Amo a Minha Chefe / Crônica de Supermercado.
Se a moça ama a chefe dela, eu amo a fila do supermercado, a minha fonte inspiradora destas crônicas.
Estava eu na fila do caixa e me chamou a atenção o casal de namorados. Eles não estavam se agarrando como os assanhados de plantão esperam. Ele oferecia biscoitos e bombons à namorada e ela recusava.
_Amor, sempre que venho ao supermercado eu te dou ao menos um doce. Por que hoje você não quer aceitar?
A moça, gentil, respondeu:
_Porque almocei com a minha chefe e basta o que almocei.
Ele pediu a ela que contasse sobre o almoço, sobre a refeição e se ela havia gostado.
_A minha chefe me pediu para que eu a acompanhasse ao almoço. Hoje ela não gostaria de almoçar sozinha.
O moço perguntou o motivo.
_Se eu quero o meu emprego, eu não pergunto. Até pensei que era desculpa para me promover ou pedir que eu me demitisse. Sabe-se lá o que passa na cabeça de um chefe.
Ela me levou a um restaurante internacional, adivinhei que demissão não era. Ela pediu um prato com nome diferente. Acompanhei o pedido sem pestanejar. Um chefe sabe o que come.
O namorado perguntou o que era e se era bom de comer.
_Serviram uma travessa de prata com folhas verdes, rabanetes, aspargos, champignons e alcachofras. Separadamente veio uma cumbuca com molho e outra com água de lavanda. Fiquei com aquilo que eu conhecia, ou seja, as folhas verdes, os rabanetes e o molho para salada. Foi um almoço herbívoro, digamos assim. Também pela prataria do serviço, a salada tinha que custar o preço que custou, mas foi ela quem pagou.
O moço perguntou se ela não havia sentido fome.
_Senti fome, fiquei com vontade de passar na lanchonete, mas não o fiz. É a competição do mercado de trabalho. Hoje não como mais nada, quero ficar com o sabor da alface na boca até amanhã quando elogiarei o almoço.
Ele disse que ela estava exagerando na bajulação!
_Não estou não. Se eu comer alguma coisa hoje, amanhã contarão para ela que eu comi e que eu fiquei com fome porque saí com ela. Os colegas se esmeram por achar o que comentar. Eu não quero comentários, eu quero o meu emprego. O livre mercado funciona assim.
O moço disse que ele não gostaria de obter este tipo de emprego:
_No meu estômago mando eu!
Ela disse que enquanto trabalhasse naquela empresa, faria tudo o que pudesse para agradar a sua chefe:
_É a minha oportunidade e eu vou agarrar esta chance de bom salário.
Ele a convidou para almoçar com ele no dia seguinte para se certificar do seu valor na vida da moça.
_Amanhã eu quero tirar a barriga da miséria, vamos almoçar juntos.
Saí com o pão e o leite, pensando na vida, pensando no jeito que as coisas estão.
9 comentários:
Hoje em dia "luta-se" para se sobreviver!
A realidade num belíssimo conto!
Beijos.
A lei da sobrevivência leva a estes disparates.Adorei a crônica.Bjs no coração Eloah
EXCELENTE. Um conto para refletir.
BJ
Aqui para estas bandas as coisas não estão nada fáceis e tendem a piorar...
Chefes e Chefes... mas mesmo a "Chefia" engole cada sapo!! Difícil contemporizar!
Bj. Célia.
Olá, bom-dia! Com licença!
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Obrigada
Rita Lavoyer
Sua fonte inspiradora
Na fila do supermercado
Crónica de uma sonhadora
Que não fez sucesso ao acaso!
Se ama a sua chefe
É porque ela merece o seu amor
De suas obrigações não se esquece
A competência tem muito valor!
Boa sexta-feira para você,
amiga,
um abraço
Eduardo.
Feliz sexta-feira!!!
Grande abraço fraterno
Nicinha
excelente crônica do dia a dia!!!
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