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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Empresário de Chalana

Empresário de Chalana

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A empresária estranhou a ausência do seu concorrente na reunião anual dos vendedores pisos e laminados.

Preocupada com a concorrência, saiu da reunião e procurou informações sobre ele.

As respostas que obtinha eram as dos contos de fadas. Ninguém sabia e ninguém o tinha visto.

Procurou então um amigo comum, igualmente concorrente, mas de uma concorrência que não atemorizava aos dois.

Descobriu que o concorrente almoçava num restaurante internacional às quartas-feiras.

Convidou a secretária para almoçar com ela para se encontrar com ele.

Chegando ao restaurante e vendo o concorrente, foi ao encontro dele.

Sem nenhuma sutileza, foi direto ao assunto:

_Você tem sabido do Amir? Vocês continuam amigos, pois não?

O concorrente sorriu e respondeu:

_Sim, eu continuo amigo do Amir.

Ela o crivou de perguntas querendo saber onde ele estava e quais eram os projetos de vida dele. Negócios são importantes e a concorrência merece respeito, pensava ela, ansiosa pelas respostas.

O concorrente sentou-se com ela para almoçar.

Ela sentiu um frio na espinha com medo das respostas, mas aquele homem não costumava enganar a concorrência.

Ele, calmamente, respondeu a ela, como se tivesse todo o orgulho dela nas mãos naquele momento.

_O Amir comprou um bus home e foi para Bonito, cidade que se localiza no Mato Grosso do Sul.

Ela disse num tom cortante:

_Que horror! O que é que ele tem? Está doente?

O primeiro sorriu com o espanto da resposta e continuou contando sobre o Amir dizendo:

_O Amir se aposentou. Antes de se aposentar, ele comprou um terreno no Mato Grosso do Sul e o cercou. Agora ele se mudou para lá.

A empresária não conseguia acreditar naquilo que ele dizia e fez mais perguntas.

_O Amir arranjou uma amante e largou da esposa dele? Como é que ela está?

O concorrente desatou a rir, mas continuou a dizer do amigo:

_A esposa dele vendeu a loja para ajudar a pagar a casa que eles estão construindo na localidade de Bonito. Ele não está com nenhuma amante. Aliás, o Amir sempre foi um homem sério, assim como a esposa dele e toda a família.

Ela, indignada, exclamou:

_Ele deve estar com alguma doença. Ninguém faz isso.

O concorrente afirmou que ele e a esposa dele fizeram isso e que passaram na casa dele para se despedirem e deixarem a forma de se contatarem depois da mudança.

Ela se sentiu triste:

_Que tragédia. Agora estou sem ter com quem concorrer.

O concorrente discordou, ele estava ali. Além do mais, os jovens adultos entravam no mercado com toda a vontade de vencer.

Algumas lágrimas cobriram-lhe o rosto. Sentiu-se mais velha, pensou no dia em que largaria os negócios.

O concorrente a acalmou dizendo para que ela esperasse pelos novos desafios. Ela continuava apta para lidar com os negócios e a competir. A empresa dela era a segunda maior daquele ramo de negócios. Não existiam motivos para tanta tristeza.

Para ela, no entanto, era como se tivesse sido obrigada a começar de novo, conhecer os novos competidores e vencer. Sentiu saudades.

Ainda inconformada disse ao concorrente:

_Se, algum dia, eu fizer algo semelhante, mande-me ao médico.

O concorrente concordou. Ambos almoçaram. Ele, feliz. Ela, indignada, comeu pouco.

Um comentário:

Élys disse...

Uma história que demonstra um comportamento que existe em algumas pessoas que para se sentirem realizadas precisam estar competindo e não observam as boas conquistas dos outros
Um abraço.