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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quem é Dono de Quem?

Quem é Dono de Quem?

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A mulher pediu ao marido para sair e levar o cachorro para a caminhada diária.

A primeira resposta do homem foi não, mas pensou olhando para o bolso e a ida ao veterinário pela falta de exercícios do cachorro e concordou.

Saiu resmungando porque o cachorro da mulher fazia com que ele saísse depois da dura jornada de trabalho.

Ao entrar no elevador, lembrou-se dos vizinhos do prédio onde ele, a mulher e os filhos moravam. Os homens tinham cachorros de médio porte e as mulheres em sua maioria, preferiam os cachorros pequenos.

Concentrando-se na tarefa de sair com o cachorro da mulher, olhou para ele.

Verificou que não era “ele”, era “ela”. Tinha laços de fita e roupa de lã com flores bordadas. Era da raça poodle, branquinha, com os pelos tosados na altura certa e toda enfeitada.

Até então ele não tinha reparado que a mulher tinha uma cachorra. Agora que observara o bicho com atenção, pensou em voltar e dizer à esposa que não sairia às ruas com uma cachorra. Ela se quisesse que levasse, o seu animal de estimação para sair.

Voltou ao apartamento e disse o que pensava para a mulher.

Ela apelou aos sentimentos dele, dizendo que o jornal dava notícias ruins e que era perigoso sair à noite com a cachorrinha.

Os sentimentos entre eles eram diferentes, pois ela sentia medo enquanto ele se sentia envergonhado de sair com o poodle dela. Não era exatamente o tipo de cachorra que o agradava.

A mulher convenceu-o a passear com a cachorra.

Ele desceu do elevador e foi ao portão do edifício. Olhou para um lado e para o outro até que não passasse nenhum vizinho que o conhecesse.

Avistou, na rua, o lugar mais escuro que pode encontrar. Dirigiu-se para detrás da árvore com a cachorrinha.

A situação atrás da árvore não era das mais confortáveis. Era difícil se esconder com um poodle na coleira numa árvore de tamanho normal.

Olhava para o relógio de minuto a minuto a fim de verificar se o tempo de passeio tinha acabado, mas atrás da árvore e no escuro, não consegui ver exatamente o ponteiro dos minutos.

Dizia a si mesmo que ele era o melhor marido do mundo, afinal, que outro homem levaria a cachorra da raça poodle da mulher para passear?

De repente, sentiu-se nervoso para entrar no edifício. Queria, no entanto verificar o tempo do passeio para não criar problemas com a esposa. Correu para o primeiro poste com lâmpada.

Uma senhora que vinha na direção contrária do sentido da luz do poste, pensou que ele fosse um bandido e meteu-lhe a sombrinha no pescoço.

_A senhora está maluca? Quem pensa que eu sou?

A senhora ergueu o nariz e seguiu o caminho dela dizendo que se ele fosse bom não sairia correndo de detrás de uma árvore.

Ao ouvir o que a senhora disse, correu para a árvore novamente e pegou a coleira com a cachorra.

A senhora que tinha dado com a sombrinha no pescoço dele, ainda em passos rápidos, dirigiu-se a ele novamente:

_Meu caro senhor, estamos em novos tempos. O senhor não precisa se esconder para sair com a sua cachorrinha. Na minha idade, vi muitas coisas nessa vida. Essa é mais uma. Errado é você ficar atrás da árvore assustando os pedestres. Da próxima vez, eu peço para o porteiro do seu prédio para tomar providências contra o senhor.

Ele respondeu que não haveria segunda vez e entrou no edifício onde morava dizendo à mulher que não mais sairia para passear com a cachorra.

A esposa, para resolver a situação, disse a ele para comprar um cachorro do qual ele gostasse.

Ele comprou um Husky siberiano.

Depois de alguns passeios com os cachorros, a família mudou-se para um sobrado, ficou com os respectivos animais de estimação e não mais precisaram os levar para passear. Questão de estabilidade familiar.

3 comentários:

chica disse...

rsssssssss....Escreves muito bem e pude imaginar as cenas descritas.Tive que rir...Legal! beijos,chica

Wanderley Elian Lima disse...

Que situação constrangedora essa mulher fez o marido passar. Coitado ficou com trauma. O texto é ótimo.
Bjux

brisa48@bol.com.br disse...

OI FLOR
ANDEI SUMIDINHA COM PROBLEMA SE MORTE NA FAMÍLIA. ADOREI A HÍSTORIA. FELIZ DOMINGO BJ NO TEU CORAÇÃO.
ANA