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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Burrice Nacional / Crônica de Supermercado

Burrice Nacional / Crônica de Supermercado
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Os tempos são difíceis, ainda mais pela filosofia de que o bolo que o vizinho faz é mais gostoso.
O bolo que o vizinho faz é tão gostoso quanto o seu, a diferença é que quando ele te oferece uma fatia, você agradece, saboreia e não lava a louça.
O povo todo conversando sobre o mesmo assunto e as opiniões tão diferenciadas que causavam espanto por um não perceber o que o outro falava com o conhecido.
Enquanto eu procurava o sabão em pó, eu me divertia.
Ao lado do sabão novo as senhoras diziam entre si:
_Chegou o momento de sermos ouvidas. No nosso tempo é que era bom. Vamos ao próximo protesto.
Do outro lado do corredor, dois senhores conversando:
_Ou acabam os protestos ou a diarreia acaba com a gente. Vamos ao próximo protesto.
Teve gente que parou e me cumprimentou pela posição política tomada.
Eu? Espera aí que pouco disse e pela internet. Estou nesse momento me resolvendo espiritualmente com estudos filosóficos.
Leio livros em português e inglês. Preciso lê-los, parecem-me fascinantes nesse meu momento. Preciso conciliar a minha vida pessoal prática com a filosófica.
De repente, passa uma vendedora de alguma loja de comércio e disse em alto e bom som:
_Não vendi a saia de lã para a cliente porque eu sei que ela não votou no mesmo candidato que eu nas eleições passadas.
Parei de pensar nos livros no mesmo momento. Fiquei com uma vontade de perguntar a ela se a dona da butique sabia que ela causou prejuízo nas vendas da loja. Essa moça merece uma medalha pela falta de juízo.
Passa outro homem e comenta sobre de quanto é a diferença entre custo e lucro de uma loja comercial. Por que ele não tenta abrir uma loja para descobrir? Existem comerciantes que vivem a loja como se fosse o seu único amor nessa vida?
Outra funcionária de loja passa e, ao ouvir o comentário do homem, não se contém na resposta:
_Vira esse seu mau olhado prá lá, que eu gosto de onde trabalho.
Simpática vendedora, ainda complementou:
_Se o senhor está desesperançado com os negócios, passa na lotérica e faça uma aposta. Como diz o ditado: ”Alguém tem que ganhar”. O senhor não acredita que possa ser o senhor? Eu lhe desejo boa sorte e que ao menos o senhor acerte a quadra.
Vocês sabem que o homem sorriu!
Há que se acreditar nas instituições democráticas, nos poderes constituídos, no diálogo entre as partes. Acreditar e reivindicar, mas de forma séria, através de abaixo-assinado, ter coragem de colocar o nome e assinar. Não existe sentido em se arriscar em tumultos quando existem maneiras igualmente fortes, mas sensatas. Podemos ser civilizados, é uma questão de vontade.

4 comentários:

Lindalva disse...

Tudo é uma questão de vontade sempre amiga... Olha o Ostra já está pronto para o 8º Pena de Ouro, são muitos Poetas e Poetisas das ondas a convidar, assim peço desculpa pelo SPAM e não parar em tua página para apreciá-la e comentar como de direito, MAS QUERO TE VÊ NA ILHA NESTE EVENTO, POR ISSO AQUI ESTOU... E lá te espero. Beijos no coração!!!
Este é o link do Ostra
http://ostra-da-poesia.blogspot.com.br/
Todos que por aqui passarem sintam-se convidados!

aluap disse...

Parece que o problema é igual ao do meu país, há tanta coisa a melhorar, mas ninguém dá uma opinião e conforme o vento a brasa aquece ou arrefece.
Abraço.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Hoje passando para dizer que estou voltando (ainda devagar), mas com muita saudade e agradecendo as palavras de carinho deixadas durante a minha ausência.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Eloah disse...

Tens razão, pessoas são diferentes.Tudo depende de seu ponto de vista.Há quem não entra, mergulha,há os que protestam timidamente e os que nem sabem porquê.Existem os que são mais sensatos e procuram outros meios para buscar seus direitos.Enfim somos tantos e tão diferentes...
Adorei teu post filósofa.Bjs Eloah