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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Achados no Espaço

Achados No Espaço

Versão Brasileira: Eriberto Calumba

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Uma nave espacial lançado em 2021 de nacionalidade luso-brasileira, com destino a Netuno parte de São Luiz do Maranhão, com os astronautas João Silva, Manoela Estevã e José Raimundo, irmão por parte de pai de Manoela.

Como alguns leitores podem apreciar com algum comentário, deixaremos na dúvida quem casou com quem, como e onde. No entanto, Manoela arrastava os olhares para o João.

Andam que andam, ou melhor, navegam no espaço sem fim e se perdem no meio do caminho.

No espaço sideral não tem dia e não tem noite, mas apareceu um holofote de laser e os tripulantes, perdidos, seguem a luz colorida de efeitos espaciais.

Manoela foi quem avistou o planeta à primeira vista:

_Avisto a Terra. Tomara que caiamos no Brasil.

Bendita a língua de Manoela. A nave espacial caiu no Brasil.

João e José apertaram as mãos e se cumprimentaram:

_Estamos salvos!

Estranharam que não houve nenhum resgate por parte da agência espacial.

_Eles pensam que estamos no caminho de Netuno, disse José para a irmã Manoela.

João foi resoluto e abriu a porta do disco voador, dizendo:

_Vamos ao encontro deles depois de sabermos onde estamos. O Brasil é grande!

Os irmãos concordaram e saíram.

Logo acharam a placa da cidade onde estava escrito:

”Bem vindo à Mariana.”

Restava aos três astronautas irem até a panificadora para confirmar se realmente estavam no estado de Minas Gerais.

O dono da padaria estranhou a pergunta e pensou que eles estivessem de chacotas com ele.

_Sim. Estamos em Mariana, no estado de Minas Gerais, e o hoje é o dia vinte e cinco de abril de 2010, três dias após a data comemorativa do Descobrimento do Brasil por Pedro Alvarez Cabral na data de 22 de abril de 1.500. Satisfeitos?

Eram inteligentes os astronautas e pediram pães de queijo com café e nota fiscal.

Foi muita sorte que tinham moedas válidas no bolso para pagarem os seus lanches.

Os três estavam ávidos pelas notas fiscais e elas confirmaram que eles haviam voltado no tempo.

Manoela, que tudo sabia de engenharia e nada sabia de desenvolvimento, perguntou ao dono da panificadora:

_O senhor pode nos informar onde é a estação do metrô que nos leva a Balo Horizonte? Vamos até o Rio de Janeiro de trem-bala e de lá partiremos para o Maranhão para consertarmos o nosso veículo.

O dono do estabelecimento respondeu que precisava trabalhar e que eles fossem amolar em outro lugar.

Diante das dificuldades que apareceram, ficou combinado que Manoela desmontaria o disco voador enquanto João e José iriam procurar serviços como eletricistas para conseguirem recursos, nada tinham no bolso além de algumas moedas para café e pães de queijo.

Foi trocando chuveiros e consertando velhas fiações que eles conseguiram comprar as passagens para o Maranhão, passando pelo Rio de Janeiro.

Com o disco voador devidamente embalado e com os três em mútua ajuda, chegaram à estação rodoviária de Mariana.

Quando o ônibus chegava à estação do Rio de Janeiro, Mariana escutou algo parecido com tamborins.

_De onde vem este som, perguntou ela para o amigo e para o irmão.

Todos os passageiros do ônibus caíram na risada e começaram as perguntas:

_A moça não assiste à televisão? Desde quando?

João e José perceberam a galhofa sobre algo que era normal para os outros.

João, o decidido, perguntou com uma resposta:

_Queremos mostrar a ela essa festa. Onde encontramos os instrumentos musicais?

Os passageiros, pensando que a gozação continuava, indicaram todas as direções possíveis. Esse era o som em muitos lugares da cidade.

Eles desistiram de ir ao Maranhão, deixaram o disco voador guardado no guarda-volumes da rodoviária e foram em busca do som.

Manoela, eufórica, gritou:

_Energia! Combustível para o disco!

Segundo os cálculos de Manoela, ela poderia encaixotar alguma reverberação das caixas de som ligadas às tomadas elétricas numa quantidade suficiente para abastecer o disco e voar na velocidade do som até alcançar o meio da luz de laser que os trouxera até aquele tempo.

Com o dinheiro conseguido com o trabalho de eletricista em Mariana, compraram pranchetas e papéis para que Mariana colocasse o projeto no papel. Eles eram engenheiros mecânicos e ela era a engenheira elétrica projetista.

De caixa de som em caixa de som conseguiram toda a energia elétrica de que precisavam.

Surgiu então um novo problema, um lugar para montar o disco voador.

José disse a João para que permitisse a Manoela que fizesse as próximas perguntas aos cidadãos da cidade. Somente ela sabia das especificações técnicas para o lugar adequado onde a energização do disco seria feita.

Encontraram um sujeito simpático para com Manoela e a avisaram para fazer a pergunta a ele.

Manoela foi precisa:

_Por favor, onde é que eu encontro um lugar onde ninguém ligue para ninguém, todos estejam ocupados com suas atividades e pensem que tudo vale à pena quando se trata de dinheiro.

O sujeito observou-a da cabeça aos pés pensando que a moça precisava fazer dinheiro com serviços rápidos. Talvez algum serviço de entrega em domicílio de restaurante de luxo. Sim ele sabia a resposta e a forneceu de boa vontade:

_Aqui no Brasil a isto se chama São Paulo.

Os três astronautas embarcaram para São Paulo na rodoviária do Rio de Janeiro.

O ônibus passou pela Avenida Marginal do Tietê.

Manoela acabava de descobrir o lugar ideal e contou aos outros dois:

_À noite montamos! Aqui, bem em cima do rio.

Esperaram na rodoviária até anoitecer e se dirigiram com as caixas onde estavam o disco voador desmontado e o combustível para o Tietê. Dessa vez, encontraram o metrô.

Enquanto montavam o disco, alguns pedestres e motoristas de automóveis perguntaram do que se tratava aquela montagem.

Eles temeram as perguntas sobre televisão, objeto inexistente na época do futuro, de onde eles vieram. Os aparelhos eram de tela ultrafina computadorizada e a variedade de opções, imensa.

João foi breve à resposta:

_Estamos lidando com teatro experimental.

Depois de tanto esforço finalmente conseguiram arrumar e abastecer o disco voador.

O combustível funcionou e conseguiram chegar ao lugar de onde partiram, mas com a diferença de um dia atrasados a tempo de anular o efeito laser.

Continuavam perdidos, mas sem voltarem no tempo.

Avistam um disco voador e ele tem placas do Maranhão na frente.

_Vieram nos buscar, disse José.

De fato, foram salvos e voltaram para a Terra.

E estando no futuro, foram enviados à Bahia para um descarrego de mãe de santo.

Deus pode ser brasileiro, mas, tenha dó!

Eis que dum paticumbum.

2 comentários:

chica disse...

Tu és demais!!!Lindo, divertido e fantástico! bjs praianos,chica

OceanoAzul.Sonhos disse...

Magnifico! :)

abraço
cvb