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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Crônica: A Farmácia, ou as…

Crônica: A Farmácia, ou as...

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Outro dia precisei ir até a farmácia para comprar um remédio, pensei que não demoraria mais do que meia hora e estaria em casa para o jornal da noite na televisão.

Na primeira farmácia o sistema da máquina de passar o cartão estava fora do ar, reclamei e fui tratada como inconveniente. Com razão, porque eu não deveria reclamar no balcão da farmácia a preguiça que tinha de procurar outra farmácia onde a máquina estivesse funcionando. Bem é verdade que reclamar me fez bem, as moças não tinham culpa e elas não poderiam levar como problema da farmácia, ninguém está a salvo da máquina do cartão, este é um fato. Mas, quase levaram e eu saí dizendo que são fatos que aborrecem mesmo que a gente saiba do seu acontecimento.

Recobrei a boa vontade e fui noutra farmácia, remédio para dor de dentes não tem hora e a dor de dentes não era minha, ah! Tudo bem! Chegando à outra farmácia a primeira pergunta que fiz foi a de se a máquina de passar o cartão estava funcionando. Estava. Pedi o remédio e estava em falta, mas o atendente pegou outro remédio qualquer e simulou o funcionamento do seu computador e a máquina de passar cartão:

_É pena senhora, não temos a medicação.

A colega dele o chamou de exibido, e perguntou qual o motivo de mostrar que estava tudo em ordem, que cliente era cliente. Ele fez ouvidos surdos e sugeriu outra farmácia próxima dali.

Estava na rua e resolvi ir até outra farmácia até mesmo para espairecer e esquecer as duas farmácias anteriores, cujos climas não estavam animadores.

Com certa dificuldade estacionei ao lado, pensei que fosse o estacionamento dos fundos da farmácia, mas o segurança me disse que era estacionamento de uma clínica. Pedi desculpas e iria me retirar quando o segurança disse que estava chovendo e com chuva o número de pacientes é menor nas clínicas. Disse também para que eu fosse até a farmácia e que se aparecesse algum paciente, o que ele duvidava muito, ele me chamaria. Ele saberia me encontrar.

Quando observo as portas de vidro da farmácia, verifico que todos estão em pé e prestam a atenção em alguém. Pensei comigo: o que não é para ser não é, voltarei para casa. Ocorre que duas atendentes me olhavam e faziam sinal para que eu entrasse. Completamente sem graça, entrei. A gentil moça me levou até o balcão e verificou que não tinha o bendito remédio ainda. Contou-me que era dia de inauguração e o padre abençoava o local. Solícita, agradeci e me dirigi à porta de saída acompanhada da funcionária contando em murmúrios que provavelmente aquela seria a melhor farmácia da região.

Neste momento o padre pede para que todos deem as mãos e rezem o Pai-Nosso. Eu olhei para ela e ela olhou para mim. Com determinação ela segurou uma das minhas mãos e oramos em voz alta juntamente com o padre.

Agradeci mais uma vez à moça, depois agradeci ao segurança e voltei para casa sem nada nas mãos. Desconheço quem estivesse se sentindo tão bem quanto eu quando voltei para casa.

E a dor de dentes do outro? Não é que ele achou um comprimido avulso numa caixinha ainda válida que estava na gaveta da estante da televisão?

13 comentários:

JOPZ_B1B disse...

... é longo e penoso o caminho da cura e da redenção...

;-)

LEITURA DIVERTIDA!
VALEUZ,

JOPZ

Célia disse...

Moral da história: - uma farmácia incomoda muita gente... duas ou três muito mais... E, viu como orar faz bem?
Bj. Célia.

Paulo Francisco disse...

Ok, entendi.
Um beijo grande.

chica disse...

Que legal!! Coisas estranhas acontecem,né? Gosto dessas inusitadas! beijos,chica

Magia da Inês disse...

Olá!
Essas pequenas surpresas dão sentido à nossa vida, nos fazem pensar... não vale a pena perder a calma mesmo.
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Brasil.
¸¸.º°❤♫♫♪¸¸.°
°º✿⊱╮

mfc disse...

Verdadeiro ou imaginário... gostei de ler esta história tão bem escrita!
Beijinhos,

silvioafonso disse...

.


Muito obrigo por ter ido
ao jardim aonde os botões
desabrocham só para te fa-
zer feliz.

Um beijo do amigo,

silvioafonso




.

Edum@nes disse...

Outro dia precisei
Ir na farmácia comprar
O remédio lá encontrei
Para minha doença curar!

De remédio não precisar
Porque doença já não ter
Quando para as moças olhar
Fizeram minha doença desaparecer!

Se foi ou não simulação
Isso eu dizer não sei
Lá encontrei a medicação
Dessa paixão me curei!

Bom fim de semana,
um abraço
Eduardo.

O Profeta disse...

Vem escutar a música da noite
Vem sentir a vida num piscar de olhos…

Bom fim e semana

Mágico beijo

Eloah disse...

Quem sabe tua saga não era para ter este final de fé e oração? A vida as vezes nos leva a lugares imprevistos e situações inusitadas.Gostei muito do teu texto.
Tenha um lindo domingo.Bjs Eloah

aluap disse...

Yayá, da forma como escreveu fiquei sem saber se a história é verídica ou se foi inventada por você, parece que existe combinação de fatos reais com irreais. Bem sei que um azar não vem só, mas eu não tinha paciência de percorrer tanta farmácia, por isso, a história parece-me bem irreal. Mas gostei muito e como estou com um assunto sério lá no blog (atenção: não se sinta 'obrigada' a comentar o tema)foi muito bom vir aqui lê-la.

Um abraço amigo.

Artes e escritas disse...

Paula, deixo em suspense o que é real porque o que vale é escrever e deixar a imaginação interferir. Gosto muito de te visitar, mas o assunto é particular, de certa forma, e deixo a discussão para vocês. Voltarei lá no próximo tema. Um abraço à você! Abraço igualmente todos os que tiveram a gentileza de me ler, Yayá.

Dione Fonseca disse...

Rssss pensei qjuue a armácia estava sendo asaltada... mas a oração te acalmou pegou um remédinho para o espirito. Gostei de sua crõnica. Tenha uma linda semana e obrigada pela visita .Gosto de receber os amigos . Tenha uma linda semana bjus