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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 16 de novembro de 2013

Abraça e Chora / Conto Cotidiano

Abraça e Chora / Conto Cotidiano

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Duas colegas de trabalho conversavam durante a pausa para o almoço e uma delas dizia para a outra que ela era a sua amiga no emprego.

A Júlia olhava para a Augusta com admiração e perguntou:

_Por que é que você acha que eu sou a sua única amiga na empresa?

A Augusta então contou que tinha reunido todas as colegas da loja de artigos femininos para uma recepção na casa dela. Júlia também foi à festa.

_E o que aconteceu depois da festa, para você me dizer isso?

_Falaram mal do Jimmy Hendrix, disseram que eu ouço os discos da minha avó. É que a música agora está no computador e eu quis um disco para o som ambiente. Não se pode confiar na discrição das amigas.

Júlia abraçou a amiga e disse:

_Você confiou nas amigas? Jimmy Hendrix era o cantor ideal para a reunião das colegas da loja? Coitada!

Aquela palavra “coitada” veio indigesta e Augusta perguntou à amiga o porquê daquela palavra triste.

_Você confiou demais. Não faça mais isso.

Augusta perguntou se ela não deveria receber as colegas em casa, ao que Júlia respondeu:

_Receba, mas guarde os CDs da sua avó para ouvir sozinha. Para ser amiga, digo que elas dizem que você é desatualizada. Há piadas na loja de que da próxima vez você colocará Chuck Berry para elas ouvirem.

Augusta entendeu aonde tinha errado.

O tempo foi passando e cada uma das colegas realizava a reunião mensal, cada mês numa casa.

Chegou à vez de a Augusta receber as colegas novamente.

Júlia queria que a festa fosse boa. Tinha viajado e passeado na Rua 25 de Março em São Paulo e comprado lingerie no atacado. Ofereceria algumas peças de presente às amigas durante a tarde.

Augusta concordou e deixou o sofá menor da sala de estar para que a amiga expusesse as suas compras durante a tarde de confraternização. Pensou que a tarde seria ótima sem Jimmy Hendrix e Chuck Berry.

Quando a lingerie estava distribuída ao sofá e a conversa animada, bate a campainha.

Célia chega, acompanhada do marido. Ele chegava de uma viagem e ela tinha ido buscá-lo na rodoviária. Para não perder a confraternização, esperando Jimmy Hendrix e Chuck Berry, levou-o consigo a festa.

Quando Augusta abre a porta, os dois veem as colegas e entram rapidamente para apresentar o marido e cumprimentar as demais colegas.

No menor sofá da sala, a exposição.

A risada foi geral. Júlia apressou-se em colocar as peças íntimas na sacola, deixando os mimos para os intervalos da semana.

As recepções de Augusta são inesquecíveis, todas concordam.

3 comentários:

chica disse...

rsssss..Imagino a cena!! E devem ter se divertido e rendido boas risadas depois! beijos,chica

Célia disse...

Ah! Essas reuniões... Tenho reservas... ou acomodação mesmo...
Sua crônica desde o título mostra "o valor de uma verdadeira amizade"...
Abraço.

Artes e escritas disse...

Chica e Célia: O que o Shopping Center faz por nós, contos e mais contos, de graça, rs, rs, rs. Um abraço, Yayá.