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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 10 de novembro de 2012

Essa Eu Não Entendi / Crônica de Supermercado

Essa Eu Não Entendi

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Noite quente e supermercado lotado. Comprei o pão e algumas outras coisas, fui ao caixa e lembrei-me de comprar o leite, voltei, peguei o leite e segui ao primeiro caixa cuja fila era menor. Às vezes, acontece da fila dos caixas das compras de carrinho estar menores que a fila dos caixas rápidos, entrei na fila.

Um senhor da fila ao lado comentou conosco que a nossa fila andava e a dele não. A senhora que estava à minha frente confidenciou que a fila era composta de cestas com poucas compras e foi simpática, todos rimos.

Parece que tem gente que não gosta de gente sorrindo. A senhora que estava à frente do cavalheiro começou a reclamar que a fila não andava porque a senhora que estava no caixa comprou carne e a etiqueta caiu. Começou a critica contra a senhora que estava no caixa: disse então que aquela senhora tinha visto a etiqueta cair e teve preguiça de voltar ao açougue para pesar novamente e pegar o preço.

A senhora que entrou na fila atrás de mim gritou com a senhora que estava sendo atendida no caixa da fila ao lado:

_Desista da carne, não prejudique quem está na fila. Você tem que comer arroz com arroz amanhã! Cara de pau, se fazendo de sonsa e atrapalhando a vida dos outros.

A outra senhora, na fila ao lado, apoiava:

_Ela não se enxerga, pensa que o mundo pode esperar por ela!

A senhora que estava no caixa, porém, ergueu-se e ficou em posição de superioridade, quase como que desdenhando as provocações verbais.

O assunto não era meu, a minha fila andava rápido e eu prestava atenção nas cestas que faziam com que a fila onde estava andasse rápido.

Não demorou muito e o rapaz do supermercado chegou com o pacote de carne devidamente pesado. A senhora que estava no caixa não quis saber do que havia comprado e mandou que ele a devolvesse ao açougue porque com a demora, por certo que não estava própria para o consumo. Pagou as suas outras compras e se foi.

A senhora da fila ao lado que apoiou a falta de polidez, virou-se para a senhora que havia sido malcriada para com a outra disse:

_Por sua culpa a idosa que havia comprado a carne amanhã não almoçará como gostaria.

_Que idosa? Respondeu a que estava atrás de mim.

Aquela fila estava cansando a mim e à senhora gentil que estava na minha frente, ambas fixamos olhares em pontos neutros: as revistas ao lado dos caixas.

A senhora da outra fila disse que não era aquela senhora que havia comprado carne e a que estava atrás de mim disse que ela estava bem disposta e descansada para conversar mais se a outra estivesse disposta.

A da frente pagava a conta e finalmente chegava a minha vez. A outra puxou conversa e respondi:

_Boa noite.

Paguei as minhas compras e vim embora.

Cheguei com vontade de tomar um café com o alfajor. Cadê o alfajor? Não estava na sacola. Peguei o comprovante das compras e verifiquei que o alfajor não entrou na lista de compras. Não é possível que a senhora que estava fazendo arruaça tivesse tirado o alfajor da cesta enquanto eu olhava as revistas? Agora fiquei cismada que o que ela queria era confusão.

Essa eu não entendi.

12 comentários:

Célia disse...

Bem, Yayá... com ou sem "alfajor"... o jeito é um bom café para desestressar-se!
Bj. Célia.

tecas disse...

Provavelmente...por aqui existem muitos "golpes " do género. Não é para entender. Beijinho amigo e uma flor.

jorgil disse...

Acontecem cenas engraçadas nos supermercados. O curioso é que as mesmas pessoas com que deparamos a passear calmamente nos corredores apreciando e pegando tudo e mais alguma coisa, são as que, ao chegarem à caixa, têm mais pressa e parece até quererem atropelar os outros! Difícil entender o ser humano!

Mona Lisa disse...

Quem entende as más atitudes dos outros?

Há gente para tudo,infelizmente!

Beijinhos.

aluap disse...

Que realismo! Mais real do que a própria realidade que aqui tão bem descreveu.

Abraço.

Manuel Luis disse...

Já nos vamos habituando a estas confusões, as pessoas estão usando estrategias difíceis de decifrar. Quando começo a ver coisas assim, vou a outro mercado.
Gosto de sorrir, conversar, ajudar, participar. Não gosto das injustiças. Sou daqueles que segundos depois já estou a conversar com a pessoa do lado.
Obrigado por estar na minha companhia, eu estou aqui.
Já não é a primeira vez, conheci a sua pagina através de amigos.
Votos de uma excelente saúde.
Abraço

Luciana Souza disse...

Gostei muito do jeito que vc escreve por isso já estou te seguindo. Nossa que história! Como está o mundo hoje em dia. As pessoas são desonestas mesmo, na cara dura.
Bjos. Fique com Deus!
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br/

MARIA DA FONTE disse...

Amiga, vais-me desculpar, mas essa confusão, para quem está de fora, tornou-se divertida. Gostei muito do texto. beijo grande e excelente semana.

Anônimo disse...

Olá,

sempre um pedra para nos fazer tropeçar, mesmo quando o caminho inspira tranquilidade como uma ida ao mercado.

Ótima semana para você!

Eloah disse...

Querida, entender o ser humano é quase que impossível, o jeito é respeitar os humores e ficar de olhos bem abertos para não ter surpresas.
Deixo aqui, minha linda amiga, meus agradecimentos pelo teu carinho e a generosidade dos teus comentários no meu Blog.
Preciosa semana. Bjs Eloah

Ivone disse...

Amiga Yayá, que prazer de novo ler aqui, tentei entrar algumas vezes mas ao carregar caia, recarregava e nada, às vezes acontece, ah, internet!!!
Lindo texto, mas é mesmo decepcionante quando vemos que o que pegamos não foi passado no caixa e ficamos sem, nem dá para entender!
Dá mesmo para pensar?!
Onde foi parar o alfajor?!
Abraços amiga querida!

Maria Alice Cerqueira disse...

Querida amiga
Venho agradecer a sua presença amiga em meu cantinho
Muito obrigada e que Deus esteja sempre com você.
Abraço amigo!

Amizade é um laço fraterno que vai se conquistando pouco a pouco.
Amizade é um elo de Amor que vai se fortalecendo dia apôs dia.
Amizade requer uma sabedoria toda própria, para que ela cresça e amadureça.
Amizade é um sentimento de Amor que é perseverante nela mesma.