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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 15 de junho de 2013

Achando a Identidade

Achando a Identidade

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A mãe comprava tênis novos para o filho, era um presente. Ela comemorava o fato do filho estar comemorando o seu primeiro ano no emprego.

_Deixa a mamãe fazer um carinho para você!

O garoto de dezenove anos estava contente da mãe ainda querer presenteá-lo.

Enquanto Miguel experimenta os sapatos, a mãe conta que no próximo final de semana haveria festa na casa da amiga.

Miguel muda a fisionomia e diz que não vai.

A mãe muda de fisionomia:

_Como assim? Não vai? A Laura é minha amiga e nos convidou para a festa do Naldo, que tem a sua idade?!

A conversa tomou outro rumo entre eles. Miguel expôs o seu ponto de vista:

_Mãe, você me educou como um ser responsável e hoje eu sou aquilo que se pode chamar de gente. O Naldo não é do jeito que você me disse que significa ser gente. Você conhece o Naldo. Não vou.

A mãe ficou constrangida e pediu ao filho que fosse, nem que fosse e ficasse meia hora e depois viesse embora.

O filho a encarou e disse:

_Mãe, meia hora para você com a sua amiga pode ser bom, mas meia hora com o Naldo-punk é ruim. Eu não vou ficar nem cinco minutos com o Naldo-punk e os amigos dele. Se eu tiver que ir, sentar-me-ei ao seu lado e pedirei um chá para a sua amiga.

A mãe disse que desconhecia esse comportamento dele. Ele não toma chá desde o tempo do berço e do chá de funcho.

O filho disse que tomaria do mesmo refrigerante que a amiga servisse para a mãe. Não iria para a festa na garagem de modo algum.

A mãe disse que ele poderia festar na garagem e que quem sabe ele conhecesse alguma garota interessante por lá.

_Garotas interessantes não se dão com o Naldo-punk.

A mãe disse que ele não a fizesse passar vergonha em frente à amiga.

_Você não passará vergonha. Irei à festa com uma joelheira sobre a calça jeans e direi do supremo esforço para chegar até a sala de visitas dela. Você aceita a sugestão.

A mãe disse que não gostava de mentiras.

_Mãe, não é mentira, é uma desculpa social para você dar a sua amiga. Para a garagem eu não vou. Você não conhece o Naldo-punk bem. Você é mais velha e eu compreendo as nossas diferenças. Agora, se você conhecesse o Naldo-punk como eu o conheço, eu duvido que você mesma não arranje uma desculpa para não ir à casa da sua amiga. Você me educou bem. Ela, com todo o respeito, não se incomodou com a educação do filho. Entendeu?

A vendedora estava ao lado dos dois e esperava para saber se os tênis estavam confortáveis e se o filho levaria o par de calçados.

_Serviram bem?

Miguel disse que serviam e os seus pés se esticavam confortavelmente dentro deles.

A mãe disse que iria comprar o par de tênis.

Miguel suplica para a mãe uma joelheira para a festa.

A mãe compra a joelheira para ele. Ele beija o rosto da mãe.

A vendedora os acha bonitos e sonha com o filho crescido e encaminhado para o bem.

5 comentários:

Artes e escritas disse...

Assim que eu conseguir sincronizar os meus dispositivos com internet volto. Um abraço, Yayá.

Unknown disse...

Está um pouco difícil coordenar esta coisa da Net que cai, que volta, que não aceita o comentário e que os apaga

O tempo e o cansaço também não me têm ajudado e só hoje consegui retomar os agradecimentos aos comentários de Figuras da nossa terra.

Gosto da história. Socialmente estão bem mas desencontrados. As pessoas tanto admiram como criticam.
Em muitas situações vê-se por fora esquecendo a alma de cada coisa...

chica disse...

Uma cena muito bem contada e que me prendeu até o final. Gostei! beijos,chica

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Tem diferença entre uma boa mãe e uma mãe boa... vc frisou bem esse ponto!!!
Seja muito abençoada e feliz!!
Bjm de paz e bem

Wanderley Elian Lima disse...

Adolescentes não gostam de acompanhar os pais, eles se sentem maduros para isso, ainda bem que esse aí, mesmo relutando vai com a mãe.
Bjux