:

_Você sabe que eu acho que quem sugeriu a ideia é gente que não gosta dela. Eu sou boa pessoa e ela é boa pessoa, que eu sei, pois trabalha aqui perto e a gente se encontra na hora de ir embora todos os dias.

O segundo continuou e argumentou, concordando com a ideia do primeiro:

_Imagine se esse namoro pode dar certo: Ela mora num bairro distante e eu saio antes dela pegar o ônibus e a espero no ponto de ônibus onde ela desce, tarde da noite, e a peço em namoro. Se ela, que por enquanto apenas me olha e sorri na saída do emprego, se assustar e disser não, eu vou me sentir mal. Agora, se ela aceita porque adquiriu alguma confiança por saber de mim, que trabalho perto de onde ela trabalha, eu vou ficar desconfiando dela na hora. Esse namoro pode ter algum futuro? Não!

O primeiro concluiu:

_Se você quiser, eu sei onde tem aqueles doces baratos que toda mulher gosta. Você pode oferecer um pedaço de mãe-benta (doce brasileiro muito doce), ou uma barra de cereal normal, porque a light sugere que você é cheio de nove horas. Nenhuma mulher gosta de homem cheio de nove horas.

O outro agradeceu e disse que deixasse com ele. Ele é quem queria namorar.

Deixei o corredor com os temperos saudáveis na cesta.

Certamente o futuro deles será bom.

Imensidão

Imensidão

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Esse mar tão grande

Que nos faz iguais,

Desnuda algum Gandhi,

De imagens surreais.

 

Esconde no estande

A dor dos sinais,

De um quadro Rembrandt.

Em Cristo, remais.

 

Quem sabe, que mande,

E, ao oceano, acalmais;

O amor que se expande,

Vale mais, diz mais...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Eu Sabia / Crônica do Cotidiano

Eu Sabia / Crônica do Cotidiano

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Volto da rua por onde os compromissos me levaram.

Nos meus caminhos encontrei com uma vendedora.

A pergunta que ela me fez me leva a momentos inesquecíveis, não somente a mim, mas também a ela.

Segue a pergunta:

_Como está a sua mãe, que não mais vi?

Contei do falecimento da minha mãe no ano passado, mas disse que tinha ótimas lembranças de quando eu e ela íamos à loja.

Quem não a conheceu, não pode imaginar o quanto ela era arteira. Comigo então? Deus é quem sabe.

A vendedora e eu demos boas risadas. Saudades boas.

Vim para casa pensando nela, e a saudade me fez lembrar outro capítulo da nossa convivência.

Havia um programa de televisão que ela não perdia. Para ser sincera, eu pouco assisto à televisão, pois não posso ouvir música assistindo televisão. Tentei assistir um filme com o fone de ouvido nas orelhas, mas perdi o filme e a música.

Naquela tarde, porém, ela foi impositiva:

_Vamos assistir juntas a esse programa que é infantil, porque eu estou com vontade de ficar do seu lado.

Lembro que, a cada intervalo, eu julgava o programa e dizia que poderíamos assistir algo adulto.

_Não. Eu estou com saudades do tempo em que você era criança e hoje, você fica comigo.

Em meio à bagunça que eu fiz, para perturbá-la, como se eu ainda fosse criança, critiquei o mocinho da história, chamando-o de metido.

Até hoje acho que fiz o que ela queria e disse o gancho da conversa que ela gostaria de ter comigo.

Durante o intervalo do programa ela argumentou que não haveria outro jeito de ser e disse:

_Minha filha, olha a maldade que as crianças fazem. Alguém tem que deixar a casa em ordem. Eles deixaram a louça empilhada na pia o fim de semana inteiro. O herói de plantão aprontou com as crianças até que elas deixassem tudo arrumadinho, deixando clara a responsabilidade de todos para que as coisas estejam nos seus devidos lugares. Pegue uns doces de leite para comermos, enquanto passam os comerciais, que a história ainda não acabou.

Peguei os doces de leite, copos de água e voltei para ficar ao lado dela.

A história infantil recomeçou. Aquele mocinho aparecia de detrás do sofá, da caixa de brinquedos, ele simplesmente aparecia e arrumava a história.

Eu disse a ela que eu não entendia o porquê dela gostar tanto daquele programa.

Ela dizia que gostava do programa porque ensinava as crianças a se defenderem das outras crianças, não tão favorecidas pelo berço, que faziam maldades sem se darem conta do que faziam.

_A melhor atitude que se pode ter na vida é não participar das maldades porque a gente se sente íntegra. Eu quero que você assista a esse programa para entender que nem tudo na vida é bonito. O teu berço é que é bonito porque foi baseado em valores espirituais, você sabe o que eu quero dizer.

De fato, eu sabia o que ela queria dizer. Era como um chavão dentro de casa dizer que caráter não se impõe, o que se impõe é a intermediação entre os que cultuam os valores e aqueles que não sabem o que são valores de família.

E os valores de família são importantes até hoje. Família não é subserviência, é o encontro de pessoas dispostas a se respeitarem e serem de confiança para com aqueles que coabitam a mesma casa, desde os mais velhos até as crianças.

Aqui, vale o mesmo para as diferenças dentro da família.

Eu não consigo comprar cinco pares de sapato num dia só. Ela conseguia e comprava para mim também.

Não fosse pararmos o trânsito dos pedestres, iríamos rir: eu e a vendedora.

Bateu a saudade, me deixa desabafar.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ao Acaso

Ao Acaso

Onde está a poesia,

Há novo sentido,

Há nova alegria.

 

Boa nostalgia

De sonho esquecido

Numa fantasia.

 

Vem ao quem diria,

Vem sem ter nascido,

Brinda à teimosia.

 

Diz da cotovia,

Chilra o som querido,

Letra e melodia.

 

Surge em nova via,

Ímpar ao vivido;

Versa, brilha e guia.

 

Momento Sorveteria / Crônica do Cotidiano

Momento Sorveteria
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Entraram na sorveteria a mãe, os filhos e uma das avós.
Pelo que contavam o filho, marido e pai fora buscar o carro que estava estacionado próximo do lugar.
Os pés da avó estavam inchados devido ao calor e aos passeios pela cidade. Estavam vindos de algum parque.
Conversavam avaliando a viagem, o que viram e o que veriam no próximo dia.
A senhora mais velha queria ficar sentada e tomar água enquanto esperava os demais se sentarem. Os sorvetes seriam tomados quando a família estivesse reunida.
A mãe dos jovens sentou-se junto à senhora e reclamou do calor. Disseram a ela que Curitiba não era uma cidade quente e o calor a surpreendia, também estava cansada.
Os jovens ficaram em pé junto à porta, aguardando que o pai deles chegasse com o automóvel para estacionar na frente do estabelecimento.
A conversa deles era interessante porque dizia das avaliações da viagem deles até Curitiba.
Os jovens conversavam sobre os próximos lugares a serem visitados e onde iriam gastar o dinheiro deles. Não compraram nada até então, queriam ter certeza de que não se arrependeriam dos gastos com as lembranças para os amigos.
A mãe dos jovens e a senhora combinavam as possíveis horas de descanso, nas quais os jovens sairiam e elas ficariam no hotel sob o ar condicionado. Também comentaram o preço do local.
Não é propaganda, mas, temos em Curitiba ótimas sorveterias onde se toma quantos sorvetes se quiser, com várias opções de cobertura, com um gasto único, são casas que cobram por pessoa, não por sorvete.
Dificilmente estou numa sorveteria por aqui, Não fosse uma colmeia de abelhas instalarem-se próximo a minha casa e a minha constatação e reclamação, eu não estaria nesse bom passeio que me manteria longe da operação de retirada da colmeia.
. O chefe da família chegou à sorveteria. Entre refrescos e sorvetes avaliaram as condições da viagem tais como hotel e serviços oferecidos pelo mesmo.
Todos deram sugestões sobre os próximos locais a serem visitados. Conversaram sobre gastos e restaurantes de diversos custos.
Sentiam-se à vontade e sentiam-se bem, apesar do cansaço.
Essa é uma crônica que, aparentemente, não tem nada de especial, mas aí é que está o engano.
Aquela família tirou alguns momentos de descanso para que todos fizessem uma avaliação sincera das suas expectativas para que o passeio até Curitiba fosse bom até que eles voltassem à cidade onde eles moram.
Passeios bons são conversados antes, durante e depois entre os participantes.
A boa disposição do também motorista da família foi admirável.
E o meu pensamento voltado às abelhas, voltou-se para a descontração necessária em meio ao cansaço.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Conceitos do Nunca na Prática

Conceitos do Nunca na Prática

São conceitos que nada tem a ver com a filosofia ou com as boas regras de convivência, mas que funcionam para quem os segue.

Nunca se pinta apenas um cômodo de uma residência: As paredes podem ser lavadas aos poucos, mesmo que fiquem desbotadas, contanto que estejam limpas. Elas trarão o respeito de todos os seus conhecidos. As paredes lavadas indicam que o morador gosta de ter a casa limpa e todos os visitantes compreendem a falta de recursos para pintar a residência. Um cômodo da casa pintado, mesmo que bonito, indica a favelização da residência e dos seus moradores.

É um conceito irônico, porque as pessoas até sonham em conseguir ao menos uma parte da casa em ordem. Esse conceito de um cômodo arrumado vale quando a residência está em reforma, algum piso é trocado, ou, alguma reforma no telhado.

Esse é um conceito que funciona e que, por incrível que pareça, mantém o “status quo” do indivíduo que não tem dinheiro para pintar a sua residência.

É um conceito antigo, mas ainda impõe respeito.

Nunca sinta vergonha de ser amigo de alguém que a mereça da sua parte: As pressões sociais existem, as resistências também e, chegará o dia em que alguma das suas amizades será considerada não conveniente à sua situação. Conveniente ou não, amizades não se desperdiçam, pois o desperdício trará fome à alma.

É outro conceito interessante porque é similar ao conceito do não desperdício de alimentos. Sempre se deve pensar que tem gente que passa fome nesse mundo e não se joga comida fora. O mundo civilizado tem as suas perdas de alimentos, acontece. Ninguém que eu conheça joga fora comida.

Interessante é notar que ao desperdiçar uma amizade, quem passa pela fome, nesse caso, da alma, é quem a desperdiça.

Esse bem querer universal e fraterno é alimento e, o melhor, deve ser conservado com a sua benevolência de espírito, pois todas as pessoas são diferentes e vivem situações diferentes das suas.

Esse conceito funciona na prática, quando há bem querer e bons propósitos na origem das amizades.

Nunca se aproveite da situação para magoar o próximo: Esse é um conceito que traz prejuízo. É tanta gente que conta histórias desse tipo e, depois, não se arrepende, conforme seria esperado. É muito esquisito o que acontece com algumas pessoas que contam que agiram assim e depois ficaram com raiva delas mesmas. A situação chega a assustar e é melhor não compartilhar. São histórias que levam a autoflagelação e degradam a condição humana.

No entanto, avisar e aconselhar são questões de consideração para com quem lê.

Voltei da terra dos contos infantis e vamos que vamos!

Vamos ao que gostei e ainda gosto:

 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Deixem a Menina Falar!

Deixem a Menina Falar!

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A Lívia queria falar ao apresentar o seu trabalho escolar. Era uma exposição de trabalhos manuais e, não havia muito que dizer a respeito. Todas as mães conheciam os pontos de tricô e crochê, as criações é que ficavam por contas das jovens.

A Lívia disse que poderia explanar sobre a importância de se fazer trabalhos manuais.

A menina tanto quis que, querendo, acabou por conseguir o seu espaço, antes de servirem refrescos e biscoitos para mães e filhas.

A professora a apresentou e a deixou falar, também curiosa pelo que iria ser dito, pois a menina pegou todos de surpresa:

Vamos começar pela origem do meu casaco: escolhi fazer um casaco de crochê para o verão para usar sobre vestidos e blusas nos dias de menos calor.

Todos sabem que a boia é um socorro que oscila de acordo com as ondas do mar.

A boia é a chance do náufrago se salvar, sem essa chance dificilmente o náufrago volta à terra firme.

Bordei boias nas mangas do meu casaco de crochê para lembrar que, a primeira chance de sair bem de um naufrágio depende de mim e dos cuidados que tomo comigo mesma.

Depois vem a sorte, pois se eu estiver calma e em algum local adequado próximo da costa, certamente alguém virá me ajudar. O casaco é branco para me lembrar de que, em qualquer circunstância eu preciso manter a calma, mesmo agora, nessa oportunidade que busquei junto à professora.

Escolhi o ponto alto como base para os motivos da renda. Quando a gente precisa de ajuda, a gente precisa gritar, ainda mais alto que o mar fundo. Se ninguém sabe da nossa situação como irá nos auxiliar.

Esse casaco não tem gola, aquela parte do casaco que mexe com a vaidade. O mar é o único local onde se aceita a ajuda de estranhos, pela melhor razão que é a seguinte: ninguém nada até alto mar para te afogar ou roubar a boia. Depois do naufrágio, quem conseguiu a sua boia, conseguiu. Quem não conseguiu, deixa para a sorte contar do seu destino.

Esse casaco tem botões que são para ficarem abotoados. Para que os movimentos dos braços sejam vistos. Para que não tampem a sua boca na hora de falar, ou, nesse caso, pedir ajuda.

Os botões são de madrepérola porque quem vem em teu auxílio deve ser tratado com respeito e as recomendações do auxiliador, seguidas. Mas seguidas como se fosse devoção à mãe e eu quis dizer mãe de pérola.

Com casaco pronto, lavado e engomado, faltava vir aqui na frente para dizer do meu casaco. Porque todo o trabalho depende das circunstâncias que o cercam para ser usado adequadamente.

Toda a salvação tem que estar de acordo com as circunstâncias. Vir até aqui, exigiu que eu conversasse com a minha mãe que está sentada na plateia. Ela teve que consentir que eu falasse com a professora e, o tempo no qual conversei com ela, foi bom. Ela permitiu, advertindo-me que a professora poderia não permitir e que eu não poderia ficar triste com isso.

Para se salvar é preciso coragem e determinação. Se eu pensasse ao contrário, eu não teria chegado até aqui.

Eu tive que esperar a resposta da professora, pois embora ela me queira bem, com certeza quer bem todas as alunas. Eu vi quando a mestra conversou com as minhas colegas perguntando se alguma delas gostaria de falar sobre o seu trabalho. A maioria das minhas colegas é encabulada e vão à frente da sala quando obrigadas pela professora.

Eu sei que o trabalho mais bem feito não é o meu, mas a dona do trabalho mais bonito não quis se manifestar. Eu percebi a diferença que a força de vontade fez no dia de hoje. Eu quis estar aqui.

Consegui chegar aqui e dizer do meu crochê.

Falta terminar a exposição. De nada adiantaria vir à frente da sala se ninguém quisesse me ouvir. Todas as mães e alunas são gentis comigo ao me ouvirem.

Eu não sou a única aluna da sala e tenho que agradecer a atenção dispensada nesse meu casaco de crochê, detalhado com precisão nesta tarde.

Deixo o meu muito obrigado, que é pouco diante da alegria que sinto por estar aqui.

Os aplausos que se seguiram comoveram todos os presentes.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Aviso: Repórter do blog, Edson Prado, na Terapia

Aviso: Edson Prado na Terapia

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Às vezes eu não sei como é que eu deixo o Edson Prado, o repórter do blog, fazer o que ele quer.

Dessa vez ele e a esposa discutiram e, na tentativa de não se divorciarem, foram à psicóloga Diná.

Ele estava com essas dificuldades pessoais e eu tive que substituí-lo numa festa de aniversário.

Fui à festa e por lá encontrei a psicóloga terapeuta.

Discreta, não toquei no assunto da terapia e nem comentei que o Edson Prado continuava a fazer as reportagens do blog.

A Diná tomou vinho enquanto eu tomei guaraná. Estava calor e a sede era grande. A psicóloga Diná exagerou no vinho e, de repente, soltou uma gargalhada.

Os convidados olharam para ela criticando-a pelo excesso. Que fique entre nós, mas eles tinham razão. Eu assumi a feição de paisagem, olhando para as cortinas da sala como se estivesse vendo um quadro pintado a óleo.

Alguém lá no fundo perguntou a ela qual seria o motivo de tanto riso.

Diná então contou a todos e, naquele tom inconveniente, contou como era feita a terapia de casais:

_O casal chega ao consultório, um emburrado com o outro, esperando que eu dê a fórmula da felicidade para eles. E o que eu faço? Eu dou a cada um deles uma dúzia de bolas de tênis de campo.

Um convidado disse que começava a entender os risos dela.

Outro convidado pediu a ela que continuasse a exposição da sua terapia.

Ela concordou e, entre risos, disse:

_Eu peço a cada um deles que conte as queixas que tem um do outro. Quem ouve e fica com raiva, joga a bola de tênis contra a parede e depois a pega do chão para jogá-la novamente num momento de aborrecimento. Quando o Edson Prado disse que o fato da mulher depilar as axilas com cera quente porque ele dificilmente saía com a mulher depilada e isso o incomodava, ela jogou algumas bolas de tênis contra a parede. Quando ela disse que ele passava a noite no computador e que ela preferia dormir no quarto ao lado a ficar com aquela luz e chiado de computador ao lado da cama, ele arremessou várias bolas de tênis contra a parede. De repente, eles se esquentaram e começaram a guerra das bolas de tênis dentro do meu consultório e eu tive que avisá-los que a redecoração da sala seria incluída nos custos da terapia. Eles me ignoraram e continuaram a guerra das bolas de tênis. A mesa do meu consultório é de madeira, mas sobre a mesa há um vidro decorado caríssimo, mas eu me escondi embaixo da mesa.

Ela parou para tomar um refresco, mas a história estava tão boa que o dono da casa serviu um vinho moscatel a ela junto com o copo de água mineral gaseificada para refrescar o hálito.

Diná tomou a água e, após insistentes pedidos, os quais não foram os meus, ela contou a todos o final da terapia:

_Agora, além das bolas de tênis, eles conversavam em tom forte, cobrando atenção e carinho, um da parte do outro e nem digo em que termos amigáveis. Foi o marido quem me chamou primeiro de golpista, disse que tinha ido lá para resolver a situação do casamento e percebeu que ele e a mulher estavam sendo explorados, pois brigavam mais ao invés de fazerem as pazes. Eles se beijaram, pediram desculpas um ao outro e, passado um mês, me mandaram um buquê de flores junto com o pedido de desculpas pela tampa de vidro quebrado, a qual eles reafirmaram que não iriam reembolsar.

Eu fiquei contente ao saber que o Edson Prado tinha feito as pazes com a mulher e dei os meus parabéns à psicóloga.

Ela ficou séria e disse que ele teria que reembolsar a tampa de vidro decorado que ele quebrou, a qual custava uma pequena fortuna.

Estava tarde e o problema dele ficou com ele.

Agora ele mal aparece no blog. Não vou reclamar, ele tem uma tampa de vidro de mesa de psicóloga pela frente.

São particularidades do blog que a editora responsável, eu mesma, gosto de compartilhar com os leitores. É uma questão de amadorismo consciente.