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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bem Comum / Filosofando…2

Bem Comum / Filosofando...
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Um dos objetivos da existência de uma sociedade política é o bem comum (Enciclopédia Simpozio (versão em português do original em esperanto, página http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-mega/megaetica/fil-politica/6417y800.html da web).
Penso sobre o bem comum, provavelmente a maneira adequada de a sociedade prosperar com harmonia, respeitando as individualidades e as diferenças existentes.
Ontem o “bem comum” veio à tona numa conversa frugal com um desconhecido sempre amigo, o motorista de táxi.
O motorista de táxi geralmente é articulado, sabe conversar e o tema do momento era a violência urbana. Questionou-me sobre o direito dos presos. Expliquei a ele que na minha casa todos agradecem por ser musicista e não advogada e que os meus conceitos não viriam senão através dessa paixão, às vezes absurda, pela música.
Mas disse o que pensava: _O bem comum passa pelo direito dos presos, mas também passa anteriormente ao direito de ir e vir do cidadão.
Disse também que não se pode consentir que os direitos humanos dos presos (eles têm que obter a chance de recuperação perante a sociedade, estabelecendo-se como cidadãos após o cumprimento da pena) não pode se sobrepor ao direito daqueles que nada fizeram e são livres em suas determinações para fazerem o que entenderem dentro da conformidade das leis.
Critiquei a vontade política de radicalizar posições. No meu tempo se discutia as vantagens da chamada direita com as manifestações agressivas da extrema esquerda que terminava por atingir quem não tinha nada a ver com aquilo. Dizia-se então que a direita se locupletava com as agressões da esquerda e que a esquerda gostava das medidas coercitivas para agitar os seus seguidores com maior facilidade.
Esquecem-se, no entanto, que a maioria dos cidadãos, pertence aos centros, seja centro-direita ou centro-esquerda.
De qualquer maneira, na prática, porque sou prática em tese e ações, não poderia deixar de dar um exemplo vivo da promoção do bem comum.
Estava eu no consultório médico, na fila, aguardando que as enfermeiras me avisassem da vez. Próximo a mim, um cidadão aguardando a sua vez, a televisão ligada: discutiam um problema familiar e pediam aos telespectadores que dessem a sua opinião. Eu, o cidadão e as enfermeiras caladas em frente a ela.
O cidadão não parava quieto, nervoso. Naquele instante, a emoção falou mais alto, talvez pela apelação do programa de televisão. Ele virou-se para mim e contou o seu problema:
_Os meus testículos doem horrivelmente, eu não consigo mais trabalhar, dormir, estou a ponto de explodir.
A enfermeira, prontamente interveio:
_Senhor, acalme-se que o médico o está chamando. A sua vez chegou. Cavalheiro, lembre que a senhora ao seu lado não tem testículos e não pode lhe ajudar.
Eu me senti aliviada e o bem comum naquela pequena sociedade unida por interesses diversos entre si havia sido promovida sem que eu tivesse que me encontrar em qualquer situação constrangedora.
Creio que a função da sociedade política é evitar situações constrangedoras, onde os cidadãos tenham que se posicionar nos assuntos que não lhes pertence, como os direitos dos presos vistos pela musicista. Mas que os cidadãos possam recorrer a essa sociedade política quando existe a violação dos mesmos, seja por parte de quem for.
A sociedade política tem funções maiores do que a política partidária, sendo que essa é essencial para a representação das diversas correntes sociais e de pensamentos controversos. Se, a cada direito corresponde a uma obrigação, existe a obrigação da sociedade política de garantir aos cidadãos a convivência pacífica e ordeira entre os cidadãos.
A enfermeira estava certa e a minha família também: não tenho testículos e nem vocação para a área.
Bom dia a todos os que tiverem a paciência de ler o texto.

11 comentários:

Célia disse...

Ovos mexidos à base de testículos e musicista... concluo que uma alternativa excelente seria uma trilha sonora "new age" abrandaria tais situações inusitadas![risos]
Bj. Célia.

Anônimo disse...

Interessante, muito interessante...

O bem comum é o barco que faz navegar o bem de cada um.

Abraço!

Unknown disse...

Excelente texto.

Beijo.

La Gata Coqueta disse...


Un esplendido fin de semana te deseo, al calor de la familia y amigos que son el soporte que hacen posible que la vida continúe en armonía irradiando felicidad.

Te doy un suave abrazo
bajo la bruma del silencio,
para hacerte llegar
el roce del afecto.

Atte.
María Del Carmen



Bergilde disse...

Uma crônica maravilhosa sobre um assunto delicado e urgente para os tempos atuais.Respeitar a liberdade de expressão é fundamental,mas em certos temas como o da violência urbana e ligado a este o da carceragem para mim tudo é muito desigual e infelizmente a misura econômica ainda é o fator primordial na hora da aplicação da lei.
Mas que belo bate papo o seu hein!
Abraços,

Catia Bosso disse...

Oi Yayá... saudades daqui, passando pra deixar um tanto de beijinhos...

bjsMeus
CAtita

Jossara Bes disse...

Oi, Yayá!

Concordo com você!
Nos sentimos "embolados" por fatos degradantes, situações constrangedoras a mercê de nossa vontade!
Texto maravilhoso!
Beijos!

Rafeiro Perfumado disse...

Bom, eu tenho testículos mas seguramente não saberia ajudar o senhor! Beijoca!

AquilesMarchel disse...

sem duvida nenhuma o melhor texto que li aqui em seu blog
o assunto me interessa


direitos humanos é uma falácia
sou a favor da tortura de presos e colonia penakl
contra auxilio cadeia e indulto


meu direito de ir e vir é atrapçahado por viciados em crack traficantes assassinos e demais degenerados que na verdade não se recuperam
a justiçã brasileira erra ao partir do pressuposto que o bandido se recupera
não se recupera e as entidades dos direitos humanos adoram intervir quando um bandido aparece de olho roxo mas se cala diante da morte d epoliciais e inocentes

e fora o caso do moço dos testiculos conhecendo pouco do assunto acho que sempre podemos nos meter um pouquinho

Artes e escritas disse...

Olá, amigos. Podem comentar o que quiserem, mas o blog não se responsabiliza pelos comentários feitos. Este meu comentário vem a propósito do comentário do Aquiles, que se expressou com indignação. Os pontos de vista publicados pelo blog não significam a concordância da blogueira, apenas o respeito à liberdade de expressão. Um abraço a todos, Yayá.

aluap disse...

Parabéns Yayá pelo artigo e ao Aquiles pelo comentário, não devemos ter medo, a liberdade de expressão é um direito inalienável do Homem, principalmente quando vive numa sociedade democrática.

Abr./Paula