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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Filosofando…

Filosofando

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Todos os seres vivos recebem um corpo físico para exercer a vida, o ser humano também. Talvez o ser humano não seja o mais inteligente dos seres vivos, mas o fato dele poder se comunicar e se fazer entendido pelos demais da mesma espécie, o faz diferente pelo alto grau de cognição.

A verdadeira moradia de este ser, a sua casa real é o seu corpo e a sua casa virtual é o que se denomina de alma, o ser invisível que nele habita. Esta casa é inteiramente viva e se movimenta continuamente, mas tem limites. Limites estes que a alma, ou, o espírito do ser que raciocina leva em consideração em cada gesto ou palavra proferida.

Enquanto a palavra, geralmente, é subjetiva, o gesto e a atitude, no entanto, produzem efeitos físicos. O ser humano oxida e gasta, se renova. Basta dizer que em três meses a pele que recobre o corpo é nova e que foi refeita sem que sequer se tome conhecimento do fato; o ser humano perde as células mortas e outras, novas em folha, estão no lugar daquelas que se foram. Não se pretende entrar no assunto da anatomia, o que se pretende aqui é entender a casa em movimento. A alma é a gerente dessa casa e, como todo gerente, ou faz o melhor para o lugar, ou leva a casa a falência.

É preciso que alma e corpo caminhem juntos em busca do equilíbrio porque o espírito se supera e se transforma, enquanto a tendência natural do corpo é o desgaste. A função dessa alma talvez seja ajudar o corpo a cuidar do desgaste e não pensá-lo como material descartável. É dever de essa alma conhecer os limites e traduzir ao corpo em forma de viver em harmonia, pois é o desequilíbrio entre o espírito e o corpo que produzem os conflitos que prejudicam a ambos. Embora de natureza e origem antagônicas caiba à alma pensar o corpo e ao corpo sentir e se ressentir dos pensamentos e emoções dela. Nascem com funções próprias a alma e o corpo, pensando igualmente nos objetivos dessa união nata.

A função do ser, em princípio, é a vida; por conseguinte, a morte é uma disfunção natural.

Se o corpo come, quem escolhe o cardápio é o espírito, que também se alimenta. Dizem alimentar o espírito os livros e a música, mas se sabe que é muito mais que isso. O espírito se alimenta de emoções e razões. Creio que estar bem consigo mesmo e fazer ao outro pensando o bem, acresce o bem estar tanto ao corpo quanto a alma. Existe uma expressão em inglês que traduz melhor o significado dessa disposição a se fazer feliz, no sentido de diminuir o sofrimento e a dor, do que na nossa amada língua portuguesa. É a expressão “In a mood”, ou seja, com humor. Quando o espírito acorda com humor para praticar o bem, mesmo que esse bem seja colocar o lixo na rua organizado para quando o caminhão de lixo passar parece que os acontecimentos do dia serão bons, porque o bom tempo está dentro da alma. O corpo sorri satisfeito quando a alma está com esta disposição.

No entanto, quando o corpo reclama e diz que não está bem, ele sinaliza para que o espírito, ou, o gerente, tome providências. E a alma, sorridente, não pode ignorar essa reclamação, muito menos desconhecer que o corpo tem limites. Nesse desequilíbrio, o espírito exerce a função de policial e determina onde procurar auxílio, localiza os locais e julga de acordo com os seus critérios, subjetivos, o que fazer. A busca da alma é manter o corpo em plena atividade para o seu gozo palatável. Percebe-se que um dos prazeres da alma é a vida do corpo em condições satisfatórias. Para estar bem, a alma recorre às estatísticas, às condições matemáticas, aos estudos das situações e controla as emoções porque conhece os limites do corpo, embora as emoções subvertam o raciocínio para o ideal. A emoção planeja o ideal, desconhece o corpo, tem vontades e infiltra-se ao raciocínio com facilidade; mas a razão se cerca de cientificidade para não prejudicar o corpo. Aqui a alma se subdivide em dois, para cuidar e, ao mesmo tempo amar aquilo que protege.

O espírito tem a propriedade de recorrer às energias e delas se serve, é a religião que cada um professa diante da realidade vivida pelo corpo. O corpo físico e as suas experiências influenciam direta e positivamente no caminho da fé, da ética, da postura tomada diante de problemas complexos e espirituais. O corpo comunica ao espírito o caminho a seguir na sua religiosidade e independem das influências externa ou meio ambiente, educação, etc. A experiência do corpo com o espírito é única e a decisão da alma para com o corpo é de extrema subjetividade, faz-se o melhor levando-se em consideração todos os fatores supracitados; porém, o corpo é prático, ele simplesmente existe e a sua função é a existência e necessita desse espírito para desempenhar a sua função biológica.

Para concluir, a função da vida é a vida, embora todo o mistério da alma venha a perturbar essa natureza prática.

10 comentários:

Unknown disse...

Todos e tudo teve início e haverá de ter fim. Custa-nos muito e se nos dissessem que o fim era amanhã não acreditaríamos ou pensaríamos:
-Isso é lá para os outros !

Importante é viver um dia de cada vez e amar aquilo que somos e temos fazendo sempre o nosso melhor para nós e para os outros que vivem connosco.

Os filósofos debateram-se todos com o final dos seres pensantes.
Para onde iremos...
Nós somos mais do que material e aquilo que em nós é espírito não morre(penso eu)

Eloah disse...

Belo texto querida!Filosofar faz parte da reflexão profunda e sempre nos faz mais sábios e a tentar entender as lições que a vida nos dá.
Querida quero agradecer o selo do prêmio Dardo e dizer o quanto fiquei feliz com esta distinção.Estarei colocando este final de semana no Blog com os links dos Blogs que indicaram.
Reconhecimento é o gás que nos ajuda a continuar.
Bjs. Eloah

Edum@nes disse...

Calado cheguei
Não filosofando
Com atenção escutei
O que você estava falando!

É preciso filosofar
Pela força não agir
Enquanto acreditar
Em sua pátria construir!

Bom fim de semana para você,
amiga Yayá,
um abraço
Eduardo.



BLOGZOOM disse...

Olá!

Sobre o que disse: 'Se o corpo come, quem escolhe o cardápio é o espírito, que também se alimenta'.

Eu estou dominando a minha mente e colocando mais ação no que estava tão parado, o resultado tem sido animador e vou me fortalecendo com isso.


Beijos

Célia disse...

Corpo e alma ou matéria e espírito unem-se em um conjunto harmônico. Caso contrário, não há coerência no ser de cada um de nós. Avaliar o que somos. Bela reflexão.
Bj. Célia.

Mª Carmen disse...

Hola amiga, paso a saludarte, hacia tiempo que no te visitaba. Besitos.

Maria Luisa Adães disse...

Sem alma não há vida
e sem vida não há alma.

E o seu texto muito bem escrito,
desenvolvido de forma extraordinária
e jogado num jogo de palavras, nos traz a eterna pergunta :

"Quem somos
donde viemos
para onde vamos"...

E fico grata por a ter encontrado.
Há muito a não via nem a pressentia...Amei!

Maria Luísa

lis disse...

Uma reflexão sobre o corpo físico e o espiritual.Excelente .
É determinante conhecer seus limites e explorá-los.
Já fazemos isso,indistintamente e o apuro virá com reflexões e leituras como estas.
um bom fim de semana
com abraços

Jossara Bes disse...

Olá Yayá!

Viver é movimento, em todos os sentidos!
Sentir com a alma, é tomar consciência da vida!
Lindo texto!
Beijos!

Alma Mateos Taborda disse...

Muy interesante y sabio texto. Me ha encantado.¡Excelente! Un abrazo